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segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Autárquicas e curvas em Ssss

(Continuação de "A Vida vive-se aos Ssss")

Nas ultimas eleições autárquicas, os independentes "invadiram" os territórios partidários.
Apareceram gritos de "Aqui Del Rei" que "o mundo está louco".

No modelo da mudança social, expresso em curvas em Ssss, existem 3 momentos de percepção da possibilidade de mudança:

A - Só vê quem pode
O diagnóstico dos processos em curso exige análises prospectivas e inferências significativas a partir dos ténues sinais existentes.

B - Só vê quem quer
A transformação aumenta e os sinais tornam-se não só visíveis como conspícuos. É preciso andar muito distraído para deixar de ver o que anda a saltitar à volta.

C - Só não vê... quem não quer


A mudança já existe e funciona em muitos aspectos. Os sinais já são numerosos, nítidos e óbvios.
O sistema social já, parcialmente, adoptou vários aspectos e começou não só a desejar como a exigir a transformação. A instalação começou…mas a "contra-instalação" também iniciou bloqueios e regressões. 

Quando a mudança não está apenas circunscrita a um espaço delimitado, mas já tem movimentos pulverizados no contexto envolvente, a dinâmica acelera-se.
Parafraseando A.Toffler, a vaga de mudança já salpica tudo à sua volta.

No caso concreto do estilo de "fazer política", e no plano cultural, a internet trouxe uma linha de força importante que é "a comunidade de diferentes", agora com uma população de 1.700 milhões (2009) superior  ao país mais populado com 1.400 milhões (China).

Nestes movimentos de mudança social, as raízes históricas são importantes como aceleradoras ou bloqueantes da transformação.

Ainda em referência à alteração do estilo de "fazer política", a Europa/USA dos anos 30 vivia de uma cultura social, política, organizacional e económica dominada pelo paradigma do "grupo como conjunto de indivíduos iguais".
Porém hoje, esse paradigma tem-se modificado para "grupo como conjunto de indivíduos diferentes", com as consequentes alterações dos estilos do viver em organizações.

No caso português, o 1º paradigma sempre esteve minoritário na cultura portuguesa desde D.Afonso Henriques, integrando "diferentes" (árabes e judeus), até ao período pós-descobrimento oficializando a "igualdade de diferentes" (indus, africanos e índios Brasil). 
A consequência, nos séculos XIX e XX, foram "atrasos" na adopção eficaz(??) e eficiente(??) dos modelos correspondentes à "formatação de clones nas organizações".

Porém, o novo paradigma "grupos como conjuntos de diferentes" é sintónico com a tradição cultural portuguesa. A criatividade, inovação, rentabilização em formas novas, o conhecido "desenrascanço" português está muito perto das técnicas organizacionais do "open style".

A invasão de independentes nas eleições autárquicas não é "doença política" é "vitalidade política saudável". É só ler a História portuguesa e "ler" a vaga de mudança que se passeia pela Europa e USA e só não vê... quem não quer.

Um pequeno video (4 minutos) sobre as curvas em Sss e os partidos:


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