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terça-feira, 9 de março de 2021

Análise CAUSA—>CONSEQUÊNCIA…

Sherlock Holmes e Dr.Watson vão acampar.
Montam a tenda e depois de um bom jantar deitam-se para dormir.
Algumas horas depois, Sherlock Holmes acorda, chama Watson e pergunta:

- Meu caro Watson, olhe para cima e diga-me o que vê. 


Watson olha e responde “- Vejo milhares e milhares de estrelas”.
Sherlock Holmes pergunta: - E... qual a causa?

Watson pensa e diz: - Depende da perspectiva…


- se Astronómica, a causa é existirem milhares e milhares de galáxias com biliões de planetas,


-  se Astrológica, é porque Saturno está em Leão e ter-se-á amanhã um dia de sorte,


- se Temporal, é por causa da localização da Estrela Polar, sendo talvez 03h:15min ,


- se Teológica, é porque Deus é todo poderoso e porque somos pequenos e insignificantes,


- se Meteorológica, a causa são as condições para amanhã existir um lindo dia,


se…


Sherlock Holmes interrompe, olha para ele e diz:
- Watson!!!! A causa é porque alguém roubou a nossa tenda !!

Pois é, o mito de pensar CAUSA—CONSEQUÊNCIA é uma armadilha porque se há  consequência então a causa já foi no passado e pode ainda existir ou não, alterada ou não, camuflada ou não, mas pertence sempre ao mundo do "TALVEZ"... e não é lógico planear  (e muito menos construir) um prédio sobre alicerces tipo "sonhados".


Convém não confundir provas com evidências, pois provas são evidências validadas mas conjecturas de evidências não provam nada.


O pensar deve ser sempre um processo CONSEQUÊNCIA-CAUSA, cujo ponto-de-partida é a consequência, ou seja, é o conjunto de um facto seleccionado no presente com significado também avaliável no presente. Numa palavra, este conjunto exige uma PERSPECTIVA.

Exemplo:


Um carro atropelou o Zé. No momento da análise não há atropelamento, só há Zé atropelado e a partir daí procura-se as causas.


Por rotina cultural, normalmente, há um perspectiva que se instala e a partir daí o pensamento constrói-se. 


Neste caso a perspectiva "automática" é — o carro passou por cima do Zé — e o pensar procura as causas na condução , isto é, motorista, veículo, trânsito, etc. Procuram-se factos (detalhes) concordantes com esta perspectiva.


Mas, com outra perspectiva — o Zé passou por baixo do carro (suicidou-se) — então os factos (detalhes) concordantes devem ser procurados no Zé e nos seus movimentos.


Em resumo, duas versões diferentes com algumas evidências talvez iguais mas com significados diferentes devido a raciocinios consequência-causa distintos. 


Culturalmente, o processo de análise consequência-causa poderá depois ter o seu resultado apresentado no formato causa-consequência.


Em conclusão:

Neste processo do pensar humano o elemento crucial é controlar e gerir a PERSPECTIVA  que é a coluna vertebral de todo o raciocínio.

Para encontrar o ponto de vista, há várias técnicas (a treinar) para o fazer, um método interessante conhecido por truque-Sherlock-Holmes é colectar o máximo de detalhes, arrumá-los “à balda” deixando todos visíveis e ficar a olhar “para nenhum e para todos” (meditando??) até que os “neurónios” se fixem e escolham um e com ele definir a perspectiva e com ela encontrar o raciocínio lógico que integra tudo.


Em esquema:



segunda-feira, 8 de março de 2021

Palavrear sem dizer nada (o PALAVRÊS)


O PALAVRÊS é um dialecto que anda a substituir o Português nos comentários das redes sociais, nos artigos, discursos políticos, debates, etc. 

A confusão dos dois A.O.’s, as opiniões feitas de cocktails de ideias, os experts licenciados em “banha da cobra”, os hábitos de “diz-que-disse”, etc, facilitam a sua difusão. 

Por ex.(entre outros) usando o método  exposto em baixo, é fácil usar o PALAVRÊS e para esta frase usou-se código 8,5,9,1:


𝐞𝐱𝐩𝐞𝐫𝐢ê𝐧𝐜𝐢𝐚 𝐦𝐨𝐬𝐭𝐫𝐚 𝐪𝐮𝐞 𝐨 𝐧𝐨𝐯𝐨 𝐦𝐨𝐝𝐞𝐥𝐨 𝐞𝐬𝐭𝐫𝐮𝐭𝐮𝐫𝐚𝐥 𝐚𝐪𝐮𝐢 𝐩𝐫𝐞𝐜𝐨𝐧𝐢𝐳𝐚𝐝𝐨

 𝐨𝐟𝐞𝐫𝐞𝐜𝐞 𝐮𝐦𝐚 𝐨𝐩𝐨𝐫𝐭𝐮𝐧𝐢𝐝𝐚𝐝𝐞 𝐝𝐞 𝐯𝐞𝐫𝐢𝐟𝐢𝐜𝐚çã𝐨 𝐝𝐚𝐬 𝐧𝐨𝐬𝐬𝐚𝐬 𝐨𝐩çõ𝐞𝐬 

𝐝𝐞 𝐝𝐞𝐬𝐞𝐧𝐯𝐨𝐥𝐯𝐢𝐦𝐞𝐧𝐭𝐨 n𝐨 𝐟𝐮𝐭𝐮𝐫𝐨.


Esta frase quer dizer o quê?


Quer dizer TUDO e quer dizer NADA e. felizmente, se usada em qualquer assunto... fica sempre bem. Exemplo:

 

......> 𝑺𝒐𝒃𝒓𝒆 o 𝑪𝒐𝒗𝒊𝒅... 𝐞𝐱𝐩𝐞𝐫𝐢ê𝐧𝐜𝐢𝐚 𝐦𝐨𝐬𝐭𝐫𝐚 𝐪𝐮𝐞.... etc

......> No 𝒓𝒆𝒕𝒐𝒓𝒏𝒐 à𝒔 𝒂𝒖𝒍𝒂𝒔.... 𝐞𝐱𝐩𝐞𝐫𝐢ê𝐧𝐜𝐢𝐚 𝐦𝐨𝐬𝐭𝐫𝐚 𝐪𝐮𝐞... etc

......> No 𝒅𝒆𝒔𝒆𝒎𝒑𝒓𝒆𝒈𝒐...  𝐞𝐱𝐩𝐞𝐫𝐢ê𝐧𝐜𝐢𝐚 𝐦𝐨𝐬𝐭𝐫𝐚 𝐪𝐮𝐞..... etc 


O leitor ao entender perfeitamente as palavras, sente que ficou com mais conhecimento sobre o assunto e adquiriu "ENTENDIMENTO", podendo assim falar na TV e escrever comentários nas redes sociais sobre suas opiniões de —ENTENDIDO sobre o assunto—. 

Todavia, se se pedir para resumir o conteúdo em PORTUGUÊS "simples" o resultado ficará interessante.


Há vários métodos para falar/escrever em PALAVRÊS, pois é um dialecto muito útil para escrevinhar teses de Mestrado e Doutoramento, artigos pagos à linha, discursos políticos populistas ou não, palavrear conferências, pois falar e escrever "intelectual" atrai sempre adeptos com a emoção de [- Ele fala muito bem !!].

O curioso do palavrês é que é difícil questionar o "dito" pois nada foi dito, acabando os diálogos por terem estilo "conversas de surdos", onde só funcionam insultos e agressões.
Vide certos debates de candidatos a eleições com o palavrês "disco rachado" pois existem várias técnicas desde o "disco rachado" até à "linguagem requintada", sendo aquele apenas um cocktail de slogans e ideias avulsas já instaladas na assistência (tipo Trump e palavras de ordem) para cantilenas de coro mental.

O grupo da "linguagem requintada" funciona de modo diferente. Tem várias técnicas e  uma que, pela sua eficácia, facilidade e "intelectualidade" já testei em debates em comentários nas redes sociais e acabei sempre por ficar sozinho sem interlocutor.


Com esta técnica é possível construir fácil e rapidamente 10.000 frases ou falar cerca de 40 horas seguidas sem dizer nada, sempre com um palavrear vazio mas "intelectual e elegante".


A matriz apresentada a seguir em jpeg pode ser convertida para word ou txt para facilitar o uso de copy-paste e até se pode melhorar o frasear ao gosto do utilizador e do contexto em causa, mas as regras base são sempre simples:


1 -“À balda” escrever 5 números de 1 a 10 (no ex. do inicio usei 8,5,9,1);

2 - Depois em cada coluna (A,B,C,D) usar um número para seleccionar uma alternativa;

3 - Criar tantos códigos diferentes quantas as frases que deseja escrever;


MATRIZ


REGRAS ADICIONAIS

Num caso concreto, para melhor integrar a matriz na situação, convém utilizar alguns de truqes de maquilhagem mental, como por exemplo:


??? - Convém "salpicar" o conjunto com adequados “motivadores inócuos”, que deêm estatuto, por ex., "Alguns prémios Nobel", "Universidades de todo o mundo", "Os jornais salientam", etc, que dão prestigio, são invalidáveis mas "enfeitam" bem e dão segurança;


??? - "Acompanhando o pensamento de Hegel" (ou Engel ou Marx ou Gandhi ou Thatcher ou Santo Agostinho) criam aparentes conexões culturais mas sem qualquer responsabilidade lógica;


??? - Inserir citações verdadeiras e referenciadas com autores e fontes e em língua estrangeira (o  Google traduz para norueguês ou sueco ou alemão, ou inglês, etc) que "demonstra" erudição, pesquisa e conexões. 

Convem a tradução estar em pé de página e em letra reduzida.


??? - Referenciar vários links e bibliografia (ideal 2/3 dezenas) mas expressas nas páginas finais, com preferência a fontes em artigos, jornais, revistas, relatórios, etc. Evitar livros cuja pesquisa é mais fácil (Amazon, por exemplo).


??? - Se o número de páginas é critério de estatuto e validade, aumentar tamanho da letra, os espaços inter letras, inter palavras e inter linhas ou até acrescentar gráficos e imagens placebos;

??? - etc etc


EXEMPLO de TEXTO EM PALAVRÊS sobre a pandemia


Na pandemia, a 𝐞𝐱𝐩𝐞𝐫𝐢ê𝐧𝐜𝐢𝐚 𝐦𝐨𝐬𝐭𝐫𝐚 𝐪𝐮𝐞 𝐨 𝐧𝐨𝐯𝐨 𝐦𝐨𝐝𝐞𝐥𝐨 𝐞𝐬𝐭𝐫𝐮𝐭𝐮𝐫𝐚𝐥 𝐚𝐪𝐮𝐢 𝐩𝐫𝐞𝐜𝐨𝐧𝐢𝐳𝐚𝐝𝐨 𝐨𝐟𝐞𝐫𝐞𝐜𝐞 𝐮𝐦𝐚 𝐨𝐩𝐨𝐫𝐭𝐮𝐧𝐢𝐝𝐚𝐝𝐞 𝐝𝐞 𝐯𝐞𝐫𝐢𝐟𝐢𝐜𝐚çã𝐨 𝐝𝐚𝐬 𝐧𝐨𝐬𝐬𝐚𝐬 𝐨𝐩çõ𝐞𝐬 𝐝𝐞 𝐝𝐞𝐬𝐞𝐧𝐯𝐨𝐥𝐯𝐢𝐦𝐞𝐧𝐭𝐨 n𝐨 𝐟𝐮𝐭𝐮𝐫𝐨. (𝟖𝟓𝟗𝟏)


Acompanhando o pensar de Thatcher, na experiência havida, n𝐮𝐧𝐜𝐚 é 𝐝𝐞𝐦𝐚𝐢𝐬 𝐢𝐧𝐬𝐢𝐬𝐭𝐢𝐫, 𝐮𝐦𝐚 𝐯𝐞𝐳 𝐪𝐮𝐞 𝐚 𝐞𝐱𝐩𝐚𝐧𝐬ã𝐨 𝐝𝐞 𝐧𝐨𝐬𝐬𝐚 𝐚𝐜𝐭𝐢𝐯𝐢𝐝𝐚𝐝𝐞 𝐚𝐬𝐬𝐮𝐦𝐞 𝐢𝐦𝐩𝐨𝐫𝐭𝐚𝐧𝐭𝐞 𝐩𝐨𝐬𝐢çã𝐨 𝐧𝐚 𝐝𝐞𝐟𝐢𝐧𝐢çã𝐨 𝐝𝐚𝐬 𝐜𝐨𝐧𝐝𝐢çõ𝐞𝐬 𝐚𝐩𝐫𝐨𝐩𝐫𝐢𝐚𝐝𝐚𝐬 𝐩𝐚𝐫𝐚 𝐧𝐞𝐠ó𝐜𝐢𝐨𝐬. (𝟕𝟑𝟔𝟖)


Nas informações antipandemia e segundo estudos médicos, d𝐨 𝐦𝐞𝐬𝐦𝐨 𝐦𝐨𝐝𝐨 𝐞 𝐩𝐨𝐫 𝐨𝐮𝐭𝐫𝐨 𝐥𝐚𝐝𝐨 elas 𝐟𝐚𝐜𝐢𝐥𝐢𝐭𝐚m 𝐚 𝐝𝐞𝐟𝐢𝐧𝐢çã𝐨 𝐝𝐚𝐬 𝐟𝐨𝐫𝐦𝐚𝐬 𝐝𝐞 𝐚𝐜çã𝐨.(𝟓𝟐𝟕𝟎)


Pela Teoria da informação, nã𝐨 𝐩𝐨𝐝𝐞𝐫𝐞𝐦𝐨𝐬 𝐞𝐬𝐪𝐮𝐞𝐜𝐞𝐫 𝐪𝐮𝐞 𝐚 𝐜𝐨𝐧𝐬𝐭𝐚𝐧𝐭𝐞 𝐝𝐢𝐯𝐮𝐥𝐠𝐚çã𝐨 𝐝𝐚𝐬 𝐢𝐧𝐟𝐨𝐫𝐦𝐚çõ𝐞𝐬 𝐞𝐱𝐢𝐠𝐞 𝐚 𝐩𝐫𝐞𝐜𝐢𝐬ã𝐨 𝐞 𝐝𝐞𝐟𝐢𝐧𝐢çã𝐨 𝐝𝐨𝐬 í𝐧𝐝𝐢𝐜𝐞𝐬 𝐩𝐫𝐞𝐭𝐞𝐧𝐝𝐢𝐝𝐨𝐬 (𝟒𝟕𝟑𝟗)


Em gráfico (𝟖𝟓𝟗𝟏+𝟕𝟑𝟔𝟖+𝟓𝟐𝟕𝟎+𝟒𝟕𝟑𝟗):


EXEMPLO de PALAVRÊS  na burocracia 







sábado, 6 de março de 2021

BONSAI, VIVER EM LIBERDADE

...até plantas têm projectos de vida!


Há 24 anos, em 1997, arranjei um Bonsai, um "𝐟𝐢𝐜𝐮𝐬 𝐫𝐞𝐠𝐮𝐬𝐚”, para me fazer companhia.
Com bom comportamento, sempre com a forma correcta e tradicional, passava os dias a olhar para o mundo.


Dois anos depois, em 1999, pensei: - Porque cresce para cima sempre igual ???”
Resolvi fazer um "𝐢𝐤𝐞𝐛𝐚𝐧𝐚" (arranjo floral japonês) “ao natural”, ou seja, de dentro para fora.
Assim, coloquei o bonsai no meio de uma sala com uma janela ao fundo e escura do outro lado, esperando que ele crescesse sempre em direcção à luz.

15 anos depois, em 2014, isso aconteceu e o meu Bonsai tinha executado o meu projecto de um ikebana japonês.

Comecei a pensar e comecei a ficar triste… o meu Bonsai não tinha um projecto de vida próprio, apenas cumpria a vida que eu lhe impunha.
Não o podia libertar pois a liberdade não se dá, nem se recebe… o outro é que a "constrói", ou seja, tem que a “desenhar”, fazer o SEU PROJECTO DE VIDA e construí-lo.

Fiz o plano de o rodar de 6 em 6 meses para lhe alterar o seu “olhar” para a luz da janela e ele que decidisse o que queria.
7 anos depois, Mar 2021, o meu Bonsai era outro 


Agora decide como quer ser, vai para onde quer, estica-se para todo o lado e nascem folhinhas novas onde lhe apetece,... A SUA VIDA É DELE. 
Eu assisto e dou-lhe apoio para que “todo-ele-olhe-a-luz”.

PS- Este meu apoio seria desnecessário se ele vivesse num prado e não em minha casa.