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quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Mudar de crença??…Não, obrigado!..ou talvez sim!


Mudar de crença é como arrancar a pele psicológica que nos protege.

Quando este "arrancar" é  feito em cirurgia psicanalítica isso é tão doloroso que se chega a soluçar e, normalmente, o paciente conversa deitado e o "cirurgião" não veste bermudas, nem usa chinelos, a formalidade é essencial. É uma situação em que "não se brinca" (gun no fun).

Vi ontem um filme do género "merece muito ser visto", em que se apresenta uma viagem pelo mundo dos conhecimentos e crenças e como é doloroso pensá-las sem ser a partir delas […justificando-se por si próprias], muitas vezes com incapacidade em fugir à estratégia do "...é...porque É...", técnica cientificamente chamada "fé".

O filme chama-se "O homem da Terra", de Richard Schenkman, 2007,

sendo quase um filme de teatro, pois tudo se passa dentro de uma sala com um diálogo entre 8 professores, mas onde o suspense e a tensão dramática duram até ao fim. 

Quando tudo acaba com um final lógico, um pequeno pormenor inesperado faz voltar ao início e o ilógico do desconhecido lógico toma conta da situação.

O tema são crenças e conhecimentos que se possuem, mas são despoletados com uma situação ilógica pensada e discutida por lógicas de diferentes cientistas (Historiador, Antropólogo, Arqueólogo, Biólogo, Religioso, Artista, Psiquiatra, Psicólogo) em que os conhecimentos se entrelaçam com posições pessoais de vida de crenças assumidas.

As crenças pode ser pensadas como scripts pessoais alimentados por padrões culturais, condicionados e condicionantes na relação corpo-consciência.

Analisando "sabedorias antigas"ainda em vigor, podem ser encontradas muitas "situações ilógicas" à luz da sabedoria ocidental activa hoje, todavia lógicas dentro dessas sabedorias antigas.


Wade Davis, antropólogo e etnobotânico tem pesquisado muitas culturas antigas ainda existentes, desde o aborígine australiano com o seu Dreamtime até a habitantes sobreviventes em florestas distantes.

O livro "The wayfinders, Why ancient wisdom matters in the modern world" é uma colectânea de casos em vários sítios, que põem questões de relações "sensitivas" diferentes com o mundo, com diferentes operatividades na relação com ele devido a [...outros scripts individuais (??)].

O seu outro livro, que originou um filme, 1988, "The serpent and the rainbow" fala sobre a droga e magia negra no Haiti,  entrelaçadas no "jogo" de scripts.

Uma crença é um script semelhante à dor, só a sentimos quando a temos. Ver a dor nos outros pode originar uma compreensão empática, emocional, intelectual, mas quando alguém está com dores nós não tomamos aspirina.

Pode porém acontecer que, ao ver um filme de grande intensidade dolorosa, a nossa dor interior seja tão grande que ultrapasse uma eventual dor corporal semelhante.

Será que existe aqui um script sensitivo (um 6º sentido) muitas vezes chamado "mimético" que todos temos e que, no quotidiano, pode estar mais ou menos intensificado, reduzido ou deturpado (sado-nasoquismo??)?

Nas técnicas de "healer shamanico" esta capacidade é citada como devendo estar apurada […como os animais que sabem quando o outro está morrendo e se afastam].

PS - Há alguns anos um veterinário contou-me que independente do tratamento que fazia, quando um cão estava muito mal levava-o para casa e pelo comportamento dos seus próprios cães previa o que iria acontecer… se recuperava ou não.

Mas nas crenças do "healer shamanico" é possível adquirir esse "sentido"de sentir a dor dos outros mediante treino de rituais, todavia salientam que depois pode ser dolorosos andar no exterior vendo as "dores de todos os dias" ou, numa linguagem actual, ser-lhe-ia impossível ser militar ou torturador profissional.

O racismo pode ser visto com um script-crença perante o qual temos posições mas na prática é como a dor, só se sente quando a temos.

Por experiência pessoal, há alguns anos atrás, antes de 1974, muito queimado do sol e estando algures na Europa do Norte, fui impedido de entrar em alguns restaurantes e bares por ser cigano e nem sequer consegui comprar água ou ir ao WC.

Aprendi pela pele o que era o racismo.

Mais tarde li o livro do jornalista John Howard Griffin, "Na pele de um negro" (ed. Europa-América), e também o compreendi na pele. 



É uma espécie de diário do que sofreu passeando pelo sul racista dos USA, depois de ter alterado com drogas a sua pele branca para negra, que não retomava a cor branca a não ser com o tempo.

Aconteceu-lhe não poder comprar água ou ir ao WC, tendo que utilizar paredes escondidas e sendo por isso preso por comportamento social indevido. 
É interessante ver como ele se transformou sendo actualmente activista de Direitos Civis (Prison of Culture: Beyond Black Like Me, 2011).

Realmente alterar sentidos e crenças altera-nos a nós, ao mundo em que vivemos e à nossa acção nele.
Um outro exemplo interessante é a nossa relação com animais.

Um aspecto que me impressiona num grupo de animais (peixes, aves, cavalos, cães,…) é o seu repentino sincronismo de movimentos em certas situações. Qualquer que seja o método usado a decisão de mover aparece ao mesmo tempo. Terão uma linguagem comum?

Por outro lado, quem tem uma relação próxima com um cão, gato, cavalo, ou outro animal, quase de certeza que algumas vezes sentiu comunicação com ele […até parece que entende tudo…].

Será que temos um script em standby para "conversar" com eles? Se esse script for desenvolvido o nosso mundo vai ser outro. Se culturas primitivas dizem que conseguem falar com animais o que sucederá à civilização actual se este script se tornar vulgarizado nos civilizados? O que acontecerá aos talhos?

Depois de vermos com os nossos filhos os filmes de Walt Disney, o que fazemos se formos com eles a um restaurante e virmos este cartaz:


O que fazem as nossas crenças???  Será que funcionam??

Sabendo isto e depois de ver o filme "O homem da Terra", fiz umas festinhas às minhas crenças instaladas e fui dormir esperando sonhar com o Pai Natal,... os 5 anos é sempre uma idade agradável.

Pensar nos meus pré-conceitos?? Não obrigada, estou bem assim!!…ou talvez não!!


terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Huhau...Eu, o mundo e os meus neurónios




Não podemos forçar um flor a desabrochar, 
isso é controlado pelo seu "script"

É tudo um problema de "script".




Nós vemos o mundo com os nossos cinco sentidos e deste modo o mundo transforma-se no nosso mundo.

Na prática, cada sentido tem um script neurológico que nos permite construir aspectos parciais da realidade:

Visão - formas, cores, movimentos,…
Audição - sons de palavras a músicas, ruídos de estrondos a zunidos,…
Tacto - de pancadas a encostos e festas,…
Paladar - de azedos a açucarados, de insípidos a saborosos,…
Olfacto - de agradável a desagradável, de atractivo a repelente,…

do seu conjunto nasce a nossa visão da realidade e o nosso caminho na vida.

Se um script tiver alterações, por exemplo, se a visão não "trabalhar" com certas frequências o mundo dessa pessoa passa a ser diferente pois tem menos cores (daltónico), 

O mundo do daltónico perdeu as florzinhas
se o script doutra pessoa tiver "diplopia"o seu mundo passa a existir em duplicado, pois o auto-focus deixou de funcionar, o script avariou.

(Por experiência pessoal, de repente, vê-se o mundo simultaneamente em dois écrans diferentes, sendo possível ver o bonito em duplicado com os dois olhos, mas ver o feio em singelo se fechar um olho).

A conclusão é que sem scripts ou com scripts parciais os nossos sentidos serão outros e o nosso mundo também, … pelo que o nosso caminhar não poderá ser o mesmo. 

Mas a pergunta que me interessa é:

- "E se tivermos mais sentidos? Por exemplo, seis ou sete sentidos?"… o nosso mundo será diferente?

O nosso córtex é mais desenvolvido que o dos animais mas eles têm sentidos que nós não temos, por exemplo, o sentido magnético de orientação das aves que não precisam de GPS para encontrar o caminho. Todavia, esta capacidade não parece ser um problema de orgão receptor mas sim de script, pelo que a pergunta que me interessa é:

- "Nós não temos esses scripts?? …ou estarão apenas inactivos??"

o que arrasta outra questão interessante:

- "Se estão apenas inactivos… como se activam?"

Os aborígenes australianos conseguem orientar-se em centenas de quilómetros no deserto através das songlines, seus sons e ritmos.
Será que um europeu, com as crenças, paradigmas e a normal consciência ocidental, também conseguiria?

Na crença aborígene todo o território Australiano pode ser "lido" como uma partitura musical (pag 13 e 14) com conteúdos de geologia:
"cada lugar está vivo pelas canções, cada jornada é um caminhar ritual nas pégadas dos ancestrais (walkabour)", "…para os aborígenes o território só existe quando é percebido e cantado", "…existir é ser percebido."

Crença verdadeira ou não, eles têm um script (uma consciência) que eu não tenho, com songline ou sem songline, sózinho no deserto, eu ia definhar num buraco. 
Se os meus neurónios são iguais aos deles qual é o script que me falta??? Se não me falta como o activo??


Resolvi pesquisar esta questão

Pensando no nosso corpo, ele funciona em três registros:  energia, bioelectricidade e químico.

Os processos químicos são os mais divulgados pois fazem parte da cultura escolar. Aprende-se que o nosso corpo é uma "democracia" pois todos os elementos fazem o que devem fazer para benefício do conjunto e não têm "guerras" entre si, por exemplo, os glóbulos vermelhos e os brancos coexistem sem lutas e o corpo vive feliz. Todos têm os seus próprios "scripts democráticos" para funcionar.

Parece que no caso do cancro os scripts celulares foram alterados e há relatos de pesquisas em Hospitais em que com meditação mesmo em grupo se obtêm alterações positivas, todavia não conheço conclusões definitivas.

Nos processos energéticos e bioeléctricos existem algumas áreas a pesquisar, por exemplo, a acupuntura.
Espetando umas agulhas em pontos definidos e seguindo um padrão as doenças transformam-se em saúde. Para uns isto é real mas para outros são efeitos míticos criados por placebos mentais. 
Talvez sim…talvez não!

Joss, o meu cão-de-água, era diabética de intensidades irregulares, tinha artroses e problemas na coluna necessitando de TRAMAL para se poder mover e ainda tinha glaucoma nos olhos.

Durante mais de 3 anos fez 20 minutos de acupuntura quinzenal, os diabetes ficaram controlados com doses mínimas diárias de insulina, não tomava Tramal e movia-se feliz e a glaucoma desapareceu.


Se era efeito placebo, isso para mim é um mistério porque eu não lhe expliquei o tratamento nem, psicologicamente, a influenciei. 

Simplesmente, durante as sessões ficava imóvel, às vezes babava-se e abanava a cauda, quando acabava dormia uma hora ou duas e acordava cheia de vida e energia. Se era placebo…era um placebo forte e muito bom.

Ainda tenho uma dúvida. 
Segundo a teoria, a agulha espetada intervém nos circuitos energéticos internos (meridianos) mas será porque os altera ou porque os sintoniza com energias subtis exteriores, ou são as duas alternativas?


Dr. R. Kelly (médico)
De um modo simples, a questão é se a agulha espetada:
1 - "arranja" o interior  
2 - é "antena" para o exterior ou  
3 - é os dois simultaneamente?

A hipótese de ser antena é provocante pois trás uma questão interessante:
- "Poderão existir scripts mentais para fazer essa ligação apenas pela pele?"
o que obriga a outra pesquisa:
- "Existirão energias subtis bioeléctricas à nossa volta?"

Talvez sim…talvez não!!


Por efeitos electro-magnéticos da nossa bioelectricidade nós estamos em constante contacto com a vida à nossa volta num emaranhado de "redes subtis", talvez o Ki, Chi, Prana,…das filosofias orientais.

"The Human Antenna", Dr. Robin Kelly, pags 225 e seguintes
O bio-fisico alemão Fritz Albert Popp detectou nos seres vivos uma energia subtil (biofotónica) na qual biofotões (partículas) estavam envolvidos e que conseguiu medir com dispositivos sensíveis.
Descobriu que células cancerosas tinham mais energia biofotónica do que as saudáveis, mas em meditação tinham menos.

Por outro lado, segundo o fisico-quântico John Weeler, dentro dos átomos o espaço vazio tem um número infinito de vortex's (wormholes) com conexões não-locais.
Peter Gariav do Instituto de Genética Quântica, em Moscovo, tem feito muitas experiências demonstrativas da relação do campo com os electrões (efeito da condensação Bose), por exemplo, usando laser para passar a saudáveis orgãos doentes de ratos envenenados.

No plano prático parece que nós e o mundo estamos em constante conexão viva para além da estabelecida com os cinco sentidos, devido aos campos químico (alimentação, respiração, osmose,..) (vide a disseminação da droga), energético e bio-eléctrico.

A questão é: 

-"Podemos gerir estes processos ou não??", e se o fizermos os nossos canais de relação com o mundo aumentam? E se aumentam o mundo que nos rodeia continua a ser o mesmo?

Há duas situações extra-quotidianas que fazem ver o mundo doutro modo (outros sentidos??) e que são muito comuns na História.
São as vivências com alucinógeneos e as vivências místicas, na prática ambas com EAC's (Estados Alterados de Consciência), uns à procura de outras dimensões e outros à procura de deus(es), mas estes dois processos estão muitas vezes  entrelaçados, na tentativa de com drogas reforçar o místico.

Sobre os EAC's com alucinógeneos voltei a reler passagens de um livro interessante, O cientista, de John Lilly (Porto, Ed. Via Optima).


John Lilly por muitos considerado o cartógrafo da mente, fazia experiências em si próprio com LSD, tanques de isolamento e drogas expansoras da consciência, para estudar os seus efeitos no seu "espaço interior" e procurar os "limites das crenças".

A sua teoria da mente contida e da mente não-contida abre um mundo e o seu controlo por dosagem das drogas (em particular a droga "K") cria um leque de dados e interrogações.




Sobre os EAC's de situações místicas na procura de outras dimensões ou de contactos divinos, o seu campo é vasto desde receitas de bruxaria, vudu e shamanismo até regras de meditação religiosa, passando por artes marciais e artes energéticas orientais, pelo que há muito por onde investigar.

Neste caso, do seu conjunto, a conclusão a que cheguei foi que, com ou sem misturas de alucinógeneos, a sua base são RITUAIS, pois todas as religiões os têm, fazem e obrigam a cumprir em cerimónias e missionações, todas as bruxarias e shamanes os utilizam e são a base das artes marciais e das energéticas.

Parece que os rituais, como sequência padronizada de actos e ideias é uma chave para abrir scripts.

Neste sentido os rituais (corporais ou orais) são uma técnica imprescindível de manipulação de scripts neurológicos, quer para os criar quer para os activar, basta ler os livros de Harry Porter e pensar o porquê da sua atracção e êxito.

Todas as religiões, evoluídas ou primitivas, têm os seus rituais de cerimónias e aculturações, todas as seitas religiosas, profanas e mistas usam rituais de integração, de actos a roupas, slogans e símbolos.

Politicos, Empresas, Universidades, Ordens religiosas e profanas, Partidos, etc, todos vivem de e com rituais oscilando entre dois extremos, desde o "soft" baseado em "fun no gun" até ao "hard" baseado em "gun no fun".
Por exemplo, os casamentos começam em "hard na Igreja (gun no fun: não se brinca)  e terminam em "soft" (fun no gun: é pra brincar) no banquete de comida, bebida e danças. 

De um modo geral, os rituais podem funcionar em 3 níveis:

1 - soma -->psíquico - actividades corporais repetitivas e/ou vocalizações (litanias) que criam estados de espirito correspondentes, tal como acontece em recrutas religiosas, militares, prisionais, educativas ou outras. Normalmente são feitas de modo a "esvaziar" a consciência, criando scripts automáticos.

2 - psico -->somático - actividades de activação mental pressionando estados de espirito até o script pretendido ser dominante, tais como, cantares colectivos, participação por slogans, discursos circulares, discurso "banha da cobra"(cheat speech), …

PS - O discurso "banha da cobra" é um discurso circular que usa provérbios, anedotas, verdades aceites, afirmações à "La Palisse", venda pessoal, venda do produto, tudo num aparente discurso lógico em sequência de faits-divers (fáceis, rápidos e divertidos).

Enquanto que os dois níveis anteriores são de controlo exterior e usados preferencialmente na cultura ocidental, o 3º nível é de controlo interior e muito utilizado nos ensinamentos orientais.

3 - psico <=> soma - actividades que usam, simultaneamente, os dois anteriores, de tal modo que um processo detona, complementa e reforço o outro. Assim, ter um Ego a gerir o processo é fundamental.

A activação de scripts EAC parece exigir este método, pois a Consciência Alterada tem um "Ego potenciado" e não um "Ego perdido" como acontece nas "viagens" por usos químicos quer sejam drogas suaves ou duras, barbitúricos ou álcool, pelo que a técnica a usar é a gestão de Rituais.


Este jogo conjunto corpo-consciência mediante rituais é citado desde místicos cristãos até mestres orientais, passando por shamanes desconhecidos de tradições culturais diversas.

Por exemplo, o ritual de silêncio e isolamento para criação, destruição ou transformação de scripts é usado há milénios em muitas tradições, quer por factores somáticos, quer psíquicos quer os dois em conjunto.

Nos conventos, celas de isolamento e silêncio sempre foram usadas para criar novos scripts para encontrar o caminho do Divino. Dizia St. António […um monge fora da cela é como um peixe fora de água...] propondo um conjunto de meditação e controlo corporal para ver o não-visivel..

Todavia, as prisões também usam o isolamento para destruição de scripts e os educadores com a permanência de crianças em armários fechados tentam transformá-los.

As técnicas e métodos deste jogo corpo-consciência talvez sejam mais claros com uma analogia re-fraseada de



um exemplo do biólogo Rupert Sheldrake no seu livro sobre o 7º sentido, de 2003,
"The sense of being stared at",

comparando a consciência a uma amiba e seus pseudópodes (projecções corporais que emite para se deslocar ou alimentar).

Supondo que no início a amiba vagueia num contexto e vai emitindo pseudópodes até encontrar algo (uma crença, um paradigma, uma religião) a que se agarre. Quando isso acontece prende-se e cria uma forma a partir da qual se relaciona com o que a rodeia.

Mas, se entretanto mudar de religião, crença ou paradigma (…as conversões), "agarrar-se-á" a outro lado e mudará de forma, mas funcionará do mesmo modo,



Porém o caso do EAC é diferente, pois aqui o funcionamento muda quer a consciência continue (ou não) com a mesma forma,



Na prática é como se emitisse pseudópodes até encontrar uma outra estrutura, ficando então a relacionar-se com um mundo de duas configurações. É o que sucede nas experiências místicas de religiões e nas artes marciais e energéticas orientais.


Este jogo corpo-consciência mediante rituais é o meu preferido na tentativa de criar scripts.

De um modo geral, no plano da consciência é uma síntese de atenção e intenção (ver exercícios de auto-disciplina de Inácio de Loyola), com visualizações (rezas e slogans), integração de ritmos (cânticos, ladainhas e sons/músicas) e activação e controlo de emoções (até comas psíquicos e histeria).

PS - A gestão de emoções é uma linha dominante no caso de shamanismo, vudu e algumas situações religiosas.

No plano do corpo, há técnicas variadas desde medievais de auto-suplício (por ex, cilícios) complementado com mantras, até formas mais "soft" de:

- intensificação da sensação quinestésica (por ex, sentir o peso da  gravidade no interior do corpo, gerindo a posição do centro de gravidade corporal),
- potenciação da percepção (por ex., a luta marcial de envolvimento ou batimento (mas não contacto constante) feita com olhos vendados) e o
- conhecimento corporal in-out (de dentro para fora) (por ex., com o chamado "duche de ki, chi, prana", isto é, o sentir do fluir da energia).
- etc…

Como conclusão:

A criação de scripts faz parte da História Humana, mas parece que descobrir novos mundos pode fazer-se encontrando outros scripts pessoais para ver este…[…a fronteira do desconhecido está em nós.]


quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

O telemóvel e o pensar diferente

Nos anos 60, a TV teve o seu "boom" e criou a "onda do visual"com a regra dos 30s de mensagem.

Entretanto, o texto também se modificou. 
O século XIX vivia com parágrafos de meia página, uma página ou até página e meia (até nos falta o ar para os conseguir ler) que hoje assustam qualquer leitor.

Agora, bastará espreitar o livro "Em busca do tempo perdido" (1913) de Marcel Proust para se ficar em pânico ao deparar com muitos parágrafos de 700, 800, 900, 1.000... caracteres e a sufocar com a evidente "tortura" necessária para chegar ao fim.

Comparar esta escrita com as regras da época actual vivida pelos nossos filhos, por exemplo, com o Twitter e outros, com o seu máximo permitido de 140 caracteres para dizer o que se quer, percebe-se o que está acontecendo aos nossos jovens com a obrigatoriedade de leituras do outro estilo.

Diagnosticar esta recusa como degeneração da leitura parece-me fácil demais para diagnóstico, talvez se tenha que ir mais longe e falar também de "potenciação diferente", ou seja, "…para quem está treinado a andar depressa não o obriguem a caminhar ao pé coxinho".

Analisando:

Dizer o que se quer em 140 caracteres obriga a hábitos de pensar o "escrever" e o "ler" com padrões diferentes de quem está habituado a escrever e ler ideias em 900, 1000 ou mais caracteres. 
Como analogia é como comparar a concentração, as decisões e acções necessárias para guiar um carro de competição com as necessárias para um cocheiro guiar um burro e carroça. 
Tenho a certeza que o motorista adormece na carroça e o cocheiro se enfia numa árvore com o carro.

O texto mudou de estilo e os leitores mudaram de mente em três factores, entre outros:

1 - no hábito de "get to the point", isto é, de não haver tempo para "enrolar". A solução não é aumentar o tamanho da escrita e o tempo de leitura, mas sim de aumentar a sua precisão.

2 - na rapidez em construir e decifrar conteúdos, isto é, o hábito hoje é "se demora, muda-se". A solução não é habituar à lentidão, é aumentar a agudeza (sharp mind) de escrever e ler.

3 - na "open structure", isto é, nos conteúdos com "liberdade de conexões". A solução não é "enquadrar a mensagem" é enriquecer a rede de significados.

Os três factores estão interligados, os dois primeiros são relativamente claros mas o terceiro está pouco esclarecedor e merece aprofundamento não só porque é o "líder" da alteração, como também porque está a ser intensificado cada vez mais com a evolução cultural e tecnológica.



Assim, … a "open structure"

O telemóvel como mudança


Segundo a "Pew Research Center's Internet & American Life Project", hoje, dos Americanos com telemóveis de acesso à Internet,  31% deles usam-nos para a pesquisar e a tendência é para aumentar essa percentagem.

Isto significa que o conceito tele-fone como instrumento de transmissão de mensagens faladas, do tempo dos nossos avós, se alterou para tele-mensagem, ou seja, um instrumento de transmissão de conteúdos falados, escritos, fílmicos, fotográficos e até de pacote de dados.
Parece que os telemóveis estão a caminho de se tornarem o primeiro dispositivo para criar e consumir conteúdos digitais.

Considerando que a circulação destes conteúdos digitais atravessa várias linguagens, diversas regiões (portanto distâncias) e consomem tempo, torna-se necessário ter uma "língua franca" (legível por todos), rápida na escrita e na leitura, e dizendo muito com poucos recursos.

A solução é óbvia, a fotografia vai ser o conteúdo dominante, pois tem uma linguagem universal, faz-se em segundos é pequena, perceptível em poucos kb, e facilmente adaptável.
Só a Apple tem mais de 10.00 programas iPhone na área de fotografia.

O vídeo está a ser destronado como mensagem imediata, rápida e pessoal, e sendo substituído pela fotografia pois esta é adaptável por permitir filtros, mudanças de tamanho, cortes, justaposições, legendas, etc, numa palavra, é facilmente personalizada.

Surgiram vários sites que apoiam esta construção de mensagens com base fotográfica, como o Instagram, Pinterest, Tumblr,... e ainda facilitadores de trocas como o Dribbble, Visual.ly,…, cuja adesão foi de milhões de seguidores em 3 anos.

Como exemplo, (autor: Lisa Mahapatra, New York, USA)
(PS- talvez seja uma ideia interessante para as próximas eleições para se conhecer os candidatos ???)

Conhecer um político através dos seus estados de espírito, desde chorar, zangar-se, entristecer, divertir-se…pesquisando uma matriz de 49 fotografias encadeadas, é uma ideia interessante com a fotografia a substituir o texto.



Matriz com quatro pontos de referencia "tristeza, zanga, excitação, felicidade", em que a passagem de um para outro é feita através de 7 fotografias. 
Deste modo, procura-se "conhecer" rapidamente oscilações de emoções, pesquisando à nossa vontade por onde queremos andar  sem ser lendo folhas de texto do CV, mas apenas clicando em quadrados da área pretendida.




ver em
clickar, no 2º ecran fazer scroll

Porém a questão fundamental por detrás desta evolução é o processo que está subentendido. Assim duas questões:

Qual a diferença entre a mensagem texto e a mensagem fotografia?
Qual é a consequência da substituição do texto por foto?


Um texto é uma sucessão programada de ideias:


Desde o início, as ideias encaixam-se uma nas outras e acabam por terminar na conclusão pretendida, construindo assim o caminho a seguir e pretendido pelo autor.

Perceber um texto é obedecer obedientemente às orientações de sequência de quem escreve, uma espécie de "passeio entre muros". Escrever mal é oferecer um percurso "baralhado" ou com "vazios de relação" que não permitem "perceber onde quer chegar".

Exemplo de um texto:

Ao ar livre, o frio faz-nos procurar calor e a forma mais primitiva é encostarmo-nos uns aos outros.
A civilização deu-nos equipamentos para nos aquecer a nós e aos animais de quem gostamos.


Alterando algumas palavras cria-se um caminho com outros significados pois são "muros diferentes":


Ao ar livre, o frio faz-nos desejar calor e a forma mais primitiva é obter contacto com outros.
A civilização vende equipamentos para nos aquecer a nós e aos animais de quem cuidamos.


Ou seja, 
outras palavras outros significados:

1 - deixa de ser procurar (i.é., ser activo) e passa a ser desejar (i.é., ser passivo);
2 - deixa de ser encostarmo-nos uns aos outros (i.é., haver uma acção partilhada) e passa a ser obter contacto (i.é., acção individual de usufruir, podendo ser bi-individual mas isso não é partilhar);
3 - a civilização deixa de dar e passa a vender (i.é., exige recursos para comprar);
4 - e por fim, deixa o gostar dos animais (i.é., que implica cuidar) para ser apenas cuidar (i.é., não necessariamente gostar, pois basta não estragar e evitar prejuízos).

Como se nota, alterar significados num texto é complicado, moroso e consumidor de tempo e outros recursos.

Como reforço, o texto pode complementado com imagens (tipo publicidade) para melhor controlo do caminho a ser seguido, detonando processos afectivos. Deste modo, o leitor vai "mais alegre e contente" para onde se quer:




Ao ar livre 
o frio faz-nos procurar calor
e a forma mais primitiva é 
encostarmo-nos uns aos outros.






A civilização deu-nos 
equipamentos para nos aquecer 
a nós e aos animais de quem gostamos.




Ou em esquema:


Porém
se se tirar os textos e se se ficar apenas com as fotos, tudo se transforma:





agora as mensagens possíveis são dezenas, pois cada foto é uma "open structure", com múltiplas conexões possíveis em função de quem a vê.

A imaginação e as conexões possíveis de cada leitor são fundamentais para criar os significados, as mensagens deixam de ter um ponto de chegada pois são apenas um ponto de partida, o leitor deixa de ter um "caminho entre muros" para encontrar a mensagem.

A mensagem tem que ser construída a partir do que cada leitor escolhe seleccionar, qual a sequência das escolhas, a sua primazia, prioridade e significados atribuídos. A mensagem tem que ser construída por cada um.

Exemplos de significados possíveis (entre outros) a partir da mensagem fotográfica anterior em função do leitor e dos temas-pormenores por ele seleccionados.


A - Com base nas duas imagens globais (setas verdes):

1 - Frio e Calor - ver texto inicial;
2 - Solidão - as aves sozinhas na natureza e o homem e seu cão dentro de um "útero social";
3 - Higiene - as aves catando piolhos e o homem e seu cão sossegados;
4 - Civilização - as aves deslocam-se por si próprias e o homem e seu cão servem-se de máquinas;
5 - Amizade - as aves ajudam-se no frio e o homem protege e ajuda o companheiro;
6 - Ambiente - A cor fria da natureza contrasta com a cor quente do metro;

B - Com base em pormenores das imagens (setas azuis):

1 - Esquecido de tudo o homem fica solitário com o seu telemóvel;
2 - Vendo o ar descansado do cão percebe-se a confiança que o envolve;
3 - Vendo o encaixe dos pescoços das aves sente-se a companhia que constroem;
4 - A neve que se vê e o tufado das penas das aves dá ideia do frio que as "ataca".

A fotografia como mensagem, quer se queira ou não, obriga o córtex a achar o seu caminho, nem que seja a obedecer ao óbvio a que está habituado.

Hoje os jovens pensam também muito com a imaginação e isso significa liberdade no uso do raciocínio, ou seja, acabou o enquadramento do pensar monopolizado pelo texto.

OBSERVAÇÃO:

Como treino e divertimento descubra o caminho que lhe propõem num texto e procure pensar fora do "carril".

Nunca faz mal falar com idiotas (os que vivem dentro de "carris"), o mal está em nos deixarmos idiotizar… e o pior é aceitar que têm razão…e muito pior é fazermos o que eles querem.

Procurar sabedoria é o objectivo da vida…

…. Obrigado Eva pela dentadita na maçã.



domingo, 16 de fevereiro de 2014

O extra-ordinário, o estudar e o quotidiano



O extra-ordinário é o que está fora do ordinário.

Uma questão fundamental é decidir se isso acontece porque algo de diferente surgiu ou porque se viu o "normal" doutra maneira.
Se se reparar esta aparente dupla alternativa tem, na prática, o mesmo problema.

Na verdade, quer seja diferente, quer seja normal é sempre preciso VER DIFERENTE






Qualquer "pré-histórico" que descobre um avião e o "vê" como mais um pássaro lá no alto, nunca encontrará algo de extra-ordinário.



Em resumo, o extra-ordinário da vida está na capacidade de ver diferente e o espantoso é que a igualdade que vemos no que nos rodeia é uma abstracção, enquanto que a diferença é o concreto. 
Não há duas pessoas iguais, não há duas árvores iguais, as folhas de uma árvore são todas diferentes, nós próprios não somos iguais em dois dias seguidos... mas passamos a vida inteira sem nunca ver algo diferente, mergulhados na rotina da igualdade.

Outro dia conversando com um jovem (12 anos) sobre como estudar dizia-lhe quer era só preciso ver as diferenças que existem e pensar sobre elas. Ele respondeu-me que estudar era sempre o mesmo -"… é só ler, resumir e decorar o que lá está..." e concluía -"…o livro não muda é sempre o mesmo!".

Gostei da segunda afirmação, significava que nele o pensar estava activo, a ser aplicado e o conceito "diferença" estava a ser usado, agora só era preciso "complicar".

Levantei-me, levei-o à janela e pedi-lhe para me dizer qual era a cor das folhas da árvore que estava em frente. Respondeu-me -"São verdes".
Pedi-lhe para me dizer quantos verdes ele via e passado algum tempo começou a encontrar vários verdes e a ficar divertidíssimo.
A brincadeira continuou com outras árvores e pedi-lhe que me contasse o que tinha encontrado. No fim disse-lhe: -"Estiveste a estudar as árvores". Ficou sério e calado.

Regressámos à sala e pedi-lhe para "estudar" as diferenças entre duas cadeiras "iguais" e depois entre duas pernas da mesma mesa.

A seguir perguntei-lhe:

- Porque é que há pintores famosos que são franceses?

(PS - Querem tentar responder? No fim há algumas dicas.)


Deu-me uma resposta e foi uma longa conversa sobre ela, sobre diferenças e sobre estudar.

Na sessão seguinte disse-me que a professora tinha dito "hifi" e não "haifai" e perguntou como se deveria dizer. 
Foi outra vez uma conversa interessante sobre a sua capacidade de apanhar diferenças e o inteligente cuidado a ter no seu uso com quem o rodeia e também o modo de dizer palavras doutra língua na sua própria língua.

Mas o que foi muito claro para mim foi que a porta da caça do extra-ordinário estava aberta…pelo que o universo do estudo estava à sua espera.

A minha esperança é que não estraguem isso, isto é, que os "pré-históricos" não o castrem,






DICA

A - Porque é que há pintores famosos que são franceses?

B - Porque é que há pintores franceses que são famosos?


A resposta não é a mesma apesar de ambas terem igualdade nas 3 áreas de diferenças:

1 - ser ou não pintor
2 - ser ou não famoso
3 - ser ou não francês

mas há uma diferença na estrutura que as contém:

A - pintores ==> famosos ==> franceses  
=> resposta: porque nasceram em França, se tivessem nascido na China eram chineses.


B - pintores ==> franceses ==> famosos 
=> resposta: porque as suas pinturas são muito conhecidas … se positivamente: famosos por BONS, se negativamente: famosos por MAUS.
Se não conhecidas, são não-famosos (desconhecidos).

Normalmente responde-se a "A" com a resposta de "B"… o córtex gere as diferenças como lhe "apetece".


sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Aprender, bom ou mau ?…depende

Como tudo na vida….

Fazer Justiça ??? Bom ou Mau?... depende se é justa ou injusta, legitima ou ilegítima….
Tratar doentes ??? Bom ou mau?… depende se com isso morrem ou ficam curados…
Resolver a crise ??? Bom ou Mau?… depende se fica uma sociedade feliz ou um bonito cemitério…
Aumentar impostos ??? Bom ou Mau?… depende se é dos que pagam ou dos que tiram o dinheiro...

e assim por diante…. há sempre necessidade de ver o rótulo e também o conteúdo da acção.





Analisando o aprender
convém, para além do resultado, ver também o processo.





A revista "American Mensa" publicou um esquema que gostei:


Simplesmente o problema é mais complexo.

Partindo de uma afirmação lapidar "Aprender é adquirir conhecimentos" convém perguntar - "… e o contexto é estático ou dinâmico?", isto é, tudo à sua volta se mantém e manterá igual ao que sempre foi ou tudo estará em contínua transformação?

Na verdade, existem dois conceitos semelhantes mas bastante diferentes: conhecimento e conhecer.

Conhecimento é um substantivo e refere-se a um objecto, a um resultado, mas conhecer é um verbo e refere-se a uma acção, a um processo. Podem-se comparar à dinâmica da onda-partícula na teoria quântica, em que quando a onda colapsa temos a partícula e aqui quando o conhecer colapsa temos o conhecimento, mas é sempre a onda que dá energia à vida.

Assim a questão fundamental é saber se o conhecimento se insere num contexto estático em que o aprender vive de ter conhecimentos e neles fica fechado, memorizando, bloqueando mudanças e destruindo quem deles se desvia, como foi por exemplo na Idade Média (sou um optimista com o "foi"…!),


JULGAMENTO DE GALILEU
Fechados no seu conhecimento julgam o novo conhecer 

ou se vive num contexto dinâmico, por exemplo no século XXI, em que o aprender deve viver de intensificar o conhecer.

Na perspectiva do conhecer aberto (open knowledge), ou seja, no conhecer activo, conhecer é estar permanentemente estabelecendo outras conexões e analisar outros resultados e este processo deve ser intensificado, dinamizado, enriquecido e potenciado ...e então o APRENDER É BOM.
Mas se o processo de aprender mata a curiosidade, bloqueia raciocínios, impede o "Porquê", o "Porque não…?", o "Então se…", destruindo a capacidade de construir alternativas,...então o APRENDER É MAU.

A questão é simples, este APRENDER potencia ser pessoa ou potencia ser "papagaio enciclopédico"?


Como exemplo, se se analisar informações sobre um elevador permitirá adquirir conhecimentos Newtonianos sobre a gravidade, todavia se essas informações forem conectadas diferentemente pode-se adquirir conhecimentos sobre a relatividade (vide Einstein e o exemplo do elevador).

Assim, utilizando o esquema da "American Mensa", poderíamos ter algumas centenas de hipóteses de conhecimentos possíveis com a mesma informação, pois o conhecer é construir conexões e não memorizar informações ou estruturas de informações e depois aplicá-las ao real:


Todavia ainda existem mais duas variáveis que se activas podem transformar as centenas de alternativas de conhecimentos possíveis em milhares de hipóteses desde que exista um processo activo de conhecer e não apenas uma posse estática de conhecimentos a bloquear essa actividade.

Uma delas, como já foi citado, é a conexão com um contexto mutante que cria novos significados nas conexões existentes (vide o exemplo do elevador) e a outra é que a mais ligeira alteração numa só informação vai afectar todas as conexões existentes, eventualmente com efeitos desprezáveis ou não.

Como exemplo, uma porta é uma porta e desde há milhares de anos que poucas variáveis surgiram para alterar, é um método simples de tapa-destapa um buraco, todavia há sempre possibilidades de com os mesmos elementos pensar outras conexões.
É sempre um prazer ver uma alternativa possível e improvável:


Como conclusão

Estudar sim … se com prioridade à potenciação do conhecer a par da potenciação do conhecimento



Estudar não … se só com potenciação do conhecimento castrando o processo de conhecer
pois o resultado são apenas papagaios Licenciados mas "tapados" que estrebucham por aí:


por muitos grupos, equipas, associações e quejandos que constituam, pois um importante dogma da Matemática afirma que "milhares de zeros juntos continua a ser ZERO":



domingo, 9 de fevereiro de 2014

A bisbilhotice dantes e agora

Dantes na aldeia, todos sabiam tudo de todos, até mesmo das actividades íntimas lá para o meio da noite.
Não havia Big Brother a vigiar, mas havia a Ti Jaquina sempre a par de tudo.

Não se podia andar com meias rotas porque 5 minutos depois toda a gente comentava e era a conversa do dia no mercado e na taberna.

Dizer que hoje acabou a privacidade é porque não conhecem a bisbilhotice da aldeia onde tudo se sabe.     Mesmo nas cidades do interior só há privacidade de negócios, fisco, aventuras não conjugais e até nas conjugais, drogas, etc, quando se lembram de se esquecer.

Por mero acaso, hoje na Internet fui bisbilhotar uma multidão de milhares de pessoas


 e vi com alegria que a economia não está nada má, pois bisbilhotei algumas meias e não vi nenhuma rota, todas estavam em bom estado. Havia um que estava descalço mas penso que devia ser opção de vida ou solução natural para o calor.

Não me senti nada um bisbilhoteiro Ti Jaquina de aldeia, mas sim um observador do século XXI. 
A grande diferença é que não tenho a mínima ideia de quem são os donos das meias (ao contrário da Ti Jaquina), e assim eles têm a privacidade garantida.

Claro que se andar à procura de caras o problema é outro,  mas a Ti Jaquina também sabia quem eram.

Realmente isto de bisbilhotar com tecnologia é diferente de espreitar pela cortina da janela ou de vigiar os vizinhos nas esplanadas e das varandas.