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segunda-feira, 30 de setembro de 2013

A vida vive-se aos "Sss's" (video, nova versão)


A vida não tem uma lógica rectilínea de causa-consequência como dizem as perspectivas Newtonianas. A vida é um "surfar" nas curvas da mudança que nos envolvem, escolhendo nós, em cada momento, "onde pôr o pé para o próximo passo". Como diz a perspectiva quântica, nós vamos colapsando possibilidades existentes.

Na vida a mudança não se faz em linha recta, mas aos Sss's. É preciso ir mudando ao sabor das oportunidades, sem nunca perder a orientação. Não é um problema de vontade, mas sim de lucidez de escolha das possibilidades.

A mudança à nossa volta também não segue caminhos "rectilíneos", mas sim caminhos de curvas que "nascem, vivem e morrem" e que, em cada momento, nos propõem encruzilhadas de várias curvas parciais em estadios diferentes, com as quais é possível fazer a passagem final.

O datashow em anexo explicita a dinâmica das mudanças sociais utilizando curvas em Sss's, o seu nascimento, maturação e morte, seus pontos de opções e possibilidades.

Pensar a mudança como "vontade pura" é como pensar o nadar como um problema de vontade. Em ambas tem que existir opção pessoal, mas o "caminho é feito pela lucidez das pequenas mudanças para o construir"…e no fim, descobre-se que a mudança foi feita.

Uma experiência pessoal interessante é pensar a vida passada e as opções que nela foram feitas, comparando-as com as que na altura foram recusadas,  imaginando:

- "Se tivesse escolhido outra, onde estaria EU AGORA ???",

…é como ir ao cinema e ver um filme da própria vida pessoal com vários "takes" diferentes.

É sempre interessantes mudar neurónios !!


clickar

PS - O modelo permite compreender a mudança em jogo clara no movimento de independentes versus partidos nas eleições autárquicas, ou uma alternância entre dois modelos.


terça-feira, 24 de setembro de 2013

O apanhar feno e o estudar


O feno

Alguns anos atrás, resolvi trabalhar no campo.
O primeiro trabalho que me deram foi apanhar feno durante um dia. Pareceu-me simples, era só apanhar as "ervas secas", pô-las às costas e levá-las para a carroça.

Mas os problemas esperavam por mim.


Juntar e apanhar feno era fácil. Pô-lo às costas e andar até à carroça para  o deitar lá, também era fácil. O problema apareceu porque à medida que ia andando ele caía, espalhava-se pelo caminho, e apenas uma pequena mão cheia era despejada na carroça. 
Depois era preciso voltar atrás, apanhar o que tinha caído e levá-lo ao seu destino… mas mais feno tornava a cair e o ciclo repetia-se.

O trabalho de um dia estava a transformar-se em trabalho para uma semana, ou mais.

Precisava de formação.




Com um instrutor e fazendo tentativas, lá aprendi a fazer "cordas de feno" para amarrar os fardos e também a fazer cordas e fardos ao mesmo tempo, porque senão quando largava o molhe para apanhar a corda, ele desfazia-se. Ou tinha um ajudante ou era outra vez trabalho para uma semana.

A conclusão importante é que apanhar uma mão cheia de feno não é o mesmo que apanhar um fardo grande. A primeira tarefa é fácil, a segunda precisa de método.


A roupa

Comprar 3 peças de roupa numa loja é um problema semelhante ao do feno.




É uma tarefa simples que qualquer criança faz com facilidade.
Tem 3 etapas:
- Olhar
- Escolher
- Decidir

Depois é só comprar e ir embora.


Mas comprar 50 peças de roupa em 30 lojas de 2 Centros Comerciais já não tem esta facilidade. Para o fazer com eficácia e eficiência, essas 3 etapas precisam de método.
Semelhante ao exemplo anterior, agora já não era "apanhar feno", mas sim "apanhar fardos de feno". O problema mudou e com ele a tarefa também mudou.


O estudo

O problema do Estudo é semelhante ao do feno e da compra de roupa: apanhar uma mão cheia não é o mesmo que apanhar um fardo. Na verdade, estudar uma página não é o mesmo que estudar um livro ou a matéria de um ano.

Para estudar, o que se ensina às crianças é simples, têm que fazer 3 etapas:
- Ler
- Pensar
- Resumir
Realmente olhando para uma folha, ao ler com atenção o que lá está e ao pensar sobre isso, não é difícil decidir o que é mais importante e redigir um resumo.

Todavia, há páginas mais fáceis e páginas mais difíceis, mas com maior ou menor esforço consegue-se sempre. É só um problema de esforço e aplicar o método descrito.


Porém neste método há um bug. Como exemplo e para analogia, para ir à praia o método não é:
- escolher o caminho,
- andar,
- estar lá,

porque "estar lá" não faz parte do "ir à praia", é apenas o resultado de "ter ido à praia".

Do mesmo modo "resumir" não é uma etapa do estudar, é apenas uma etapa possível DEPOIS DE TER ESTUDADO para guardar/consolidar a aprendizagem obtida. 

Resumir não faz parte do estudar, mas é uma etapa essencial para unir etapas de estudos parciais. É fundamental para poder estudar a "big picture", isto é, a imagem global que dá sentido e significado a tudo. No estudar é preciso criar constantes conexões entre a "imagem global e o detalhe", e para isso resumos do já aprendido é uma ajuda importante.

Quando se estuda apenas uma página, este aspecto é desprezável porque é fácil relacionar o global e o detalhe, mas quando se estudam 200 páginas (livro) ou a matéria de um ano é um problema importante porque fazê-lo já não é tão fácil.

Estudar um livro, não é um problema de esforço, é um problema de método, exactamente como apanhar um fardo de feno.

De uma maneira simples, estudar é só pensar. Ler e resumir são apoios (entre outros possíveis) para aumentar a eficiência e a eficácia da tarefa. Estudar uma página é natural, estudar um livro exige método.

Pensar é construir redes neurais, para isso é necessário estabelecer conexões entre ideias, ou seja, é preciso criar uma rede de significados. Criar significados é encontrar diferenças significativas entre as ideias.
Exemplo:

Qual é a diferença entre um pássaro e um peixe ? Querem pensar ?

Dizer que o pássaro tem penas e o peixe tem escamas, não é diferença, é distinção. 
As distinções fazem "tijolos separados", as diferenças fazem "redes unidas", porque as diferenças têm um ponto comum e depois divergem:


Pensar é procurar o ponto comum (FCS- Factor Critico de Sucesso) de duas ou mais ideias e depois pesquisar onde divergem e porquê. 
Pensar com ideias em arquivo é o método de "pensar com cassetes", pensar com ideias em rede é o método de "pensar com significados". É só um problema de culturização e treino, não é um problema de "genes de nascença".

Regressando ao exemplo, uma das diferenças entre peixe e pássaro é a locomoção, um locomove-se com asas e o outro com barbatanas. Como o pássaro também se locomove com 2 pernas ele não é diferente do homem mas é diferente do boi que o faz com 4 pernas.
Pensar com redes é como apanhar cerejas de um monte "puxando uma vêm todas atrás". Todas as crianças se divertem a pensar em rede… e descobrir o desconhecido... e  ISTO É ESTUDAR.

PS - Ainda regressando ao exemplo anterior, o peixe e o pássaro têm ambos a pele coberta, um com escamas e o outro com penas. 
Continuando a pensar, o homem cobre a pele com quê?...e a tartaruga?...e o crocodilo?...e o tubarão?… assim brincando a pensar diferenças as redes neurais vão-se construindo, e o pensar afasta-se do "método das cassetes".

Em resumo (para passar-conectar a outro pensar):

Estudar é conectar ideias entre si.

Em consequência, a pergunta imediata é: - "Quantas se podem ligar entre si?"
A resposta é: - "TODAS que se conseguir...!!!!"…e aqui começa o problema.

Numa análise rápida, uma página pode ter de 1 a 5/6 ideias, ou seja:

- 1 ideia têm uma rede com 0 ligações possíveis;
- 2 ideias têm uma rede com 1 ligações possíveis, isto é,  2 a 2;
- 3 ideias têm uma rede com 4 ligações possíveis, isto é, 3 (2 a 2)+1 (3 a 3);
- 4 ideias têm uma rede com 11 ligações possíveis, i.é., 6 (2 a 2)+4 (3 a 3); )+1 (4 a 4);
- 5 ideias têm uma rede com 25 ligações possíveis, i.é., 10 (2 a 2)+10 (3 a 3); )+5 (4 a 4);
- 6 ideias têm uma rede c/ 57 ligações possíveis, i.é., 15 (2 a 2)+20 (3 a 3); )+15 (4 a 4)+6 (5 a 5)+1 (6 a 6);

ou seja, é um problema de combinações possíveis, cuja fórmula matemática nos dá o resultado.

Isto significa que uma página com 6 ideias possibilita pensar 57 integrações possíveis dessas ideias entre si, ou seja, possibilita pensar 57 significados e conclusões diferentes. É o que se pode chamar uma página de "estudo, leitura e compreensão difícil" comparada com aquela que só tem uma ideia extraída.

Sem apresentar os cálculos de um livro onde se seleccionaram 10 ideias importantes, as hipóteses de conclusões possíveis serão de 1.308 ideias significativas. Se um livro possibilitar 50 ideias esta quantidade ascende a muitos milhares.

Portanto, o chamado método natural de estudar ["ler, pensar, resumir"], deixará de funcionar neste caso. Estudar as matérias numa Escola Primária não é o mesmo que estudar matérias numa Universidade, (Licenciatura, Mestrado ou Doutoramento) …ou estar-se-á a usar o "método das cassetes" ou os programas serão apenas meia dúzia de efemérides que se aprendem nas curiosidades culturais das revistas e jornais.

Conclusão

Estudar é relacionar ideias capturadas (ler, ouvir, ver, sentir,..) em tempo real e de forma sequencial e depois com elas criar redes de significados que serão resumidas e arquivadas, para posterior suporte de outros estudos.
A quantidade de ideias capturadas altera a qualidade do estudo, e exige adaptações metodológicas.






Sem método apanhamos o feno e ele vai ficando pelo caminho.

Sem método estudamos o livro ou a matéria para exame e as ideias vão ficando pelo caminho.

Não é um problema de esforço, é um problema de termos instrumentos que não nos estragam o esforço.








domingo, 22 de setembro de 2013

Gestão de conflitos, o BOM e o MAU


"Brincas, Brincas, …vai dar chorincas,,,!!!",

dizia a sabedoria das avós.

Serão as tensões do brincar que provocarão os choros ou serão tensões de choros escondidos que se manifestam nas brincadeiras ???

As relações humanas são tensões de pessoas diferentes que se emaranham numa dança mais ou menos sincrónica. Conhecer este dançar de "acção-COacção-REacção" faz parte da experiência da vida, a sua melodia são variações de "sincronismo-conflito", procurando afastar-se de "cacofonias".


O artigo de

Paula Silveira sobre a Gestão de Conflitos, que se apresenta num video de 3 minutos e 22 segundos, dá-nos uma análise sobre esta questão.












terça-feira, 17 de setembro de 2013

A Política em 2 ideias, simples e fáceis

1ª ideia:

Se vive em sociedade, é um participante político ou um absentista político ?


Não se preocupe em responder porque qualquer que seja a resposta ela não responde, pois a pergunta está mal formulada.

Se vive em sociedade será sempre participante político nas consequências da política.

Portanto a pergunta correcta é:

Se vive em sociedade, é participante ou absenteísta nas decisões políticas ?


Agora, para esta pergunta a resposta possível tem duas alternativas:

A - Se a sociedade for uma ditadura, as consequências são 100% e a participação nas decisões será 0%, com excepção dos grupos gestores da ditadura onde esta percentagem vai variar.

B - Se for uma Democracia, as consequências são também 100%, mas a participação nas decisões irá variar entre um mínimo e um máximo em função das características do funcionamento democrático e da pertença ou afastamento individual aos grupos gestores da democracia.

Como referencial para a resposta, a solicitada participação nas decisões tem 3 modelos possíveis:


Clássico 
"Ele fala e nós ouvimos" - "Os Comícios democráticos"



Ouve-se o Menu político, mas só se dizem os pontos BONS, e decide-se se sim ou não… às consequências que irão existir com essa política.
Se as consequências forem más, depois de acontecerem altera-se a política, ou seja, "primeiro o doente tem que morrer para se alterar o tratamento".






Moderno 
"Eles falam e nós ouvimos" - "Os debates democráticos"

Há aqui uma diferença.

Cada um diz o seu Menu político e diz BEM dele. Os outros ouvem e a seguir dizem MAL desse Menu. Ou seja, quem escolhe ouve os pontos BONS e os pontos MAUS de cada Menu. 

Não altera o modelo anterior, só altera o critério de selecção… "entre não-beijo com não-estalo e 2 beijos com 2 estalos", todos preferem o mal menor. A escolha democrática é feita pela negativa.



Wiki
"Nós falamos, emendamos, concluímos" - "Os encontros democráticos"



Aqui usa-se o mesmo modelo da Wikipédia, ou seja, em que todos:

1- escrevem

2- editam

3- guardam

4- partilham

porém sem se usar computador. A relação pessoal é dominante, a teia social é fundamental, todos comunicam uns com os outros, falam/escrevem, reformulam, guardam, partilham, concluem… e assim sucessivamente até que ideias claras surgem sem lutas de "argumentação versus contra-argumentação".

A esperança do método é que, no meio do caos das muitas conversas que se fazem, todos se lembrem do provérbio chinês:
     "visão sem executar é sonho, mas executar sem visão é pesadelo".
O objectivo é simples e claro, o plano decidido tem que ser sentido como DESAFIO e nunca como SACRIFÍCIO, visto serem todos terem participado na construção da decisão.


2ª ideia:



Quando acorda de manhã, está feliz ou assustado por ir passar mais um dia na sua sociedade ???





Se não sabe, pense no emigrante, aquele que deixa o seu país.
A sua saída é baseada na diferença entre SACRIFÍCIO e DESAFIO.

Sacrifício é um esforço feito com origem em decisões que não são suas.
Desafio é um esforço feito a partir de decisões que são suas.

O emigrante é aquele que troca esforços de sacrifícios por esforços de desafios.

Enquanto está num país que exige sacrifícios, acorda sempre angustiado, sem alegria e sem energia.
Quando está num país com possibilidades de desafios, acorda contente, alegre e com energia…mesmo que os esforços sejam maiores.

Um país em que a consequência das políticas aplicadas são exigências de sacrifícios (esforços sem decisões dos envolvidos) é um país à beira de emigração volumosa.
Um país em que a consequência das políticas são possibilidades de desafios (esforços com decisões pessoais) é um país à beira de imigração volumosa.

Em conclusão:

A consequência individual da política é viver o seu dia-a-dia com sacrifício ou com desafio. A solução não está na política adoptada, mas sim se ela foi construída com ou sem a participação dos envolvidos.
Se não foi é SACRIFÍCIO, se foi é DESAFIO.

Quer saber se a sua percentagem de participação política na construção das decisões que o afectam é BOA ou MÁ ?
É simples…acorda bem ou mal disposto ???



Observação:

O Objectivo da política é energizar a sociedade com desafios, não é apatizá-la com sacrifícios. Fazer isto é "crime de lesa-sociedade", pois sacrificar para desenvolver é o mesmo que debilitar para ter força. Partido político é um instrumento social para energizar grupos sociais, não é para fazer "clonagem política", a História recente tem muitos maus exemplos disso, à esquerda e à direita.


sexta-feira, 13 de setembro de 2013

3 segredos que todos sabem


Desde o nascimento até à morte, a vida é vivida indo ao mundo do...

"NÃO SEI": ...andar...ler...jogar futebol...namorar...nadar...dançar…patinar…guiar...

para trazer o saber desejado para o mundo do...

"JÁ SEI": ...andar...ler...jogar futebol...namorar...nadar...dançar...patinar…guiar…

Simplesmente, estes dois mundos estão separados por um precipício, umas vezes grande, outras vezes pequeno, que é preciso atravessar.



Todos vamos lá várias vezes, uns com visitas mais frequentes que outros, uns com mais êxitos que outros. Porém, com maior ou menor sucesso todos continuam a tentar, não só porque gostam de o fazer, como ficam felizes quando o conseguem.
Além disso, também gostamos de ajudar os outros a fazê-lo: 
- "Olá, já sabe a novidade ?" 
… e deste modo o que não se sabe fica-se a saber.
Depois, a conversa flui e marcam-se encontros para novo conversar.

Mas conversar é exactamente trocar saberes, é tirar o outro da ignorância, pois desde pequenos que a nossa vida é sair do "NÃO SEI" e passar para o "JÁ SEI": 


e assim continua até morrer...

A bisbilhotice da Ti Jaquina, a investigação do policia, o diagnóstico do psicanalista, a curiosidade dos namorados, a desconfiança dos casados, a pesquisa do cientista, o interrogatório do juiz, as sondagens dos conhecidos,… é tudo o mesmo, são apenas palavras diferentes para o mesmo objectivo, SABER O QUE NÃO SE SABE.
A principal leitmotiv da vida é saber o desconhecido. 

Uma adivinha:
Qual é a semelhança entre um cão que vai à rua e o dono que vai ver o telejornal ?

É que ambos vão tentar saber o que não sabem. 
Pelo cheiro, os cães tentam conhecer o que aconteceu no seu território (as novidades) e o dono, pelo telejornal,  tenta saber o que há de novo no exterior. 
Em resumo, ambos atravessam o precipício indo buscar ao "NÃO SEI" material para o "SEI". 


Assim, aparece o primeiro segredo que todos sabem:
Viver é passar constantemente do "NÃO SEI" para o "JÁ SEI".
Se esta transformação pára, deixa de se viver apenas se vegeta.



O problema é que, a separar estas duas áreas, há precipícios grandes e precipicios pequenos e a técnica é sempre a mesma, isto é, tem que se usar uma ponte para atravessar. 
Se a ponte não presta, ou se foi "escangalhada", não se consegue alcançar o lado do "NÃO SEI". 


Essa ponte chama-se APRENDER.

Como é lógico a ponte tem que começar no lado em que se está. Portanto, qualquer aprendizagem tem que começar pelo que já se sabe e "não por aquilo que quem ensina sabe e ele não sabe" porque não se pode construir uma ponte começando pelo sítio em que não se está.

Por outro lado, esta ponte é especial: é feita de travessas:


… e só se pode passar para a seguinte, depois de pôr o pé na anterior, portanto ela tem que existir primeiro.

Aprender é descobrir qual é a "travessa" que é preciso colocar primeiro antes de se passar para a colocação da seguinte e depois caminhar por elas.

Assim, quando se estuda, a primeira pergunta é: -"O que é que eu sei ?", a segunda é: -"O que é que não sei ?" e a terceira é: -"O que é preciso para ligar as duas ?".

O trabalho de quem ensina, não é responder a estas perguntas, é ajudar a responder e ajudar a ajuizar a sua resposta sob o ponto de vista prático para construir a ponte, e deve ser feito em três níveis:

A - apoiar a recolha do material necessário para o fabrico das "travessas" e que não falte nenhuma necessária;
B - apoiar a melhor sucessão das "travessas";
C - apoiar a ligação e suporte do conjunto.

Quem ensina não é um juiz a decidir o certo ou o errado, esse é o objectivo dos exames-avaliações, aqui o objectivo é aumentar a lucidez sobre o caminho que está a ser seguido.


Assim, aparece o segundo segredo que todos sabem:
Aprender é ensinar a si próprio.

… foi assim que os filhos aprenderam a andar.


Num exemplo, o aprender a NADAR.

Uma metodologia possível é ensinar os estilos, ou seja, os diferentes movimentos de pernas e braços para se obter a deslocação aquática, ensino esse que poderá ser feito em seco, num banco.
As instruções são: "Depois de já nadar no banco, vão para dentro de água. Se nadam continuam na água, se não nadam voltam para o banco e repete-se o ciclo as vezes necessárias."

Este método pode ensinar a nadar numa piscina, mas fazê-lo no mar com ondas tem um afogamento quase certo.

Em esquema, a "ponte" deste aprender será:

Todavia, bebés de 4 meses não sabem estilos mas nadam debaixo de água e á superficie, divertidos e sem problemas:


Naturalmente, eles constroem a "ponte" correcta para saber nadar, ou seja,…

Neste método o primeiro passo é criar flutuabilidade, o segundo é respirar em sincronia com a imersão-emersão e o terceiro é a deslocação aquática, desde o "gatinhar" dentro de água (o nadar à cão), passando pelo crwal só com braços, até chegar a todos os outros estilos. Logo no inicio surge o "JÁ SEI", e depois em cada melhoria os "JÁ SEI's" vão-se dizendo.

A diferença entre os dois sistemas é simples, num aprende-se com bases certas, no outro aprende-se com bases erradas. 

Não vamos escamotear o problema, simplificando a questão ao colocar o  dilema:
 "sozinho" (ao estilo bom selvagem) ou com "ensino" (ao estilo recruta). 
Não é aqui que está a questão, ambos podem estar certos e ambos podem estar errados.



Assim, surge o terceiro segredo que todos sabem:
O ser humano não é um computador.
Ou seja, à semelhança do computador que usa software já existente, também os humanos, se aprenderem os conhecimentos já disponíveis na sociedade, usam um bom método para acelerar e potenciar o desenvolvimento … assim, vamos esquecer o método do "bom selvagem".

Porém, à diferença do computador, nos humanos não se pode instalar o conhecimento à revelia da parte interessada, pois todo o processo activo tem que ser feito por quem aprende … assim, vamos esquecer o método da "recruta"de passividade a aprender.

Na verdade, já alguma vez ouviram uma criança dizer:

Se fosse a um adulto…talvez ouvissem, mas não a uma criança. As crianças não querem FACTOS querem HISTÓRIAS.
Qual é a diferença ??

Um facto é um registo de uma diferença definida por um observador. Os computadores trabalham com diferenças registadas em código informático.

Mas os humanos não trabalham com factos, trabalham com significados registados nas células. Um significado é um facto emaranhado (entangled) com emoções. Assim que o facto é percepcionado é logo "infectado" com emoções e é com este conjunto que os humanos trabalham.
Num exemplo:

O Manuel percepcionou um facto  [Na esquina, a mulher conversa com um homem.]
O significado que ele construiu (pois não é ciumento) foi que "é um conhecido" (apesar de ser o amante).


O António percepcionou um facto  [Na esquina, a mulher conversa com um homem.]
O significado que ele construiu (pois é ciumento) foi que "é o amante" (apesar de ser um conhecido).


O computador detectou uma diferença [Na esquina, a mulher do Manuel/António conversa com um homem.]
O facto que ele registou foi  [Na esquina, a mulher do Manuel/António conversa com um homem.]


Quando mais tarde, o utilizador do computador, ao ler esta Base de Dados, criará automaticamente um significado tipo Manuel ou tipo António ou tipo dúvida ou tipo desprezo (considera lixo, solução usual na sobrecarga informativa).

Os adultos sabem, mas já esqueceram esta diferença.
As crianças não sabem mas sentem a diferença e por isso pedem -"Conta-me a HISTÓRIA da Branca de Neve", porque uma história é uma sucessão de significados, ou seja, é uma sucessão de factos emaranhados e unidos por emoções.

No aprender, na ponte que conecta o "SEI" ao "NÃO SEI" as travessas dos factos são unidas pelos significados, são eles que dão estrutura ao conjunto. Sem o jogo dos significados não há ensino e não há aprendizagem. Este jogo exige emoções.

Quando se joga com emoções negativas a aprendizagem é de bloqueio ao processo… surgem traumas anti-escola, anti-aprender, anti-professor.
Dizer que uma criança/adulto não aprende é mentira, sempre que os significados existem há sempre aprendizagem (registos celulares), o que acontece é um "aprender de não-aprender".


Para terminar,

Viver é aprender e aprender é um caminhar de significado em significado até o "JÁ SEI" se conectar ao "NÃO SEI" criando a experiência do "Ah! Ah!", aumentando a rede dos saberes em conexão.

Um significado é um facto que foi "digerido" pelo indivíduo (não é "instalado" no indivíduo, significados não se instalam, criam-se). "Digerido" significa emaranhado em emoções pessoais de quem aprende.

Aprender é o resultado de um processo de "ensinar a si próprio", de manipular a construção da própria teia de significados. Um exemplo é o ensinar a nadar, "… ensina-se, mas ele tem que expressar isso em auto-ensino, pois é ele que tem que nadar, não o professor".

Na aprendizagem de ideias é o mesmo. Como disse Einstein -"Eu ensino, mas tu é que aprendes", ou seja, aprender é "transformar o ensino recebido em auto-ensino", semelhante ao alimentar-se em que "comer não é receber comida…é digeri-la". No caso do ensino, o digerir chama-se ESTUDAR.

Aprender a estudar é apenas aprender técnicas ("truques") de aumentar a eficácia de se ensinar a si próprio.



domingo, 8 de setembro de 2013

A pessoa é a tela


Retrato é a reprodução, pintando com tintas num espaço a 2 dimensões,  da imagem de uma pessoa. 

…E  fazer o contrário?

…isto é,…

Retrato ser a reprodução da imagem de uma pessoa pintada com tintas na vida real ?

Eu sei que isto é normal e chama-se maquilhagem pré-fotografia. 

Simplesmente, agora não é uma "pessoa com maquilhagem" é uma "maquilhagem com pessoa". 

Como diz a 3ª Lei de Arthur Clark: "Só se sabe os limites do possível, se nos aventurarmos no impossível"… 

ou, (trans)fraseando: "A ARTE é o mundo do impossível".


PS - Talvez seja uma boa ideia para retratos de "VIP´s" que decoram instituições públicas.


(clickar)

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Velhice ou avaria informativa?


Ninguém morre de velho com as mesmas células com que nasceu.

Todos nós somos uma colónia de triliões de células em saudável cooperação e durante todo esse tempo há uma actividade constante de células a substituir células e a colónia mantém-se funcional.

De repente a substituição de células deixa de se dar e surge a velhice. 
Por outras palavras, a colónia aparece com bugs nas funções e quando eles aumentam muito todo o agrupamento se desfaz em unidades separadas, cada uma vai para seu lado e reagrupam-se noutro conjunto. Chama-se morte do organismo e sobrevivência dos elementos constituintes.

Parece que afinal a velhice é apenas a "paragem celular de haver substitutos a fazer substituições", desequilibrando a eficácia do conjunto pois continuam sempre os antigos a funcionar até ficarem fora de prazo. 

Mas qual é a causa? 
É porque já não se produzem substitutos ou porque já não se fazem substituições?

Como a produção de células substitutas não pára, visto que mesmo em idades avançadas a regeneração celular continua a existir, por exemplo na recuperação de uma ferida ou num pós operatório, então, a causa deverá ser a paragem PARCIAL de "alguns processos de substituição celular".

Se assim for, a causa da velhice poderá estar numa informação extemporânea, "fora da época", que começa a circular na colónia celular com a indicação de "parem a manutenção e dispersem-se". Porém esta informação só deveria aparecer em simultâneo com a morte do organismo e não antes.

Numa palavra, a velhice é apenas uma ordem que aparece antes do momento para que foi programada. Não é um problema de funcionamento, é um problema de avaria informativa. 

Então, o combate à velhice deve ser apenas um problema de marketing. É preciso fazer circular continuamente por todas as células a mensagem "Ainda não estou morto, continuem lá a fazer as substituições celulares de manutenção".

A velhice é só um problema de comunicação, de bugs na internet celular pessoal. É preciso conversar mais vezes e com intensidade com o nosso Alter Ego.

A velhice é apenas um monólogo cheio de "bugs". Mas, não basta falar é preciso também ouvirmos o que dizemos a nós próprios.

Um espelho é uma boa ajuda para nos lembrar que somos iguais a qualquer ser vivo,... um mosquito, um animal ou mesmo uma árvore..., todos somos apenas uma "colónia de células", que será eterna se a regular substituição de células se fizer…q.e.d.


... todos somos uma colónia de células


quarta-feira, 4 de setembro de 2013

As palavras da música


Nós somos um ser total, não somos peças justapostas criando mecanismos. 
O cortex é um processo "holistico" que relaciona tudo com tudo.
Entrando um estímulo por um canal, ele procura sintonias em todos os níveis, e a emoção-pensamento-acto global aparece.

A música sintonizada com os músculos origina a "dança"; a música com palavras nascem as canções; palavras com palavras surge a poesia com suas emoções; gestos com gestos trazem-nos as ideias e os sentimentos de Charlot.

Aqui está uma variante interessante, música com gestos dão-nos "as palavras de um drama de ciúme entre marido e mulher".

O texto é escrito por Beethoven, em 1808(?), e os gestos são-nos ditos por Sid Caesar e Nanette Fabray, em 1954(?).


conflito  (clickar)

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Competição como progresso, a parvoíce instalada...



Estes foram os nossos antepassados que povoaram a Terra há cerca de três biliões de anos:



….os organismos unicelulares (bactérias, algas, amibas protozoários, etc) que invadiram o mundo.

Como eram inteligentes, há 750 milhões de anos, criaram comunidades pois perceberam que a sua sobrevivência melhorava se cooperassem e colaborassem entre si. 



Assim surgiram os organismos multicelulares que, "inventando" a cooperação, se estruturaram e integraram em organismos, partilhando resultados e apoios. 
Constituíram colónias de mútua ajuda com populações variadas, desde apenas algumas dezenas de "indivíduos" até muitos milhares.



Muitos milhões de anos depois, a cooperação foi adoptada pelos humanos, cujo exemplo mais simbólico é a fábrica "inventada" por Henry Ford.

Mas, qual é a diferença entre a cooperação da Fábrica de Henry Ford e a cooperação da colónia multicelular ?


É simples: a cooperação fabril é uma cooperação estúpida e a cooperação biológica é uma cooperação inteligente.
PORQUÊ...???

Cooperação de Henry Ford 
é uma cooperação primárialinear, um-a-um e centrada na energia. Dever-se-ia chamar ENCAIXE e não cooperação. O seu modelo é:

ou seja, dois burros puxam melhor uma carroça do que um,
desde que …obedeçam…portanto, liderados com rédeas curtas.
O esquema lógico é:

em que cada um complementa/continua o esforço do anterior num processo uni-orientado.

Aqui a competição pode existir sem efeitos colaterais significativos (que qualquer simples e primário líder forte pode resolver) pois o resultado da competição só afecta os competidores. O sistema global parece beneficiar do modelo pois, se um é destruído, o outro o substituirá com economia para o conjunto. Em esquema:


Quando se trata de encaixe de energia com reduzida utilização de informação, este tipo de "cooperação" parece funcionar relativamente bem. 

Porém,  mesmo na cooperação primária do modelo Henry Ford, quando é preciso cooperar com um maior fluir de informação, o modelo tem que criar variantes mais evoluídas…a isso chama-se "equipinhas", que são apenas um mal necessário:

Foto da época

Porém, a
Cooperação biológica 
é do tipo "informação/comunicação", portanto, o seu modelo não pode ser primário, do tipo fábrica Ford, mas tem que ser evoluído e inteligente. Na verdade, ele é complexoholístico, um-a-muitos e centrado na comunicação, instrumento fundamental da interdependência entre todos. O seu modelo é:

em que cada polo é origem e destino de todos os outros e todos agem simultaneamente em série e em paralelo (modelo de construção da Wikipedia). Isto significa que o que afecta um (ex. competir) afecta todos os outros, pois o equilíbrio mútuo é desequilibrado.

PS - Coração não compete com estômago porque todo o organismo seria afectado (SUICÍDIO).

O Factor Crítico de Sucesso do organismo evoluído não é a força competitiva dos seus elementos, mas a sua força cooperativa. Quando existe chama-se SAÚDE, quando não existe chama-se DOENÇA. 

A regeneração celular é um instrumento para a saúde, isto é, para o re-equilíbrio do organismo, permite recuperar uma ferida. Quando a regeneração celular intensifica o seu funcionamento e sai do equilíbrio,  chama-se cancro.

PS - A cooperação partidária é o re-equilibrio saudável da sociedade, a competição partidária é o seu desequilíbrio doentio, é um cancro social.


Os organismos superiores são uma "colónia" de triliões de células em cooperação inteligente, todas lutando por equilíbrio entre si.

Quando uma célula cria um anticorpo para anular um vírus, rapidamente comunica e partilha essa "descoberta" com todas as outras e o corpo fica vacinado. Não inicia competições "estúpidas" para conquistas de poder. 



Em termos simples, tomar um remédio significa apenas ir afectar um equilíbrio muito sensível de triliões de células cooperando entre si. Significa ir afectar uma complexa rede de inter-ações muito activas e dinâmicas. Isto é muito claro se lermos as bulas dos remédios. Lá encontramos o efeito positivo que nos interessa e muitos outros possíveis efeitos negativos que não nos interessam, além dos que não são citados e/ou se desconhecem.
PS - A conclusão que se tira é que é preciso ter "uma saúde de ferro" para tomar qualquer remédio contra a doença.
Tomar um antibiótico significa matar bactérias, matar as más que nos adoecem e matar as boas que nos dão saúde (as que por ex. cooperam na digestão). A esperança que nos motiva a tomar remédios é que ganhar a batalha contra a doença não seja também perder a vida nessa guerra.


A vida

A vida é uma espécie de arquitecto com um PLANO da CASA debaixo do braço. Tem plano mas não tem casa.
Para ter casa ele tem que activar o plano, cooperar com o contexto e integrar os dois.

O ADN é o plano de um ser vivo, não serve para nada se não for activado num contexto.
O "gene musical" do Mozart não se expressaria em nenhuma sinfonia se ele fosse um selvagem da Amazónia ou se na Europa fosse um tratador de porcos até morrer. Teria plano (ADN) mas não teria sinfonia.

Do mesmo modo, uma doença pode ter o gene "X" como correlação, mas ele não é A CAUSA da doença, pois ele está mergulhado numa teia de cooperações internas e externas condicionantes.

Várias perguntas se podem pôr:

- "Porque o gene se activou agora? E não antes, nem depois?"; 
- "O que foi que no contexto o activou ou desactivou?"; 
- "Qual o diferente equilíbrio interno que o fez activar?" etc.

Tem que se sair do mito do "herói solitário" das histórias infantis, heróis de sobrevivências, para a biologia da vida pois nesta, com a sua teia de inter-dependências, é a comunidade o factor de sobrevivência e não eventuais unidades vencedoras de competições.
PS- Um agente da doença noutro contexto é usado como agente de saúde, e chama-se então VACINA.  Neste caso, a "comunidade das células" sabe usá-lo de modo diferente, usa o negativo como positivo.
O jogo da vida é o jogo da cooperação, da teia de inter-dependências, não é o da competição, não é o da dinâmica de indivíduos entre si, mas sim da dinâmica de indivíduos versus contexto.


Darwin, com a sua "sobrevivência do mais apto", foi deturpado, utilizado e, à revelia do seu pensamento, deu origem ao mito social da competição "natural", tão do agrado dos teóricos da competição… e a "parvoíce instalou-se".

Na verdade, em seus escritos, ele é claro quando afirma a importância das redes de colaboração e troca dentro das comunidades das espécies, como um aspecto central do progresso da evolução.
Na verdade, o "conceito de mais apto" tem duas variáveis importantes:

A - Mais apto no presente ou no futuro?
B - No contexto actual, no próximo, ou abstraindo o contexto?

Darwin sempre viu a evolução num espaço de tempo longo, jogando com a dinâmica passado-futuro, e na adaptação ao seguinte contexto especifico da sua existência.

Para os teóricos da competição, o tempo considerado é o PRESENTE e não consideram o CONTEXTO, é como se fosse inexistente, … e a parvoíce tem o caminho aberto para se instalar.

Três situações:

A- 
Numa competição dinossauro-humano num tempo "curto e num contexto específico", parece não haver dúvidas que o dinossauro é o mais apto para sobreviver.
Todavia, se considerarmos a comunidade dinossauros e a comunidade humanos, num tempo longo (passado-futuro) e num contexto alterado, a conclusão é outra, o humano evoluiu e sobrevive e o outro involuiu e desaparece.



Árbitro, o garante da cooperação mínima necessária
B- 

A competição é um cocktail de "faz cooperação" e "faz anti-cooperação".

Não há competição sem um mínimo de cooperação aceite. A sua base de existência é "aceitar cooperar com as regras".
Quando não se coopera e se infringem propositadamente chama-se BATOTA, se não é propositado chama-se FALTA. 

O árbitro está lá para garantir o mínimo de cooperação. Esta cooperação mínima é o CONTEXTO da competição, sem ele ela não é possível.

Ghandi, quando da competição política Reino Unido-India, não aceitou as existentes regras de jogo (cooperação mínima), criou outro contexto (não alterável  pelo Governo Inglês) e nele o jogo foi outro.


PS - Como uma breve nota, salienta-se que, para existir, 
a competição precisa da cooperação, mas a cooperação 
não só não precisa da competição, como esta lhe é adversa.


Ponto nevrálgico da competição:
 cooperação impossível,  proibida
C - 
Depois da base cooperativa estar estabelecida, a essência da competição é tirar vantagens da anti-cooperação, isto é, lucrar com as falhas do outro.

Nesta perspectiva, cooperar com o competidor é FRAUDE, é anti-desportivismo, podendo ser crime.
Na foto ao lado, nem o marcador pode cooperar, apoiar o guarda-redes indicando para onde atira a bola, nem o defensor pode cooperar, apoiar o marcador dizendo para onde irá proteger. 

Ambos tem que fazer o outro falhar, ou seja, fazer anti-cooperação.




Se se pensar a competição política, nela isto é muito evidente.
A deontologia de um militante partidário é cooperar no desenvolvimento do País. Na luta partidária a sua deontologia é ser impensável cooperar, colaborar e impedir insucessos do outro partido, mesmo que isso seja impedir o desenvolvimento do País.

A base da competição política é mostrar e explorar as incompetências do outro, não é ajudá-lo a não fazer incompetências. Os partidos existem para cooperar, a competição partidária existe para anti-cooperar. 
A teoria é: "Quanto melhor anti-cooperarmos com eles e lhes ganharmos a competição partidária, melhor seremos depois a cooperar com eles no desenvolvimento do País!"



Para terminar, 

Só se o Darwin fosse louco é que poderia defender que a essência do progresso evolutivo de uma espécie poderia ser "a competição natural entre os membros da espécie". Dizer que uma comunidade progride por rentabilizar os falhanços dos seus membros através de competições, favorecendo os que tiram lucros desses falhanços, se não for debilidade mental é parvoíce instalada.

Na recente Ciência do Genoma (Ciência do Genes) aparecem (2003/2005) algumas conclusões que apoiam Darwin na sua perpectiva de que a colaboração e a troca dentro das comunidades das espécies é um aspecto central do progresso da evolução. Estas conclusões referem-se à "partilha de informação genética inter-espécies".

Segundo Duta e Pan, 2002; Gogarten, 2003; Boucher, 2003; Pennisi, 2004; Nitz, 2005, parece que não há muros entre as espécies, pois todas pertencem a uma comunidade de entidades vivas que cooperam e partilham entre si os progressos evolutivos da vida. 
Segundo Daniel Drell (manager of the Department of Energy's Microbial Genome Program) citado em Science (Pennisi, 2001) "já não podemos mais, confortavelmente, dizer o que é uma espécie".