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quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Possibilidades, decisões embebidas e 5 experiências

[ver Blogs:
- A vida e o jogo das possibilidades, Newton ou Quântica?
- Viver possibilidades, Matrix e caminhar no fogo ]

Todos nós temos múltiplas possibilidades de viver "possibilidades potenciais" se se usar "decisões embebidas", ou seja, decisões baseadas em "intenções".

Entende-se por intenção uma opção embebida em emoção, isto é, quando os neurónios são percorridos por correntes intensificadas de bioelectricidade, produzindo um campo electromagnético pessoal de forte potencial.

Porém, a nossa perspectiva de vida ainda está formatada pelo século XVII acompanhando as ideias de Isaac Newton, na época mentalmente "aquartelado" na MacroFísica, apesar de hoje " muita água ter passado debaixo da ponte". É preciso mudar de perspectiva.

Hoje, nas escolas ensina-se a MicroFísica do mundo atómico, utilizando o modelo "astronómico" do átomo, com um núcleo central rodeado de electrões que percorrem uma órbita à sua volta:


mostrando que, basicamente, o átomo tem 99,999% de espaço vazio.

Mas este modelo já foi entretanto actualizado e o espaço vazio não é espaço vazio… é "O" Field (campo) ou Matrix que impregna tudo, é omnipresente e é a base onde tudo existe.

O Field é "energia in-formada"(formatada de dentro ??), David Bohm (Prémio Nobel da Física) chama "in-formation" significando "uma mensagem que na realidade formata o recipiente" [a message that actually "forms" the recipient].

Os físicos quânticos chamam-lhe o "zero-point field" ou  só "field", o campo de todas as possibilidades:
"The field is our only reality" (Einstein) 
[O campo (matrix) é a nossa única realidade]

A base da vida não são reacções químicas pois estas são uma fase intermédia pós-interacção de átomos e estes são "apenas energia num campo de energia".

Este campo, que se conecta com tudo (onde está tudo) (que é tudo) que existe, é a Matrix onde toda a informação existe (onde passado, presente e futuro existem ao mesmo tempo), que está "aquém e além de tudo e é a Força do UNI-verso" e do MULTI-verso.

.…Uhau! Uhau!…isto também somos nós.

Quando nascemos somos átomos que colapsam da matriz e quando morremos somos átomos que "des-colapsam" da realidade e retornam à matriz…"és pó e em pó te tornarás".

PS - Quem estiver interessado em checkar o "ser pó e voltar a ser pó" nos paradigmas existentes e que fazem parte de tradições religiosas e agora das científicas:
- Biblia: (Gênesis 3:19), (Jó 10:9), (Eclesiástes 3:20), (Eclesiastes 12:7).
- Budismo: Lei Mística, a vida quando nasce é uma onda que aparece no oceano do Universo de que faz parte e quando morre ao oceano retorna.
- Hinduísmo: Roda de Samsara, ciclo de transmigrações até à iluminação e então, quando se alcança, re-torna ao verdadeiro ser.
-Panteísmo (de um modo geral): nascer é in-carnar, depois viver é individualizar essa incarnação, morrer é voltar à "massa" comum, por des-incarnar.

Dentro desta perspectiva, toda a vida está relacionada com a Matrix, toda a vida É A MATRIX colapsada.

A ser verdade (??)… a questão que agora se coloca é como, na prática, se podem usar essas múltiplas possibilidades potenciais inerentes à vida. Noutras palavras, é procurar descobrir as "normalidades escondidas" utilizando a porta aberta pelas teorias quânticas e neurociência.

Esta posição não é uma atitude ou movimentação de fé religiosa, é apenas uma hipótese a ser testada em situações concretas. Não é uma pesquisa de existências divinas ou conversões religiosas, é apenas uma procura de praxis concretas num modelo que possibilitará (ou não) novas possibilidades de agir no quotidiano.

Na verdade, não é preciso saber algo de electricidade para ligar um interruptor e acender uma lâmpada, nem é preciso ser perito em Física de campos electromagnéticos para falar ao telemóvel, nem sequer ter fé em Deus(es) para não matar e socorrer outros, aliás as guerras religiosas provam não haver correspondência entre estes dois aspectos. O objectivo é apenas obter lucidez nas possibilidades potenciais existentes e descobrir o seu uso.


Vamos "sonhar" possibilidades do tipo "Firewalking":

Como ponto de partida, poder-se-á considerar o "Field como sendo um campo de energia in-formada" (David Bohm, Ervin Laszlo).
Ervin Laszlo,
Doutorado de Estado (o mais alto grau) da Sorbonne,
quatro Honorary PhD's, consultor da UNESCO,
Presidente do thinkthank "Clube de Budapeste".

Nesta linha de pensamento, a ponte poderá ser obtida por criação de ressonâncias electromagnéticas entre o Field e picos individuais de energia mesclada com informação, conseguidos por processos de "decisões embebidas".
A "decisão embebida" (opção+emoção) é uma informação activa num "recipiente" com intensificação electromagnética nos neurónios devido à emoção. Numa palavra, com "intenção".


O problema é como fazer o "embebido emocional".

Segundo alguns autores a sequência é:


ou seja, a porta de entrada é a emoção quinestésica, entendendo por quinestesia [do grego: kinesis (movimento)+aisthesis (sensação)] a sensação ou percepção do movimento (esquema corporal, posição, equilíbrio, espaço, tempo), que transmitem sinais para o sistema nervoso central e são oriundos quer dos orgãos, quer do sistema locomotor.

O desenvolvimento desta capacidade é fundamental no bailado, na ginástica acrobática, na ginástica olímpica no solo e aparelhos, nas artes marciais de escolas "sensitivas" (e não apenas "posicionais"), etc, pois aumenta a eficácia do uso e controlo corporal na motricidade fina em tempo rápido, por exemplo, piruetas no bailado, duplos mortais na ginástica, golpe/contra golpe com olhos vendados nas artes marciais.

Na prática

1ª experiência

De pé em relaxação, pés à largura dos ombros, braços caídos e não rígidos, joelhos ligeiramente flectidos.
  
A - procurar sentir a meia ou sapato ou solo na sola de um pé, depois no outro, depois nos dois;
B - sentir o solo e o peso que o corpo faz sobre ele;
C- inclinar-se ligeiramente para a frente, sentindo o peso deslocar-se ligeiramente para as pontas dos pés. Aumentar a inclinação e sentir o peso passar para fora do limite da área de sustentação (espaço definido pela posição dos pés) necessitando dar um passo em frente.
Retomar o equilíbrio e alterar a posição dos pés passando de paralelos juntos a paralelos separados, ou fazendo um angulo entre si.
D - Repetir, mas agora inclinar-se para trás, depois para a esquerda, depois para a direita até necessitar dar um passo para re-equilibrar.
E - Com base nas experiências feitas, oscilar o corpo "passeando" o centro de gravidade pela base de sustentação até ao seu limite sem nunca precisar dar um passo para retomar o equilíbrio. 
F - Terminar colocando o centro de gravidade corporal no centro da base de sustentação.

Variante base para evolução


Fazer a mesmas actividades mas só com um pé,
alternando entre o esquerdo e o direito.

Exige maior domínio da sensibilidade e controlo
muscular, pois a base de sustentação é menor e
tem menos apoios para flutuações laterais.



Pós-variante 1 - Repetir com olhos vendados, não apenas fechados pois psicologicamente as varáveis são outras.
Pós-variante 2 - Verificar qual é a posição mais controlável: pernas rígidas ou flectidas (muito ou ligeiramente); pés juntos ou afastados (mais ou menos que os ombros); pés paralelos ou em ângulo e qual o tamanho do ângulo e qual a vantagem ou desvantagem deste para oscilações frente, trás ou laterais.
Pós-variante 3 - Fazer actividades semelhantes quando sentado, consciencializando sucessivamente a sensação do assento, costas (à esquerda e direita etc);
Pós-variante 4 - Dançar na discoteca e deixar fluir a música no corpo, sentindo os músculos responder às propostas musicais (um pouco a técnica dos bailarinos). Se dançar com par, além de sentir estes sincronismos, procurar também sentir e responder às propostas de movimentos do par, sincronizando-se e sugerindo movimentos (um pouco a técnica da "dança" nas artes marciais).

A finalidade deste treino é aumentar:
- a sensibilidade da consciência e controlo corporal no movimento espacial;
- o domínio consciente e emocional do equilíbrio, do "peso" e da sensação da gravidade no corpo;
- "decisões embebidas" nas decisões do acto motor.

2ª experiência
A - Sentado em relaxação, fazer festas devagar com a palma da mão tocando ligeiramente a pele do outro (pessoa ou animal), mas procurando sentir o seu "interior" (numa imagem de um mestre oriental "sentir os ossos"). O mais fácil é começar pelo calor, depois a consistência do corpo e por fim o "peso da sua densidade".
B - Depois, com olhos vendados, procurar repetir tentando pela sensação controlar a distância a que coloca a mão, nem muito perto, nem muito afastada. 
Se existir um observador, ele poderá indicar a distância a colocar a mão: um punho, 1 palmo, 2 palmos.
Costuma ser usado em treino de sensibilidade na "dança da luta" com olhos vendados em algumas artes marciais.

Obs:
1 - Fazer festas não é dar massagens, nem esfregar e muito menos activar, é uma forma de sentir e comunicar com outrem.
2 - Fazer festas a um cão, não é penteá-lo, nem alisar o pêlo…é conversar com ele.
Se um cão sente uma mosca, também sente a mão e se o toque é amigo ou "embuste", não é preciso dar palmadas para ele sentir.

Por experiência pessoal, um cão com festas de "superfície" chega a "adormecer". Com festa normais, como estão treinados aguentam e abanam a cauda, mas quando elas são festas "neuróticas" vão-se embora, ou rosnam, abocanham, mordem, depende da festa, da prévia educação canina e do "emmerdeur" que o está a chatear.

3ª experiência

Em casa, vendar os olhos e tentar mover-se por ela sem tocar em móvel nenhum. 
O objectivo é procurar incorporar a memória visual e tridimensional do espaço com o controlo do movimento corporal na realidade dos obstáculos existentes.
Tocar num obstáculo não é o problema, o problema surge se choca ou bate fortemente.
Tocar levemente significa "sensações de proximidade", capacidade fundamental nas artes marciais. Neste caso o caminhar é controlado por "decisões embebidas".
Pode ser feito ao ar livre em floresta, sendo usado em treino de infiltração militar, chamado "o deslizar da água".

4ª experiência

Colar na parede com "fita de pintor"(que não estraga a parede) um papel de seda (30x10 cm) tendo pendurado no outro extremo um peso cilíndrico com um diâmetro de 0,5 a 1 cm:


O objectivo é rasgar o papel com um soco dado com os nós dos dedos.
A pancada tem que ser dada com força controlada e rapidez mas sem bater na parede, pois a consequência é não rasgar o papel e esfolar ou ferir os dedos, dado que a distância é entre 0,5 e 1cm junto ao peso, mas diminuindo para o topo.
Não é um problema de força, mas sim de controlo espacial, velocidade e domínio neuromuscular.
O importante não é a potência do soco, mas o controlo da paragem e a rapidez e velocidade do "retirar" a mão.
A decisão e os controlos do agir têm que estar bem "embebidos" nos sistema neuromuscular.



5ª experiência para finalizar

Um carro com alarme e chave com controlo remoto.

Por experiências ir-se afastando do carro até a chave deixe de ter alcance, isto é, deixe de funcionar.
Afastar-se mais um metro e fixar/marcar o local.
Aproximar-se outra vez um pouco para que a chave torne a funcionar.

Respirar e relaxar procurando intensificar a sensibilidade quinestésica, sentindo o peso da gravidade em todo o corpo (vide 1ª experiência).

Respirando e relaxando, segurar a chave com as duas mãos junto ao peito. Procurar sentir o seu peso nas mãos e do objecto junto ao peito. Visualizar a energia electromagnética existente na chave a passar para as mãos e a existente nas mãos a passar para a chave, o que realmente está acontecendo dadas as características electromagnéticas do controlo remoto e da bioelectricdade do corpo.

Devagar, afastar-se outra vez do carro até a chave deixar de funcionar.

Comparar esse sítio com a marca anterior, se estiver mais afastado a chave adquiriu capacidade para uma distância maior. Se o limite for inferior o processo foi inverso. Se estiver na mesma, o processo "embebido" não funcionou. 

Qualquer que seja o resultado é sempre interessante pensar, num ponto de vista estatístico, "quantas vezes se decide sem implicação". O mais vulgar é isso acontecer em relações rotineiras com pessoas próximas, e menos vulgar em relações esporádicas com "risco" social elevado.

PS - Esta situação de decisão sem implicação é vulgar quando se decide para filhos sem se implicar com o conteúdo da decisão (decide-se por rotina). Porém, rotina ou não rotina, esse conteúdo e suas consequências são fortemente implicadas para o filho.

Como ex., basta ver Pai-filho ou Mãe-filho na Pastelaria quando este pede algo, em que o pedido para o filho não é rotina, mas a decisão de resposta é rotinada. Não me refiro aos conteúdos, refiro-me à atitude decisional na relação pedido-resposta. Já cheguei a perguntar o que era e a resposta foi - "Não sei, quer qualquer coisa !!!"


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