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domingo, 20 de outubro de 2013

Experiência com macacos e Democracia


Um grupo de cientistas foi contratado para ensinar, em poucos dias, um grupo de macacos a escrever à máquina.

Resolveram usar a técnica das boas dactilógrafas, em que cada um dos dedos da mão esquerda tecla em grupos de letras do lado esquerdo e os dedos da mão direita teclam em grupos de letras do lado direito.
Os polegares usam-se na tecla do meio (espaço).

Um método eficaz e eficiente de escrever à máquina.


Os macacos entusiasmaram-se e aprenderam rapidamente.
Os dedos acertavam nas teclas ensinadas, não trocavam de dedos nas teclas, sendo cada uma usada com o dedo correcto, não teclavam duas teclas ao mesmo tempo e as letras apareciam com rapidez no papel.

Fizeram-se testes reais de competição com dactilógrafas eficientes. 
Como resultado do treino, os macacos apresentavam uma velocidade de escrita superior ao das dactilógrafas e o tempo de aprendizagem necessário foi cerca de 50% inferior.

Os investidores e os cientistas estavam muito contentes com a experiência e as futuras potencialidades do uso das máquinas de escrever, considerando a futura mão de obra disponível.

Agora... o que foi difícil de ensinar aos macacos foi aprender a ler e a escrever.




Na democracia, em alguns países também se têm feito experiências científicas com insucessos semelhantes (felizmente não em todos).

Sendo a democracia uma técnica de decisão em conjunto, vários grupos de representantes são eleitos para esse trabalho.

Nos países em causa com experiências falhadas, os eleitos aprendem rapidamente as técnicas de consensos, negociação nos conflitos, utilização eficaz dos lobbies, fazer relações públicas e conversas diplomatas, criar rede de amizades, usar automóveis, roupas e hábitos de status elevado, falar em público, esconder bem os "telhados de vidro", guardar cartas na manga para épocas de crise, trocar favores, etc,...numa palavra, produzir decisões em comum.

Agora...aprender a decidir bem e não fazer asneiras é que não foi possível.

Assim, nestes casos, macacos e eleitos, têm um  diagnóstico semelhante.

1º - O problema não está nos macacos, nem nos eleitos;
2º - O projecto é que está definido com defeitos;
3º - A incompetência está em quem concretiza o projecto, os investidores no caso dos macacos e os eleitores no caso dos eleitos.

No caso dos macacos, o objectivo não era para aprender a escrever na máquina, era para aprender a escrever texto na máquina, isto é, não bastava escrever letras, era preciso escrever letras que dessem sentido às frases produzidas.

No caso da democracia, o objectivo não era para decidir em comum na Assembleia, era para  decidir BEM E NÃO FAZER ASNEIRAS nas decisões em comum na Assembleia.

Realmente, não há vantagem nenhuma em ter um sistema político que...

DEMOCRATICAMENTE faz ASNEIRAS nas decisões.

Democratas, ou não, asneiras são asneiras. As asneiras não passam a ter consequências boas pelo facto de serem decididas democraticamente, isto não é desculpa para parvoíces…antes pelo contrário, aumenta a culpa, isto é, a não-desculpa.

Penso que para resolver o problema, as análises a fazer não são sobre os eleitos, são sobre os eleitores.
Não serve de nada comparar eleitos do lado falhado com eleitos do lado com êxito, o que interessa é comparar os  eleitores de lado falhado com os eleitores do lado com êxito.

Tem que haver algum "cientismo" correcto nestes processos de diagnóstico.


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