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domingo, 27 de outubro de 2013

Infelicidade é uma droga a precisar da associação "Infelizes Anónimos"

Estive a ler um estudo de sociologia-antropologia sobre o Hawai,

É um Deus que ri (lábio superior)
ou zangado (lábio inferior) ?
suas tradições, cultura, religião, navegações antigas, etc, ao mesmo tempo que ouvia CD's de Israel Kamakawiwo (sou fan e aconselho).

Encantado com as perspectivas culturais, começo pelo Deus cuja face é alegre ou zangada consoante o estado de espirito de quem "O" vê e para onde olha, o que facilita a comunicação Deus-Crente, que é sempre só com uma via...pois duas vias são perigosas.

PS - Falar com Deus é bom, chama-se rezar, significa que sou crente e a solução é ir à Igreja, mas
Deus falar comigo é mau, chama-se delirar, significa que sou esquizofrénico e a solução é ir à Psiquiatria.

A propósito de religião leio algumas considerações sobre a vida e, num refraseamento livre, percebo que: - "Infelicidade é uma espécie de vírus psicofisiológico que nos contamina e do qual ficamos viciados". (ver técnicas de Hoʻoponopono feita por um Kahuna).

Pensei logo nos "Alcoólicos Anónimos" e, nesta perspectiva, lembrei-me que talvez fosse útil criar os "Infelizes Anónimos" com a mesma metodologia.

Num exemplo:

O Manel desconfia que o andam a perseguir e lhe querem fazer mal. 
Na rua, com o medo, a adrenalina corre-lhe nas veias, sente-se vivo e atento a tudo, hipersensível a quem anda à sua volta e vibra com movimentos perto de si. O mundo é um caleidoscópio de estímulos que o excitam, tornam-no activo e lhe dão minutos/horas de intensa energia.

Mas afinal o Manel tinha razão, a policia descobriu e prendeu o perseguidor. Tudo regressou à calma.

Agora a adrenalina desapareceu, a rua é monótona, os estímulos não estimulam, a vida não tem interesse. As sua células precisam do que tinha antes, estavam habituadas à sobrecarga e essa necessidade é urgente.
O Manel cria uma paranóia, agora andam "fantasmas" a persegui-lo. A rua voltou a ser um mundo excitante para viver. A perseguição é a droga que precisa para viver fora da monotonia.


Jung escreveu bastante sobre a construção de falsas estruturas dentro da mente humana, projectando-as para fora, criando assim uma realidade "errante", sobre a qual a personalidade se focaliza, chegando a projectá-las noutros ou nas circunstancias.

Este jogo mente-corpo é feito no "tabuleiro" das células pelos vários tipos de neurotransmissores a circular "mensagens" no sistema de comunicação dos neurónios. Um deles a endorfina (endo (interior) + morfina) com cerca de 20 tipos é a chamada "droga da felicidade", funciona para "apoiar naturalmente" as dores físicas e psy.

Estar infeliz por actos, palavras, pensamentos pode ser uma maneira de "consumir naturalmente alguma droga", a morfina interior (endorfina). Dizer mal de tudo ou constantemente "ver a garrafa meio-vazia" pode ser o mesmo que "escarafunchar no dente que dói", procurando a alegria da dor para ter o prazer da cura (endorfina).

Torna-se um adito da infelicidade e, quando não tem esta droga, sente falta dela como os alcoólicos com o álcool. A auto-indução "Eu sou um alcoólico, hoje não bebi" poderia ser utilizada aqui, com  a fórmula "Eu sou um infeliz, hoje estou feliz".

Convém não confundir o mal-estar em que se está mergulhado, com a atitude de por ele estar possuído.
Neste caso (possuído) não só se vive disso numa espécie da Síndrome de Estocolmo (quando as vitimas de rapto se identificam com os raptores) como encharcam tudo e todos à sua volta com a visão de mal-estar etéreo.

Na cultura dos indios Lakota (Sioux) (USA) quando os Deuses gostam de uma pessoa põem-lhe um perseguidor a persegui-la para a obrigar a desenvolver capacidades. O mal-estar é uma prenda dos Deuses.

Noutras palavras, o mal-estar é um desafio para provocar a adrenalina do desenvolvimento e não é uma desgraça para trazer a adrenalina do definhamento. Deve ser alegria pela garrafa meia-cheia e não  tristeza pela garrafa meio-vazia. A questão importante é que, quer uma quer outra, provocam a contaminação da tribo.

Regressando ao inicio (Hoʻoponopono) a infelicidade será um processo de dentro para fora, uma forma de aditismo por uma intoxicação psicofisiológica. De fora para dentro não há infelicidade, só há problemas a resolver ou a ser por eles possuído.


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