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quarta-feira, 27 de maio de 2020

A Fisica e "trambolhão" mental: Eu sou o quê?

TEMA
O mundo é muito diferente se pensado com leis da Fisica Newtoniana (estilo séc XX) ou com leis da Fisica Quântica (estilo séc XXI)... e o socrático "Conhece-te a ti mesmo" entra em crise.

O problema é simples:
Temos um corpo feito de células (moléculas) que vivem de acordo com as leis Newtonianas. Mas as células são feitas de átomos cujas partículas sub-atómicas vivem de acordo com leis Quânticas.
Assim, EU SOU O QUÊ...(???)

...se, na verdade, sou um híbrido que vive em dois mundos, cada um deles com paradigmas e leis diferentes e que coexistem em harmonia.

Duas perguntas:

1ª - Poderei escolher e "saltar" da realidade física das moléculas para a realidade quântica das partículas sub-átomicas? 
2ª - Será disto de que falam experiências místicas (e religiosas) quer antigas quer actuais?

Foto de aura (energia electro-magnética: quântica ?!)
OBS- Durante este fotografar o pano de fundo era preto e, imediatamente após o disparo, foi esta a foto expelida pela máquina polaroide. 
Estive a checar fotos seguintes e nelas as pessoas eram envolvidas com cores e matizes diferenciadas.
Não tenho dúvida que a foto é uma evidência de algo... mas tenho dúvidas que seja prova de aura.

INDICE
1 -Introdução 
2 - Era uma vez... 
3 - Conclusão 

1 - Introdução
        

Estou contente com o meu choque cultural da passagem do séc. XX para o séc. XXI.
Graças à Ciência Fisica sinto-me um Galileu moderno a copiar o seu trauma de passar da Terra-plana para a Terra-redonda.

Todavia para o meu trauma não precisei de telescópio bastou-me um espelho. Olhei e vi o meu corpo fisico com suas moléculas, obediente à Fisica Neutoniana, mas sabia que ele continha o meu corpo quântico feito de quantum's e, estando ali não estava lá, vivia noutra realidade com paradigmas opostos.

Como analogia é como descobrir que um muro imóvel na verdade contém tijolos aos saltos e conexões diversas e podem estar entrelaçados a tijolos do outro lado da Terra*.

(*-) Ver experiências de Física Quântica (CERN - Laboratório Europeu de Física de Partículas)

Imaginar que se pode passar do estado newtoniano ao estado quântico por decisão pessoal é um sonho que alimenta uma vida. Pode não se encontrar a solução do "saltitar" entre eles, mas é excitante viver essa possibilidade da solução.

Alguns autores relacionam o corpo com as leis newtonianas e as ideias com as leis quânticas e o pensar com a dança quântica dos quantum's entre corpo e ideias, provocando efeitos soma-psiquicos e psico-somáticos, muitas vezes alcunhados de "milagres".

Este conjunto [corpo-ideias-pensar], trilogia de base quântica, poderá ser o núcleo duro dos misticismos*, (filosofias, religiões, mitos, crenças, shamanismos, etc) que desde a antiguidade até à época actual tem centenas de escolas e tendências, milhares de místicos e métodos de participar, rezar, meditar, treinos e ensinar.

(*-) Ver The Cambridge Handbook of Western Mysticism and Esotericism, Glenn Alexander Magee (Editor) 

Como exemplo uma pequena parte da "Arvore de Mitos e Religiões :


Desde a Pré-História que os humanos criaram métodos de ensino e treino para desenvolvimento do fisico-músculos (guerra, caça, etc) e da mente-ideias (falar com o "invisível", Deuses, etc) e criaram rituais e técnicas (canções, danças, rezas, meditações, etc) para integração dos dois.

Em síntese, a aplicação da trilogia [corpo-ideias-pensar] foi usada para criar, a par da materialização de comunidades humanas, como também, da sua espiritualização.

Como conclusão 

Se por um lado a Física Newtoniana "comanda" o corpo e a Física Quântica "comanda" as ideias, por outro lado, desde a Antiguidade, a quantidade e a complexidade dos métodos-técnicas de treinos musculares são mais reduzidos que os métodos-técnicas mentais.

Então, parece que, na prática, a coberto* de mitos, religiões, crenças, shamanismo, etc, as preocupações e variabilidade de resultados em áreas "¿quânticas¿" tiveram desde sempre uma maior incidência nas preocupações humanas**.

(*-)  Não considero aqui técnicas tribais e shamânicas com alucinógenos, cogumelos, ayahuasca, peiote, iboga, salvia, etc. Foram encontrados alucinógenos com 3000-2500 anos em escavações arqueológicas na America do Sul, Antilhas, Africa, etc, que ainda hoje fazem parte da cultura tribal, para efeitos EAC (ver Estados Alterados da Consciência; Altered states of consciousness: a book of readings, Editor Charles T. Tart, John Wiley & Sons, Inc.)

(**-) Rupert Sheldrake (biólogo) tem um livro interessante sobre meditação e vida humana, animais, plantas, sociedade, etc, "Science and Spiritual Practices" (through direct experience) com análises de práticas psicosomaticas e somapsiquicas de transformação do viver, por ex., meditação e mente (pag 23), rituais (pg 111), peregrinações (pag 162), etc, com uma extensa bibliografia final de 150 referências.


2 - Era uma vez... (alternativa 1)

...um senhor chamado Newton que criou a Física Clássica ao integrar Física e Matemática com fórmulas que se aprende na escola. Esta Física Newtoniana fez cultura "popular" e os seus quatro paradigmas invadiram o pensamento ocidental de Kant a Freud passando por Marx, Rousseau, etc, e criaram um senso comum quotidiano.

Este senso comum ocidental deu estrutura e compreensão não só ao mundo à nossa volta como a nós próprios no mundo. Sabemos o que é a matéria, a sandwich espaço-tempo e a dupla parado-movimento, e ainda a lógica causa-consequência e a sub-lógica passado-presente-futuro. 

Na verdade, toda esta Fisica Clássica do senhor Newton (...e Einstein?!) se baseia em quatro paradigmas:

- Realidade - mundo físico é concreto e objectivo;
- Localidade - tudo precisa de influência fisica para se mover;
- Causalidade - primeiro há causa e depois efeito;
- Continuidade - pressupõe que o tempo "não pára e não anda para trás"

É a Ciência Física do "senso comum" (dignificada pela Matemática) e o senso comum da "Física Newtoniana" (dignificado pela Educação) que passou das classes instruídas às classes analfabetas "encostada" ao óbvio dos 5 sentidos a garantir a validade*.

(*-) É interessante porque, historicamente, também foi o o óbvio dos 5 sentidos a garantir a validade da [Terra plana] e a impedir a aceitação da [Terra redonda, pelo seu não-óbvio].

Aplicando os quatro paradigmas a uma situação concreta:


- Realidade - 3 objectos concretos, distintos e objectivos: pistola, bala e alvo;
- Localidade - bala move-se por influência fisica da explosão na pistola;
- Causalidade - primeiro acontece a explosão depois a bala move-se e depois atinge o alvo;
- Continuidade - depois de alvo atingido é impossível des-atingir o alvo (fazer undo: anular o      feito).

Utilizando as leis de Newton é possível expressar todos estes processos em linguagem matemática (expressões, fórmulas, cálculos, etc).


 Era uma vez... (alternativa 2)

...um senhor chamado Planck que abre a porta à Física Quântica ao propor que a energia são "pacotes de quanta". Por exemplo, os fotões (átomos de luz) são quantas. Em simplex, tudo que é maior que um átomo é o mundo da Fisica clássica mas tudo que é menor que um átomo é o mundo da Fisica Quântica estraçalhando as leis da Fisica clássica.

No mundo esclarecido no séc XX, EU vivo com os paradigmas de Realidade, Localidade, Causalidade e Continuidade, mas...

...os átomos são conjuntos de partículas Prótões (positivas), Electrões (negativas) e Neutrões (sem carga) que libertas das leis da Fisica clássica vivem de acordo com as leis da Física Quântica de paradigmas opostos...

...portanto, EU, existindo dentro do mundo da Física Clássica, tenho "dentro de mim" o mundo da Física Quântica de leis opostas... "Raisupartiça... @#%&¿... então, eu sou O QUÊ?"


Leis da Fisica Quântica

Os Paradigmas da Física Quântica não são apenas diferentes dos paradigmas da Física de Newton eles são o seu contrário, isto é, Não Realidade, Não Localidade, Não Causalidade, Não Continuidade.


Não realidade - O mistério da “experiência da dupla fenda” fase 1

Segundo Richard Feynman (fisico quântico) esta inexplicável situação da "dupla fenda" é comum a todas as partículas sub-atómicas e “destrói” o paradigma da realidade concreta e objectiva, um dos alicerces centrais da Física Clássica.

Em português-simples, é o facto de um fotão poder ser uma onda ou ser uma partícula (possibilidades) e “ele decidir” qual a possibilidade que vai ser real. 
Em esquema:
Um fotão pode ser um onda ou uma partícula
1  - Um fotão é emitido sobre um obstáculo que tem duas fendas;
2 - Ele poderá passar pelas fendas "sendo" uma onda por cada fenda, surgindo do outro lado como ondas que se interferem mutuamente e se projectam no écran-alvo como areas luminosas de intensidades diferentes em função das interferências havidas; ou então, passa como partículas projectando-se no écran-alvo como pontos de luz.

Não Localidade - Entrelaçamento quântico

Segundo Einstein, 300.00km/s é a velocidade da luz e é a velocidade máxima no universo.
Segundo a quântica [duas partículas separadas por grande distância podem afectar-se uma à outra no mesmo instante], portanto, a comunicação é mais rápida que a luz (há experiências concretas que o demonstram).
A comunicação instantânea é reivindicada por aborígenes australianos que assim trocam informações a grande distância*.

Será que o meu corpo quântico faz o mesmo? ...e comunica, a quem? À semelhança da "internet" farei parte de um "rede quântica"? De qualquer modo não penso que fosse má ideia, pois a "técnica" dos aborígenes australianos* podia substituir os telemóveis.

Há relatos investigados e estudados de relações próximas, íntimas e sincronizadas (Ex, mãe-filho), que têm intuições(?) deste tipo se vivem situações pessoais intensas. Será um "simples" caso de (clickar) fusão de bosões do mundo da quântica???

(*-)  Ver: "The song lines". Segundo relatos, os aborígenes australianos se culturizados (ou re-culturizados) com a cultura europeia, perdem essa capacidade.


John Bell, do CERN (laboratório europeu de física de partículas) provou que duas partículas permaneceram ligadas de uma forma fantasmagórica e inexplicável. As duas partículas formam um conjunto inseparável e. embora muito distantes, modificam-se instantaneamente de acordo com a alteração de um deles e "comunicam" isso ultrapassando a velocidade da luz.
O Paradigma da Localidade de Newton não "manda" aqui.

Não Continuidade - Heisenberg e Princípio da Incerteza

Por exemplo, num electrão quanto maior é a certeza da sua posição menos precisa é a certeza do seu nomentum (movimento, massa vezes velocidade) e vice versa.
Quer isto dizer que os quantum's do meu corpo sub-atómico fazem o que querem... isto é, se sei onde estão não sei o que vão fazem e, vice versa, se sei para onde vão não sei onde estão.

Isto parece as descrições que os Shamans fazem das viagens em EAC (Estados Alterados da Consciência*). Segundo a quântica [...partículas podem aparecer em lugares onde não têm o direito de estar de acordo com as leis da física clássica].

(*-) Estados Alterados da Consciência; Altered states of consciousness: a book of readings, Editor Charles T. Tart, John Wiley & Sons, Inc.

É o mundo da não-realidade, o mundo das possibilidades. Na experiência mental do "Gato de Schrödinger" (clickar), antes dele colapsar por ser observado, ele não está "vivo ou morto" mas sim está "vivo e morto".

Não causalidade - O mistério da “experiência da dupla fenda fase 2

Neste caso repete-se a experiência anterior mas com uma 3ª fase :

3 - Entre o obstáculo e o écran-alvo existe um "observador" (humano ou tecnológico) para confirmar se há onda ou partícula e, então, o comportamento do fotão altera-se num ou noutro caso.
Se é controlado funciona como partícula se não é controlado funciona como onda.


Além da estranheza destas diferentes consequências, o mais estranho é que a causa só existe DEPOIS da consequência, ou seja, aqui existe um paradigma consequência-causa (não causalidade) pois [...o que vai acontecer no futuro cria a consequência no passado].

Além disso, também aqui, ao contrário da Fisica Clássica, o observador faz parte (influi) na situação observada.
Segundo o biólogo Rupert Sheldrake, "The sense of being stared at", esta situação do observador-influenciar-a-situação-observada é comum em  animais e  indivíduos observados que têm muitas vezes a sensação (e a certeza) disso (pg 146, 149, 263).

Também, nas artes marciais há uma teoria que defende esta posição (saber antes).
Pessoalmente, durante 2 anos fiz treino militar de instrução de judo no C.E.F.A., (Centro Educação Fisica Armada, Prof Kiyoshi Kobayashi) e várias vezes treinei luta com olhos vendados. Esta forma sempre me encantou e espantou por movimentos inconscientes inesperados e inexplicáveis de tomar posição de contra-golpe antes do golpe.
Quando acontecia, apesar de parar e tentar analisar o sucedido, nunca percebi porquê, nem como.

3 - Conclusão

O pensar Newtoniano é do tipo "sou corpo e espírito" e, segundo as crenças, ou morrem os dois (ateu) ou morre o corpo e o espírito fica vivo* (crente) e, neste caso, o seu destino (céu, inferno, re-encarnação, húris, etc)  depende das crenças religiosas optadas. 

(*-) Espírito vivo pós-morte é ilógico porque se fica vivo é porque não está morto e morto-vivo é uma impossibilidade lógica a não ser nas possibilidades quânticas de sobreposição de estados, ver
"Gato de Schrödinger"(clickar). 

O pensar Quântico é do tipo "sou energia e consciência", com os quantum's a constituir as células. Uns teóricos têm a posição tipo religioso de [consciência expressa em energia] e outros a posição tipo  ateu [energia expressa em consciência].
Num caso ou noutro, esquecendo teologia, a questão é a conexão quantum's-consciência* e, operacionalmente, talvez mais atractivo é saber se é (ou não) possível treinar e usar as possibilidades quânticas do corpo???

(*-) ver "The self-Aware Universe", Amit Goswami, Ph.D. (Univ. de Oregon, USA) e 
"The quantum self", Danah Zohar, Bloomsbury Publishing, Cap 5- Consciência e cérebro

Uma hipótese para esse treino parece ser as técnicas de Meditação (clickar), inseridas, ou não, em religiões.

Há vários métodos e processos, antigos e modernos, com e sem tecnologias, negócios ou crenças,  religiosos ou ateus nas diversas culturas mundiais, separadas ou unidas no espaço e no tempo desde a antiguidade até hoje. 

O estilo normal é a meditação transcendental, todavia também, menos vulgar, existe a meditação potenciação que pode ser definida como "ouvir-se a si próprio"* deixando que, em "roda livre", as associações fluam na consciência e sejam acompanhadas, estruturadas e "teaser" doutras associações a caminho de um todo.
Este EAC é vulgar em artistas, inventores, etc, que na fase criativa vivem noutra dimensão.

(*-) Não confundir com "falar consigo próprio" pois este tipo costuma ser "diálogo de surdos".

A meditação transcendental sob forma estruturada encontra-se na índia (centrada no Budismo, Hinduísmo e Jainismo), Japão (Budismo e Xintoísmo), China (Budismo, Taoismo, Confucionismo), Europa no Cristianismo em suas diferentes denominações, Islamismo, etc.

Fazendo a diferença religiosa entre rezar ("falando" com Deus) e meditar ("ouvindo" Deus) encontrei alguns métodos, possíveis de agrupar em 5 categorias:

1) coloquial 
2) peticionário 
3) ritualista 
4) meditativo 
5) sentimental (feeling)

este último, muito antigo, existe em religiosidades de profunda misticidade apresentando conexões com as técnicas de estimulação subjectiva que, na perspectiva de potenciação, não vejo diferença entre rezar e meditar, nem a nível de processos nem de resultados, nem sequer em suas técnicas ritualizadas, ordenadas e pormenorizadas.

Não considerando as dezenas de formas de rezar, encontrei 43 (deve haver mais) técnicas estruturadas de modos de meditar.

Pessoalmente, dessas 43 formas de "meditar energia" há duas que acho interessantes, a yoga e o Zhen Zhuang (Tai Chi). Na verdade, contradizem o estilo de treino muscular vulgarizado do tipo "investir para ter mais", paradigma em que andamos viciados.

O método muscular normal resume-se em investir [...gastar energia para ter mais energia] e a isso alcunha-se de treino.
Este treino tem 3 fases:

1ª fase - Com esforços em actividades gasta-se a energia existente, às vezes até à exaustão;

2ª fase - "Falidos" de energia precisa-se recuperar, com a fase do descanso na esperança que o retorno venha com lucro. Se não vier, então, o descanso tem que ser maior ou é preciso gastar mais energia em actividades de recuperação, por exemplo, correr devagarinho.

3ª fase - Repetir "eternamente" este ciclo ou, então, perder-se-á tudo o que se lucrou.

Em resumo, são ciclos viciosos de gasto (investimento)/recuperação (lucro)*.

(*-) Toda a sociedade está "virtuosamente viciada" neste paradigma como com o legalizado ciclo de trabalho-férias.

No campo da energia o método tem o seu contraditório na variável idade. O problema é que com o andar dos tempos, a recuperação lucrativa da energia precisa ser cada vez maior e com lucro cada vez menor:

aos 20 anos, numa noite, recupera-se com lucro a energia de correr 5 km, 
aos 60 anos com prejuízo recupera-se a energia de correr 1 km.

ou seja, cada vez há menos energia para investir e cada vez mais os retornos vêm com prejuízos*.

(*-) Investe-se no trabalho para poder descansar e usufruir da vida, "sonhando" mais tarde na reforma investir no descanso para usufruir não-morrer.

Sobre a vantagem deste modelo, falo por experiência pessoal pois investi com intensidade muitas horas por dia a gastar energia em treinos e depois muitas horas por dia a recuperar em descansos, "esquecendo-me" de viver outras coisas.
Sinto-me enganado e frustado, os "recuerdos" (por ex., eu voando entre dois trapézios) não substituem a bengala.

Coliseu dos Recreios, G.C.P., anos 60
Na verdade, na idade "avançada" sinto-me igual a todos os que preferiram viver e não investiram em treinos ginásticos de "ser jovem". Ao estilo brasileiro eu pergunto "cadê o investimento?".

Decidi não tornar a cair no mesmo buraco, a energia que tenho não a estrago a investir em energia!!!.
Pesquisando técnicas de treino que deixam os músculos quietos e descansados, encontrei um modelo que me parece mais inteligente. O treino é muscularmente sossegado, sem gasto energético, mas mentalmente muito activo, ao estilo psico-somático. 

Em vez de treinar músculos esquecendo neurónios optei por treinar neurónios esquecendo músculos, e, talvez mitificando, posso frasear [esqueci o mundo newtoniano e focalizei-me no mundo quântico].

Árvore sobrevivendo
O tema é simples "...é ser como uma árvore", a base do treino é [...estar em pé imóvel exactamente como uma árvore mas pensando (meditando)]. Na verdade, as árvores não treinam o corpo e envelhecem ficando jovens... [as árvores não ficam velhas, ficam antigas].

Anos atrás, descobri em Londres o "Stand Still" [to be like a tree] (Zhan Zhuang).
O Stand Still é ficar 20 minutos imóvel em pé pesquisando, com todos os sentidos, as centenas de sensações interiores do corpo, desde a gravidade até passear mentalmente pela pele do corpo, órgãos e funções.

Por exemplo, o vulgar respirar é sentir seus ritmos e formatos no inspirar, expirar e apneias ou, sem movimento, deslocar o centro de gravidade para a frente, trás, esquerda e direita dentro da base de sustentação* (área dos pés no chão).

(*-) Andar para a frente é deslocar o centro de gravidade para fora da base de sustentação (à frente dos pés) e, para não perder o equilíbrio, mover o pé para a frente dando um passo. para alargar a base de sustentação.
Andar para trás ou para os lados é deslocar o centro de gravidade e o pé nessa direcção.
Se embriagado perde-se o automatismo deste equilíbrio. 

No "Stand still" as regras são simples, equilíbrio (centro de gravidade na base sustentação), relaxação muscular (nunca tensão mas tonus), respiração (Zhuang), visualização interior (Neiguan), sensação corporal (estimulação subjectiva, quinestesia) e controlo pela sensação interior.  

Após o inicio, se ao fim de poucos minutos (2/3) a sensação corporal é de menos cansaço e há mais energia e predisposição (e não vontade) de continuar... deve-se continuar pois vive-se o "treino de ganhar energia sem gastar energia"*.
Se a continuação é por imposição da vontade, deve-se descansar e recomeçar pouco depois para impedir o treino da "penitência" a gastar energia*.

(*-) A sensação obtida é muito parecida com a do "duche de chi (energia)" do Tai Chi.

A sequência é:

1º- começa-se cansado;
2º- experimenta-se 2 minutos;
3º- se apetece... continua-se... 
4º- durante 10 a 50 minutos enquanto
      não aparece a vontade a substituir o "apetite"*
5º- acaba-se cheio de energia.

(*-) Na verdade, no emprego o trabalho é impulsionado pela vontade e nas férias (hobies, etc) é impulsionado pelo apetite. Segundo biografias, os criadores de arte (artistas) são "viciados" no seu trabalho... náo têm emprego só têm férias 😄😄😄.


Gato no gym, criando energia com Yoga
Para terminar,

A questão "Eu sou o quê?" arrasta-me para pesquisas sobre o chamado "anormal" ou "fora do normal" pois eles talvez sejam nuances do "normal quântico".

A triologia mente-emoção-fé poderá ser um portal para abrir essa pesquisa, assim comecei com:
  
- a mente com o "L'impossible arrive", do psiquiatra (USA) Stanislav Grof;
- a emoção com "Molecules of emotion", da fisiologista (Univ Georgetown) Candace Pert;
- a  com "The Biology of Belief", do biologista molecular (Univ. Wisconsin-Medicina) Bruce Lipton.

Espero que este esforço de criar nova energia sem estragar a energia existente possibilite na próxima Passagem de Ano festejar dançando o tango:
Parede, 27 Maio 2020

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