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sexta-feira, 7 de fevereiro de 2020

Ciência do Namoro em coloquial batepapo



O Romeu encostou-se à Parede
e ficou em CONTACTO!!!!

O Romeu encostou-se à Julieta
e ficou em INTIMIDADE!!!!



Na verdade, nem um "abrutalhado" genuíno dirá "...o Romeu encostou-se à parede e ficou em intimidade", pois até ele "sente" que contacto e intimidade não significam o mesmo e a parede não fomenta intimidades.

Porém, um "abrutalhado" mesmo educado pode, ao pé da sua Julieta, só conseguir sentir "contactos" e isso por pressão de convulsões hormonais... mas é sina que, às vezes, isso descambe em violações!!!

Fiquei preocupado e comecei a tentar desvelar a diferença, separando o trigo do joio.
Porque é que as paredes dão contactos e os humanos dão intimidades ...e às vezes só dão contactos?
Será desta dupla possibilidade que, umas vezes, surgem casamentos e, outras, divórcios?

Por exemplo, num casamento em conflito, duas amigas conversam:

- Fico zangada quando me vou deitar e ele trocou as almofadas!.
Espantada a amiga pergunta:
- Mas, as almofadas não são iguais?
- 😖&¿¿;!@;$!#%... são!!!... mas é o cheiro!!!!
As intimidades eram impossíveis.

Se estiver vivendo paixões, interessa clarificar se é com pacotes de contactos ou com fluidez de intimidades e a questão a investigar com urgência é saber se "Raisopartiça..!@;$!#%... isto é devido a contactos ou a intimidades?

Não encontrando o fio da meada para descobrir as diferenças, resolvi regressar à infância, usar o seu direito de fazer perguntas "parvas" e ir atrás delas para descobrir o mundo.

Assim perguntei "O que fazem os humanos de diferente quando estão em contacto ou em intimidade?".

Não obtive conclusões, apesar de ser uma pergunta importante na pesquisa de detalhes quotidianos para  obter pormenores como o já citado do cheiro da almofada.
Na verdade, em situações concretas [...o não-consciente tem razões que a razão desconhece].

Sem conclusões a pergunta foi alterada para "Porque afirmam AGORA já não é como dantes e quero divorciar-me!".

Esta questão também não deu conclusões. O que encontrei foi o blá...blá... costumeiro de telenovelas "românticas" e o pst...pst...pst  chamariz dos adeptos de filosofias leigas e religiosas e suas terapias.

Porém outra pergunta "parva" não me largava, "Porquê a Julieta dá contactos ou intimidades mas a parede só dá contactos?
Esta pergunta arrastou outra mais operacional "De que são feitas as paredes e os humanos?" e de repente um caminho se abriu pois decidi começar pela FÍSICA.

Sejamos lógicos, afinal tudo começa e acaba no corpo físico pois é ele que faz contactos ou intimidades.
Na verdade, mesmo as "intimidades" solitárias (masturbação) com bonecos plásticos, filmes, fotos, etc, não são intimidades reais mas sim contactos que no córtex são embrulhados em "sonhos virtuais" com aparência de realidade, processo semelhante às sensações ainda existentes com membros amputados.

Deste modo a Física surge como um caminho lógico para encontrar as diferenças, conectá-las com Biologia, Psicologia, Teologia, Sociologia, etc, e construir alguma compreensão.

Um plano começou a nascer e memórias escolares da Biologia e Física vieram do passado e "colaram-se" a perspectivas actuais para o futuro, em especial aos estudos sobre "Física Quântica e Consciência".

Como síntese pode resumir-se que os humanos são feitos de orgãos, estes de tecidos que são conjuntos de células e estas de átomos. Por sua vez a parede é feita de pedras, estas de minerais constituídos por diversos elementos e todos feitos de átomos.

Ou seja, a conclusão é fácil, Romeu, Julieta e Parede são feitos de átomos e os átomos são pacotes de partículas Quantum's, portanto todos são saquinhos de Quantum's, ou seja, nada justifica a diferença de uns terem intimidades e outros contactos.

Regressei à estaca zero com a alternativa do amor e namoro serem apenas mitos culturais (tipo Pai Natal) para embelezar a procriação e o negócio de casamentos e divórcios.
Porém, esta conclusão do sexo humano ser apenas uma espécie de cio embrulhado em míticos amores e crenças espirituais ou outras, não me agradava.

Recordei a Física Quântica, essa nova "Alice, no País das Maravilhas" (Lewis Carroll) onde o "espelho" (átomo) permite passar entre dois mundos diferentes, cujo modelo é fácil de aventar, pois é como se, afinal, só existisse um MUNDO mas constituído por dois mundos inter-penetrados, solidários, com um portal (átomo) para passar de um para o outro:

⏩ Um, maior que o átomo, é o real onde tudo existe, obedece às Leis de Newton e vai do "Tudo ao átomo", é o mundo da Física.
⏩ Outro, menor que o átomoé a matéria-prima que o constitui, obedece às Leis da Quântica e vai do "átomo ao Tudo", é o mundo da Micro-Física.

O paradoxo destes dois mundos, diferentes em suas leis (às vezes opostas) e processos, é que são "felizes" em conjunto, harmonizam-se e sincronizam-se.

Numa definição poética [...estar no real é ter a Quântica cá dentro, estar na Quântica é estar dentro do real...], assim vivem os calhaus desde a areia aos astros e os viventes desde os humanos às bactérias:



Agora, focalizado na Quântica e recusando a possível e desagradável igualdade entre contacto e intimidade, fiz a última e residual pergunta, "No interior dos átomos, as partículas Quantum's são todas iguais??".

Com surpresa a resposta foi NÃO.



Segundo a Quântica, as partículas Quantum's podem ser de dois tipos: fermiőes (ex. electrões) e bosões (ex. fotões) e a diferença é importante pois os átomos da parede têm fermiões e os átomos dos humanos, cães, gatos, cavalos, etc, têm bosões.

Uhau!... há luz ao fundo do túnel! ...afinal talvez se possa gostar, por e com intimidade, de pessoas, cães, gatos, tartarugas, etc... não estamos limitados a contactos. 


As partículas Quantum são uma coisa engraçada, sendo [energia e informaçãopodem aparecer no estado partícula ou no estado onda, elas "decidem" em qual. Em esquema:

e quando no formato onda:

se se encontram, em função de suas variáveis (amplitudes, fases, comprimentos onda, etc) podem somar-se, subtrair-se, anular-se, etc, criando uma onda diferente sem destruir as existentes, pois ao afastar-se retomam o seu formato inicial. 
Num exemplo da Física escolar, eis ondas a encontrar-se, somar-se, afastar-se, separar-se:


Na Quântica,  os Quantum's fermiőes (ex. electrões: parede) são "anti-sociais", isto é, não gostam de fundir as suas ondas e sobrepor funções, portanto não criam a unidade conjunto que coexistiria sem ambas se anular.
Portanto, não há intimidades só contactos, ou seja, não há um NÓS, há um [eu sou EU e tu és TU...].

Porém, os Quantum's  bosões (ex. fotões: humanos, cães, gatos) são "gregários", isto é, adoram fundir as suas ondas e sobrepor funções, portanto criam a unidade conjunto que coexiste com ambas sem as anular... talvez uma espécie de EU que coexiste harmoniosamente com os sub-EU's sem os anular.

Portanto, pode haver intimidades, ou seja, há um NÓS, há um [eu sou EU, tu és TU e nós somos NÓS...]. Mantém-se porém como possível a opção contacto do estilo fermião.
Em exemplo, pode haver intimidades com apaixonados e casamentos, mas também pode haver desapaixonados com contactos e divórcios.

Esquema de Romeu e Julieta e seu encontro-intimidade por fusão de bosões:


Porém apesar desta possível conclusão, fiquei com uma pedra no sapato. 

Esta "história" do EU do namoro ser uma espécie de SUPER EU dos sub-EU's dos namorados, parece-me uma "dica" dum Tio Ninhas, ao estilo de contradições "lógicas(?)": [...na Democracia somos todos iguais mas há uns mais iguais que outros e mandam, chamam-se eleitos].

Resolvi aprofundar e encontrei a curiosa questão dos EU's na "cirurgia do corpus callosum".

O corpus callosum é uma espécie de trança que liga e faz a comunicação entre os nossos dois hemisférios: o esquerdo e o direito.
Nos destros, o esquerdo é mais lógico, melhor em matéria de cálculo e sede exclusiva da fala; o direito é mais musical, mais intuitivo, o centro da imaginação espacial. Nos canhotos é o inverso.

Em alguns casos de epilepsia muito violenta, os médicos descobriram que algum alívio poderia ser obtido se o corpus callosum fosse cortado. Não se detectaram efeitos colaterais, excepto anos depois em testes com resultados assombrosos.
A bisseção cerebral do callosum resultara em bisseção da personalidade e onde antes havia um EU agora havia dois que se desconheciam.

No cérebro normal, os dois hemisférios trocam informações entre si, comportando-se, portanto, como uma unidade coordenada; no entanto, se separados por procedimento cirúrgico, perdem essa habilidade.
Literalmente, o EU-mão-direita não sabe o que o EU-mão-esquerda faz. Se se colocar um objecto entre as duas mãos, o indivíduo não o encontra porque [...desconhecendo a outra mão não sabe onde é o meio].
A pessoa que tinha um EU, agora tem dois que se desconhecem (vide Fritz Perls, Gestalt Terapy).

Fiquei a pensar, todos nós temos vários EU's?
O EU angustiado, o EU contente, o EU pentiadinho de fato e gravata de 2ª a 6ª feira, o EU desgrenhado de calças rotas ao sábado e o EU aos pulos e berros no futebol ao domingo, etc?

Vivermos connosco próprios deve ser uma aventura constante a entrechocar EU's e não temos consciência disso. Namorar deve ser só ter mais um EU a "dois" nessa bagunça mas que vive de acordo e negociação ao estilo "quem manda aqui?".

Sociologicamente, para facilitar namoros e casamentos, surgiram automatismos sociais tipo patriarcado, matriarcado, mulher-objecto, etc, ou seja, cria-se um NÓS namoradeiro tipo "um manda e o outro obedece".

Politicamente, hoje estes automatismos estão postos em causa e esta "guerra" é aproveitada como mercado para angariar votos, disfarçadamente chamou-se "Problema do Género".
A solução de dois iguais a decidir não faz parte de padrões culturais instalados, como exemplo a actual Democracia, organização de [iguais com uns mais iguais que outros] que têm várias alcunhas "Presidentes, Secretários, Contactos, etc".

Outro dia num jornal alguém achava estranho marido e mulher pertencerem a partidos diferentes, não sei se as regras partidários proíbem isso, mas o perigo é real. Pode haver espiões maritais escutando o  Eu politico do outro a sonhar alto*.
* - Mas ter amantes também tem este perigo, convem ir ao médico ou usar mordaça.

Conclusão

Afinal namorar é ter intimidades, ou seja, é ter outro EU (este colectivo) em acção no pacote pessoal de Eu's.
Este EU-NÓS, criado por via Quântica ao sobrepor ondas bosões, arrasta efeitos psicológicos, sociológicos, políticos, sociais e até religiosos.

Tudo isto não me incomoda desde que não me cortem o corpus callosum.


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