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quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Telemóveis, bruxas e chefes


Ando contentíssimo a dar ordens a "torto e a direito".

Estou sentado e digo autoritariamente - "telefona Hermengarda", e lá tenho uma ligação a ser feita e passado um momento surge a Drª Hermengarda ao telefone. Converso, despeço-me e digo em alto e bom som - "Desliga", e tudo volta à calma inicial.
Estes inventos do "voice command" nos telemóveis até nos fazem esquecer as crises. 

Entretanto, surgiram-me algumas questões.

Se disser a um empregado - "telefona Hermengarda", e se ele estiver treinado também faz uma ligação ao destinatário. Neste caso a explicação está cientificamente provada. Como ele tem os conceitos de "obedecer", "telefone" e "deveres de empregado" bem aprendidos, integra tudo no cérebro e lá age como é preciso.

É um uso normal da função cerebral de transformar as palavras em significados e com estes detonar impulsos à acção.

Porém, se disser ao telemóvel - "telefona Hermengarda", obtem-se exactamente o mesmo resultado.

Todavia a conclusão não é fácil, pois… ou o telemóvel tem cérebro… ou os empregados têm chips. Ou então os chips são capazes de transformar as palavras em significados e usar estes para controlar as energias telefónicas do telemóvel.
Mas estas hipóteses parecem-me pouco credíveis. Tem que haver outra alternativa.

A mais lógica parece ser a noção de palavra, que não é apenas um veículo de significados a serem utilizados pelos humanos, mas também um pacote de vibrações (energia) para serem utilizados pelos telemóveis.

Realmente, alguns cantores com o canto conseguem  partir copos de cristal nas redondezas, devido às energias vibratórias provocadas pela voz.

Uhau!!…Uhhhaaauuu!…as palavras partem "corações" e põem pessoas a chorar e a rir, mas também partem copos e põem telemóveis a falar.

As pessoas choram e riem por causa dos significados das palavras que criam emoções, mas os copos e telemóveis não usam emoções, usam energias.
Então é porque as palavras também são energia e neste caso será que o córtex também é afectado por essa energia?? …e este afectar depende da energia vibratória, ou seja, da palavra??

PS - Salienta-se que são perguntas, não são afirmações. Pois se há rochas afectadas pela voz (ex. cristais) outras não são (ex. calhaus brutos). Possivelmente com os cérebros acontece o mesmo, uns são sensíveis, outros são calhaus.


"Ali Bábá e os 40 ladrões" é um conto oriental de tradição oral que parece ter surgido na India (sec III), depois na Pérsia (sec VIII) e na Europa (sec XVIII).
No conto aparece um tesouro numa gruta cuja porta obedece às frases "Abre Sésamo" e "Fecha-te Sésamo". Será este conto já uma história de ficção científica com 17 séculos, válida nos tempos actuais?
Será uma antevisão realista do que acontece hoje com os telemóveis?

Também em épocas antigas surgem shamanes, feiticeiros, bruxas e bruxos que com palavras fazem feitiços, encantamentos, maldições, pragas, etc. Estas memórias colectivas fazem parte de quase todas as tradições orais e de muitas instituições sociais desde os templos antigos, passando pela Inquisição e por movimentos sociais como a queima de bruxas (vide as "Bruxas de Salem"), até aos dias de hoje com as invocações, boas ou más.

Uma das palavras mágicas mais comuns em várias culturas e muito divulgada pelo seu poder de intervenção é "Abracadabra". Todavia, é sempre salientado nos "textos de bruxaria" que o "truque" é a forma como é vocalizada a palavra em função do timbre, intensidade e harmonia tónica.

Quer acreditando ou não nos efeitos mágicos, o conselho continua a ser tecnicamente interessante por válido: vocalizar sim, mas afinado. Na verdade, cantar ópera em cacofonia produz um efeito não só nulo como destrutivo.

Bruxaria ou não bruxaria, este conselho está colocando um aviso sobre a necessidade de correctas vibrações sonoras na vocalização, para poder produzir a energia sonora conducente a realizar as transformações materiais.

Neste contexto, analisar este realçar técnico parece-me mais importante do que a discussão "sim ou não à bruxaria", porque ele é uma das bases do funcionamento do "voice command" dos telemóveis. Palavra com má dicção ou com dicção confusa e o telemóvel não obedece. O conselho da bruxaria funciona também aqui.

Resolvi aprofundar.


Uma encantação é "um conjunto de palavras ditas, cantadas ou rezadas, destinadas a ter um efeito mágico ou sobrenatural", sendo utilizadas em muitas culturas e rituais religiosos, eventualmente provocando efeitos placebo.

A sua base é a crença de que "as palavras podem influenciar o universo". Segundo alguns autores, a diferença das palavras científicas para as palavras mágicas está na carga emocional destas, vulgarmente reforçado com o contexto: ambiente, luz, velas, sonoridade, clima psy, etc. (Malinowski, Ogden, Chomsky,..)

Em resumo a "magia das palavras" com seus efeitos de "encantamento a produzir mudanças físicas" seria sempre através de significâncias psicológicas e efeitos placebo.

Com este paradigma, o "voice command" nos telemóveis seria impensável e não teria sido inventado.

Assim, numa outra perspectiva, a voz altera um diapasão, ou seja, cria e emite energia:



O ser humano com a voz é um produtor de energia sonora.
No plano da sobrevivência, a voz como vibração será uma espécie de "morse" que também envia mensagens??? Os animais serão sensíveis a estas vibrações? Será também uma forma de comunicação ?

Na verdade, as palavras são produzidas pela passagem do ar nas cordas vocais, modeladas pela garganta, língua, boca, dentes, etc, ou seja, é um processo altamente especializado de detalhes sonoros muito precisos e sensíveis, distintos uns dos outros.
O seu conjunto forma a linguagem, isto é, um conjunto de sons expressando significados mas que em si são pacotes de vibrações.

Este processo é muito claro com o alfabeto que é uma técnica de escrita que em vez de expressar as ideias com imagens, expressa os sons das palavras que expressam essas ideias. É um intermediário e como intermediário tomou o controlo,


Assim, o centro da questão está no alfabeto, ou seja, na quantidade e tipo de sons (vibrações) que constituem as palavras. Quantos mais sons e mais detalhados, mais especificas são as palavras e portanto também mais distintas são as vibrações produzidas. Em poucas palavras, "quanto mais sons tem o alfabeto, mais o "morse" das vibrações vocais tem mais nuances, logo é mais especifico, claro e compreensível".

Um dos alfabetos mais antigos, o Sânscrito (India antiga) tem 50 símbolos no seu alfabeto, todos susceptíveis de serem produzidos pelo sistema vocal humano. São 16 vogais (sons abertos) e 34 consoantes (sons fechados). As nuances vibracionais sonoras são muito superiores às produzidas pelo posterior alfabeto simplificado de 5 vogais e 21 consoantes.

De qualquer modo, os Kabalistas judeus e os Indus consideram 3 e/ou 4 níveis na vocalização:

1 - o som expresso da palavra;
2 - o seu significado cognitivo e emocional;
3 - a sua energia vibracional;
4 - o efeito "arquétipo", no sentido de "imagem primordial" que é detonada, invade o receptor e afecta o funcionamento cerebral.
Este efeito pode ser mais intenso ou mais desprezável. Por exemplo, a palavra "satanás", ou a palavra "cancro", pode criar este efeito, levando as pessoas a benzerem-se ou a dizer "Deus me perdoe" como contraponto.
Comparando com os telemóveis, talvez o "voice command" use o modelo do arquétipo, na medida em que as vibrações da "voz ordenante" vão abrir um script, uma espécie de template (arquétipo?) que vai dominar todo o funcionamento conducente ao resultado desejado.

Para terminar o problema dos chefes:

O chefe ao dar ordens pretende provocar determinados efeitos no subordinado.

Assim a par da consequência obtida com base nos significados das palavras usadas, todos sabem que as vibrações são importantes e daí os gritos, berros, imprecações e resmungos usados ao mesmo tempo. Estou a esquecer os murros na mesa, como contexto emotivo a reforçar as palavras, em substituição dos tambores tribais. Não sei se alguns também se agitam e saltam, em substituição das danças tribais.

Simplesmente, ter as vibrações correctas é uma arte, não deve ser de mais nem de menos.
Assim, pode-se treinar os chefes com telemóveis.

Coloca-se o chefe numa sala com 5 telemóveis programados para um certo tipo de vibração. Ele fica lá dentro, durante algum tempo, a gritar ordens para os 5 telemóveis. Quando todos obedecerem está pronto para chefiar.

Convém analisar se quando não tem êxito é por berros a mais ou por berros a menos. O nível aceitável de berros tem que ser definido pela hierarquia.

Nas Democracias e nas escolas o nível a usar é o nível "gentleman" (delicadeza, gentileza, elegância, cortesia…), fora desta programação o telemóvel não obedecerá.


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