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sábado, 16 de novembro de 2013

Ele, ela e o cão

As manhãs no café são melhores que a TV.

Hoje, ele lia o jornal e o cão dormitava debaixo da mesa. De repente, o cão levantou-se, ficou agitado, abanava a cauda e de língua para fora olhava para a rua.
Ela aproximou-se, sentou-se à mesa. Ele impávido continuou a ler o jornal, enquanto ela e o cão se cumprimentavam e, com festas daqui e lambidelas d'acolá, "conversaram" um pouco durante algum tempo. Via-se claramente que eram amigos.

O empregado aproximou-se, ela pediu um café e um croissant. Ele continuou a ler o jornal e o cão ficou atento ao croissant.

Quando ela acabou, ele chamou o empregado e pagou. Não percebi como ele viu que ela tinha terminado pois tinha o jornal na frente.
Levantaram-se, ele agarrou no jornal e na trela do cão, saíram, atravessaram a rua e dirigiram-se para o carro. O cão que seguia à frente, preocupado, olhava para trás para ver se ela também ia, ele preocupava-se com o carro que continuava no mesmo sítio.

Entraram todos e foram-se embora.

Conclusões:

1 - Ele estava bem treinado. Fazia o que era preciso sem precisar de receber ordens. Empregados destes não são vulgares.
2 - Ela e o cão eram bons companheiros, deviam viver na mesma casa. Ele provavelmente vivia no quintal, numa casota.
3 - Gostava de o ver com o treinador (talvez fosse o chefe) para observar o seu comportamento. Possivelmente, via-o ao longe, ficava atento, compunha-se (ajeitava o cabelo e a gravata, abria um sorriso, etc), isto é,  fazia como o cão, abanava o rabo, deitava a língua de fora e esperava festas. A cultura "pega-se".
4 - Ela parecia-me feliz, gostava de a ver com o verdadeiro "cara metade", com o "oficial" funcionava muito bem.

Não vi filhos…ou não têm ou esqueceram-se de os ter.

…tempos antigos
quando ainda não havia jornais.




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