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sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Aprender, bom ou mau ?…depende

Como tudo na vida….

Fazer Justiça ??? Bom ou Mau?... depende se é justa ou injusta, legitima ou ilegítima….
Tratar doentes ??? Bom ou mau?… depende se com isso morrem ou ficam curados…
Resolver a crise ??? Bom ou Mau?… depende se fica uma sociedade feliz ou um bonito cemitério…
Aumentar impostos ??? Bom ou Mau?… depende se é dos que pagam ou dos que tiram o dinheiro...

e assim por diante…. há sempre necessidade de ver o rótulo e também o conteúdo da acção.





Analisando o aprender
convém, para além do resultado, ver também o processo.





A revista "American Mensa" publicou um esquema que gostei:


Simplesmente o problema é mais complexo.

Partindo de uma afirmação lapidar "Aprender é adquirir conhecimentos" convém perguntar - "… e o contexto é estático ou dinâmico?", isto é, tudo à sua volta se mantém e manterá igual ao que sempre foi ou tudo estará em contínua transformação?

Na verdade, existem dois conceitos semelhantes mas bastante diferentes: conhecimento e conhecer.

Conhecimento é um substantivo e refere-se a um objecto, a um resultado, mas conhecer é um verbo e refere-se a uma acção, a um processo. Podem-se comparar à dinâmica da onda-partícula na teoria quântica, em que quando a onda colapsa temos a partícula e aqui quando o conhecer colapsa temos o conhecimento, mas é sempre a onda que dá energia à vida.

Assim a questão fundamental é saber se o conhecimento se insere num contexto estático em que o aprender vive de ter conhecimentos e neles fica fechado, memorizando, bloqueando mudanças e destruindo quem deles se desvia, como foi por exemplo na Idade Média (sou um optimista com o "foi"…!),


JULGAMENTO DE GALILEU
Fechados no seu conhecimento julgam o novo conhecer 

ou se vive num contexto dinâmico, por exemplo no século XXI, em que o aprender deve viver de intensificar o conhecer.

Na perspectiva do conhecer aberto (open knowledge), ou seja, no conhecer activo, conhecer é estar permanentemente estabelecendo outras conexões e analisar outros resultados e este processo deve ser intensificado, dinamizado, enriquecido e potenciado ...e então o APRENDER É BOM.
Mas se o processo de aprender mata a curiosidade, bloqueia raciocínios, impede o "Porquê", o "Porque não…?", o "Então se…", destruindo a capacidade de construir alternativas,...então o APRENDER É MAU.

A questão é simples, este APRENDER potencia ser pessoa ou potencia ser "papagaio enciclopédico"?


Como exemplo, se se analisar informações sobre um elevador permitirá adquirir conhecimentos Newtonianos sobre a gravidade, todavia se essas informações forem conectadas diferentemente pode-se adquirir conhecimentos sobre a relatividade (vide Einstein e o exemplo do elevador).

Assim, utilizando o esquema da "American Mensa", poderíamos ter algumas centenas de hipóteses de conhecimentos possíveis com a mesma informação, pois o conhecer é construir conexões e não memorizar informações ou estruturas de informações e depois aplicá-las ao real:


Todavia ainda existem mais duas variáveis que se activas podem transformar as centenas de alternativas de conhecimentos possíveis em milhares de hipóteses desde que exista um processo activo de conhecer e não apenas uma posse estática de conhecimentos a bloquear essa actividade.

Uma delas, como já foi citado, é a conexão com um contexto mutante que cria novos significados nas conexões existentes (vide o exemplo do elevador) e a outra é que a mais ligeira alteração numa só informação vai afectar todas as conexões existentes, eventualmente com efeitos desprezáveis ou não.

Como exemplo, uma porta é uma porta e desde há milhares de anos que poucas variáveis surgiram para alterar, é um método simples de tapa-destapa um buraco, todavia há sempre possibilidades de com os mesmos elementos pensar outras conexões.
É sempre um prazer ver uma alternativa possível e improvável:


Como conclusão

Estudar sim … se com prioridade à potenciação do conhecer a par da potenciação do conhecimento



Estudar não … se só com potenciação do conhecimento castrando o processo de conhecer
pois o resultado são apenas papagaios Licenciados mas "tapados" que estrebucham por aí:


por muitos grupos, equipas, associações e quejandos que constituam, pois um importante dogma da Matemática afirma que "milhares de zeros juntos continua a ser ZERO":



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