…pois é…mas nas eleições acreditamos, confiamos e votamos em quem não conhecemos.!!
O jogo que nos propõem é:
"Não nos conhecemos, mas acredita em mim eu sou confiável.!!!"… mas, dos que não conheço , só confio em Deus !!
É o chamado jogo paradoxal em que "a raposa diz à galinha…confia em mim".
Por outras palavras, o jogo propõe que "não se tendo confiança, se confie nessa "não-confiança" para se acreditar que é confiável". Isto só é possível aceitar com um molhe de neurónios todos enleados e cheios de nós.
O jogo pode continuar porque, ao hesitar, surge o argumento: - "Não me diga que desconfia de mim???".
A proposta parece simples e inteligente: - "Se não tem provas para desconfiar de mim, então sou confiável, não é verdade??".
Isto é apenas um argumento com um dilema de manipulação do tipo "OU…OU", por exemplo, "Se não é gato é coelho".
Quando pelo contrário o raciocínio com não's abre sempre alternativas, pelo menos MAIS UMA, ou seja, nenhuma delas, o que neste caso será: - "Não tenho provas para não-confiar, nem para confiar". Ou melhor, a ausência de prova não é prova.
Outra manipulação é dar provas de confiável noutras áreas esperando que contamine a área-alvo e lá apareça confiança. É uma técnica normal de vendas.
Em eleições isto é feito trazendo a família para o mass-média, mostrando-se confiável como pai de família, ou mostrando-se afável dando apertos de mão, beijos aos filhos e festas aos cães de quem lhe aparece pela frente.
PS - Festas a gatos, mesmo ao colo, é de evitar, pois podem arranhar, eles não confiam à primeira.
Penso que todos nós sabemos isto, faz parte do senso comum, mas é como jogar nas máquinas do Casino, é sempre bom acreditar no Pai Natal.
Este tipo de eleições é como jogar nas máquinas, pomos o dinheiro, recebemos esperança, a máquina faz o que quer e o Casino é que ganha.
Este é um jogo "viciado" porque não tem solução por muito que se melhore as discussões, as campanhas, os controlos de" lobby's", a "pureza" dos candidatos, etc.
Na verdade o problema não é este, não está na melhor ou pior exposição de venda de candidatos, ou seja, não se melhora a Democracia melhorando as eleições.O problema está no que acontece DEPOIS, é aqui que está o problema, é aqui que se tem que procurar soluções de melhoria da Democracia.
É como o casamento. Em todas as histórias infantis [Branca de Neve,…Príncipe Sapo,…Gata Borralheira,…] elas terminam com "casaram e foram muito felizes", porém a festa do casamento não é o fim da história, é apenas o seu princípio, é agora que vai começar aquilo de "o que Deus uniu, os homens não podem separar".
Concordo que "os homens não podem separar o que Deus uniu", porque SÓ quem pode separar é APENAS "aquele homem e/ou aquela mulher", decidindo acabar com o casamento, isto chama-se divórcio, e concordo que mais ninguém se pode meter no assunto. Esta é a garantia da regra assumida, mas outras interpretações tem andado por aí mal contadas.
O que valida tudo é o que acontece depois da cerimónia, não é a validade desta que obriga à continuação do casamento. Um casamento livremente aceite e com uma cerimónia rectificadora não legaliza a continuidade da violência doméstica.
Do mesmo modo nas eleições.
O que valida uma eleição é o que acontece depois dela, não é a validade da sua cerimónia. É bom não esquecer que Hitler foi eleito. O argumento eleição livre não é prova para a validade da continuidade, do mesmo modo que no caso da violência doméstica.
A questão fundamental para a melhoria da Democracia é:
Como se controla o eleito depois da eleição ??
Os eleitores precisam de usar a regra base do capitalista-com-êxito:
"Escolho quem penso que é o melhor para gerir o que é meu, mas depois controlo o seu "dia-a-dia" o máximo que puder", ou seja, se não pode controlar o que o delegado faz não lhe entregue a gestão do que é seu.
"Escolho quem penso que é o melhor para gerir o que é meu, mas depois controlo o seu "dia-a-dia" o máximo que puder", ou seja, se não pode controlar o que o delegado faz não lhe entregue a gestão do que é seu.
Pense-se no BPN e nos "Capitalistas sem êxito" que por lá apareceram..!!!!
Na Política é semelhante.
Hoje, com um vazio operativo, que talvez não seja um vazio jurídico mas apenas uma gordura jurídica inoperante, o poder da Política está em eleitores-sem-êxito, que entregam o voto e a esperança e não controlam a sua gestão. É isto que tem que ser alterado.
Muito bem visto e pinçado. Tomei a liberdade de publicar na página de FB https://www.facebook.com/cronicaseura
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