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domingo, 15 de junho de 2014

Espécie humana como paradoxo


Estando a ler sobre antropologia e shamanismo encontrei um estudo interessante sobre a Ayahuasca,


nome de origem inca de uma bebida psicadélica sacramental feita por cozedura de duas plantas nativas da floresta Amazónica.

Uma delas, a Psychotria viridis, contém o princípio ativo da dimetiltriptamina, substância alucinógena (parece que também é naturalmente produzida no córtex) mas que se for engolida não produz qualquer efeito porque o estômago produz uma enzima monoamina oxidase que a bloqueia.

Porém, a segunda planta Banisteriopsis caapi traz consigo várias substâncias que inactivam a enzima estomacal, possibilitando que o alucinógeno alcance o cortrex. 

Assim, cozendo as duas plantas  em conjunto produz-se uma bebida psicadélica.

Esta produção tem milénios de uso naquelas populações e não me parece que nesse passado longínquo existissem microscópios electrónicos ou manuais botânicos para orientação.

Claro que tudo é simples e lógico e não há mistério para desvendar. 

Ao longo do tempo, a espécie humana por "tentativa e erro" e com o método da "selecção natural" foi combinando e cozendo diferentes plantas e bebendo o seu resultado até que deixaram de morrer ou, simplesmente nada acontecia, mas pelo contrário, passaram a obter viagens psicadélicas e a modificar a consciência. 
Finalmente a Ayahuasca estava descoberta os shamans podiam-na usar nas suas cerimónias, q.e.d.

Como se vê, usar o raciocínio é a essência do progresso da espécie humana e a base das conclusões cientificas, sociais, políticas, e da análise causas-consequências.

Continuando a aprofundar a ciência cientifica, descubro que a floresta amazónica num calculo aproximado e, num mínimo, tem cerca de 80.000 espécies de plantas.

Huau…resolvi fazer contas,…ou seja, saber quantas combinações são possíveis fazer de 2 plantas em 80.000?
Aplicando a fórmula Matemática do calculo de  "2" combinações num conjunto "80.000":


o resultado é que em 80.000 plantas combinadas duas a duas temos 3.199.960.000 alternativas.

Se entre "procurar, colher, cozer, experimentar e registar" conclusões se necessitar de um mês, a espécie humana precisou de 266.663.333 anos para aplicar o método de tentativa e erro só neste problema.

Huau…Huau... 266 milhões 663 mil e 333 anos para fazer um cházinho

Realmente a espécie humana é uma espécie trabalhadora e aplicada e os nossos cientistas fazem profundos raciocínios nos estudos científicos.

Abandonando o tema resolvi descansar e ver o telejornal, ao ver e ouvir o que dizem e o que garantem ser verdades e soluções ...de repente surgiu-me outra conclusão:

A espécie humana é um animal de raciocínios,
mas não é um animal racional...

acredita e diz cada parvoíce….


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