A bisbilhotice, "cientificamente" chamada curiosidade, faz parte da vida pois é um instinto de sobrevivência, inquieto e activo, a fazer perguntas […o que o contexto me traz??, o que me vai acontecer??. o que posso fazer??].
A minha amiga Vadel e a sua curiosidade |
Esta bisbilhotice/curiosidade na cultura burguesa chama-se má educação e pode ser uma "doença" psicológica oscilando entre desde o voyeurismo (prazer sexual por observar) até à paranóia da perseguição (angústia de ser vítima), porém animais não-bisbilhoteiros correm o risco de rapidamente serem alimentação de outros,
Quando a bisbilhotice/curiosidade é nula, a sociedade considera tratar-se de um transtorno psicológico chamado "falta de motivação e interesse", ou seja, alguém incapaz de se implicar.
Em alternativa há profissões baseadas na bisbilhotice, com grande dignidade e poder social, sendo chamadas de investigador, por ex., polícias ou impostos, diagnosticador, por ex., médicos ou psicólogos. Se são bisbilhoteiros amadores são moralmente e eticamente bem considerados e legalmente chamam-se testemunhas.
Como regra geral na cultura burguesa, dadas estas múltiplas alternativas, tem que se ter muito cuidado em que bisbilhotice nos vamos meter e procurar sempre fugir da coscuvilhice de vizinhos e titulá-la de debate democrático da vida do bairro.
Às vezes não é fácil, fazer bisbilhotices nas Universidades chama-se fazer observações pois lá ninguém faz bisbilhotices de macacos ou de pessoas mas sim observações de macacos ou de pessoas, quando não são observações chamam-se mexer...icos pois anda-se a mexer na vida dos outros.
A História tem imensos casos de Teorias consideradas cientificas e que mais tarde se descobre não passarem de um chorrilho de mexericos a interferir com a vida dos outros, dizendo o que devem pensar para serem aceites.
Um dos mais conhecidos é o mexerico da Terra ser plana e um cientista (Galileu) que a renegou foi por isso condenado em Tribunal. Este mexerico era dos bons porque a condenação só foi rectificada e retirada quatro séculos depois.
Às vezes não é fácil, fazer bisbilhotices nas Universidades chama-se fazer observações pois lá ninguém faz bisbilhotices de macacos ou de pessoas mas sim observações de macacos ou de pessoas, quando não são observações chamam-se mexer...icos pois anda-se a mexer na vida dos outros.
A História tem imensos casos de Teorias consideradas cientificas e que mais tarde se descobre não passarem de um chorrilho de mexericos a interferir com a vida dos outros, dizendo o que devem pensar para serem aceites.
Um dos mais conhecidos é o mexerico da Terra ser plana e um cientista (Galileu) que a renegou foi por isso condenado em Tribunal. Este mexerico era dos bons porque a condenação só foi rectificada e retirada quatro séculos depois.
Como exemplo, uma bisbilhotice
pode originar nos paranóicos da moralidade o mexerico de "pervertido sexual", enviando o observador para tratamento na psiquiatria, apesar de ele apenas estar no "lugar errado no momento errado" a almoçar um frutito.
Para evitar estas "titulagens" desclassificantes uma das formas mais simples é usar sempre óculos escuros como fazem os agentes secretos, guarda-costas, etc e também aproveitar situações propícias para bisbilhotice sem uma acção activa de investigação.
A excepção da necessidade destas defesas é quando se está Licenciado para o fazer e tendo disso evidências objectivas, por exemplo, consultório médico ou de advogado, esquadra da polícia, repartição de impostos ou inquéritos para estudos com validação de empresa jornalística ou marketing, etc.
A excepção da necessidade destas defesas é quando se está Licenciado para o fazer e tendo disso evidências objectivas, por exemplo, consultório médico ou de advogado, esquadra da polícia, repartição de impostos ou inquéritos para estudos com validação de empresa jornalística ou marketing, etc.
PS - O uso de óculos escuros na praia não é por causa do sol mas sim para poder bisbilhotar à vontade sem chatices de familiares, vizinhos ou pessoa observada.
Bisbilhotar nus no museu é educação cultural, mas bisbilhotar nus na praia, no PlayBoy ou PlayGirl é libido doentia …o problema não é bisbilhotar é onde se está quando se bisbilhota.
As regras são simples, é preciso considerar sempre os níveis normais de bisbilhotice aceitáveis na sociedade em questão desde cultura, classe social, estatuto, profissão (por ex., paparazzi é um bisbilhoteiro fotográfico consentido), ou então ter desculpas aceitáveis …- "Que pecados tens, meu filho??", neste caso é fundamental ter um tom amoroso, terapêutico, judicial ou institucional.
Assim, em função das variáveis anteriores, é importante definir parâmetros possíveis para a bisbilhotice, do tipo quanto, quando, onde, o quê, como, com quê, etc, mas o fundamental é a cultura vigente.
Há países em que os limites são mais alargados e outros em que os limites são mais estreitos, nuns a paranóia do voyeurismo é mais intensa e noutros menos intensa, etc.
Há países em que os limites são mais alargados e outros em que os limites são mais estreitos, nuns a paranóia do voyeurismo é mais intensa e noutros menos intensa, etc.
Por exemplo, e para não ter "azares" sociais, em certos países com grande paranóia de assédio sexual e hábito de indemnizações em tribunal, é fundamental logo à chegada ao aeroporto comprar óculos escuros e ter máquina fotográfica com telescópio para poder fotografar à distância sem se poder detectar o alvo.
Por causa desta problemática, ontem, por acaso, descobri uma "janela de bisbilhotice" perto de casa e, daqui em diante, vou passar a ter cuidado com ela:
Uma "janela de bisbilhotice" é uma janela-montra gigante com vidro de um lado e espelho do outro, muito em uso nas policias e noutras bisbilhotices.
No caso da esplanada, é uma montra-janela gigante que por efeitos de luz, às vezes, funciona como espelho de fora para dentro e vidro de dentro para fora.
Assim, se sentado do lado de dentro, as pessoas do lado de fora ficam tão perto que se vê a linguagem não-verbal em "zoom", isto é, em tamanho real perto dos nossos olhos, distinguindo pequenas rugas expressivas e micro expressões quer antes, quer durante e depois do falar.
Mas como diz o ditado "uma imagem vale mil palavras" e a proximidade e intimidade comunicativa criada é maior do que se estivesse lá fora sentado na mesma mesa, ou seja, a intensidade e significado das mensagens é maior e mais evidente.
Simplesmente do lado de fora as pessoas sentem-se sozinhas perto de um "espelho" protector de olhares indiscretos, chegando a compor o cabelo e maquilhagem na imagem reflectida, conversando à vontade e sentindo-se sem "bisbilhotices do exterior".
Como exemplo, um micro gesto de enfado que parecia um berro por altifalante para quem o viu tão perto, não ficou registado nas duas mentes conversadoras porque a conversa continuou "normal" entre ambos.
Nas educações familiares há dois sistemas: a educação dirigida e a educação por osmose.
A primeira funciona com o receptor na posição activa de actor e a segunda quando o receptor está na posição activa de espectador.
Por exemplo:
educação dirigida - "quando já adultos vão a casa dos vossos pais e o vosso pai zanga-se convosco…" não sei o que aprendem mas aprendem qualquer coisa, nem que seja a bloquear tudo. Neste caso aprenderam por terem sido actores na relação de ensino.
educação por osmose - "quando já adultos vão a casa dos vossos pais e vêem o vosso pai a zangar-se com a vossa mãe…" não sei o que aprendem mas aprendem qualquer coisa, nem que seja a bloquear tudo. Neste caso aprenderam por terem sido espectadores numa relação de ensino.
Uma pergunta:
- " Em que situação se sentirão mais perturbados???"
Uma pergunta:
- " Em que situação se sentirão mais perturbados???"
A diferença é que a segunda aprendizagem é muitíssimo mais violenta e marcante afectivamente do que a primeira, ou seja, tem uma maior "carga" educativa, aprendemos "mais fundo" por espectadores do que por actores.
Na família os filhos são educados por educação dirigida quando o pai ou mãe se dirige a eles e por educação por osmose quando o pai e a mãe se dirigem um ao outro e o filho assiste numa espécie de "janela de bisbilhotice" vendo o que se passa… e aprendendo.
ver uma zanga do pai e mãe…depois… nada será anulado por raciocínios (neocortex) pois o sistema límbico já injectou tristeza… e emoções são "imunes" a lógicas. |
Quando a educação dirigida e a educação por osmose
ensinam "coisas" diferentes
a educação por osmose é que ganha.
Em conclusão, a bisbilhotice é na realidade responsável por muito do que se aprende…mas isso não acontece de forma linear. Quer dizer que […um trauma negativo pode ter consequências positivas ou negativas e um trauma positivo pode ter consequências positivas ou negativas] neste processo a complexidade domina,
"não é por se conhecer a semente
que se conhece a árvore, pois
a árvore é que decide como que vai ser"
(Zen)
(Zen)
Como bisbilhotice final
Os viventes vivem da pesquisa e percepção de sinais do contexto.
No plano cultural este mecanismo tem diversas palavras para o expressar e no texto utilizaram-se várias:
bisbilhotice
curiosidade
mexericos
coscuvilhice
investigação
diagnóstico
observação
testemunhar
etc.
qualquer delas é utilizada pelo neocortex para criar raciocínios lógicos, simplesmente, todas elas têm conotações emocionais que o sistema límbico "agarra" e impregna com emoções as conclusões do neocortex.
Mas,…afinal quem manda…se a palavra afecta os dois? A razão ou a emoção? ?
Um discurso político é […a arte de jogar com emoções através de raciocínios lógicos usando as palavras necessárias para o fazer…].
É uma espécie de cocktail que leva o remédio misturado ou, por analogia com o antigo ditado popular "na família quem manda é o homem, mas quem manda no homem a mulher", neste caso pode dizer-se que:
Os viventes vivem da pesquisa e percepção de sinais do contexto.
No plano cultural este mecanismo tem diversas palavras para o expressar e no texto utilizaram-se várias:
bisbilhotice
curiosidade
mexericos
coscuvilhice
investigação
diagnóstico
observação
testemunhar
etc.
qualquer delas é utilizada pelo neocortex para criar raciocínios lógicos, simplesmente, todas elas têm conotações emocionais que o sistema límbico "agarra" e impregna com emoções as conclusões do neocortex.
Mas,…afinal quem manda…se a palavra afecta os dois? A razão ou a emoção? ?
Um discurso político é […a arte de jogar com emoções através de raciocínios lógicos usando as palavras necessárias para o fazer…].
É uma espécie de cocktail que leva o remédio misturado ou, por analogia com o antigo ditado popular "na família quem manda é o homem, mas quem manda no homem a mulher", neste caso pode dizer-se que:
"nas decisões quem manda é o raciocínio,
mas quem manda no raciocínio são as emoções" ?
Assim, que frase preferem:
A - Levei ontem a minha mulher ao médico para ele lhe bisbilhotar o corpo!
B - Levei ontem a minha mulher ao médico para ele lhe observar o corpo!
A vossa escolha é comandada pelo neocortex (raciocínio) ou pelo sistema límbico (emoção) ????