Aprender a sentir a música
não ensina a dançar…
mas sem sentir a música
não se pode dançar!
O "Não" é como a música, não é um caminho é uma orientação e sem ela fica-se perdido e bloqueado.
A anti-crise, o anti-fascismo, a anti-agressão, o anti-Norte ou anti-Sul…não são caminhos, são orientações. O caminho é sempre um PRÓ.
Um raciocínio saudável de PRÓ […ou seja, diferente de teimosia…] é sempre acompanhado por quatro cúmplices de suporte: O quê, Quando, Condições, Oportunidades
Um raciocínio saudável de PRÓ […ou seja, diferente de teimosia…] é sempre acompanhado por quatro cúmplices de suporte: O quê, Quando, Condições, Oportunidades
J. Kennedy, discurso 25 Maio 1961 |
Políticas com projectos "Anti" não são Projectos são FUGAS […sabe-se do que se afasta, mas não sabe do que se aproxima…]. Do mesmo modo, Pedagogias com apoios Anti não são pedagogias são ANTI-PEDAGOGIAS.
Exemplos:
Exemplos:
A
O Objectivo político de tirar um buraco (NÃO-buraco) não diz se fica SIM-jardim, SIM-lixeira ou SIM-poço!
B
O Objectivo político de resolver a crise (NÃO crise) não diz se o resultado é SIM-bem-estar, SIM-miséria ou SIM-anexação!
C
A pedagogia familiar de:
- "Não sejas burro, tens que estudar!".
implica para o António que o problema estava simplificado, "burro já era" agora só lhe faltava estudar, o que fazia com aplicação, mas dizia com ar triste:
- "Farto-me de estudar e não aprendo nada... sou burro!".
O problema a resolver não era ensiná-lo a estudar, era ensiná-lo que não era burro… e isso não podia ser feito com missionações anti do género [- "Não és nada burro"], ou com contra missionações feitas de crenças contrárias do género [- "És muito inteligente"], em que os dois processos introduzem lutas intrapsíquicas para saber em que acreditar e não conseguindo…confirma-se [-"Sou mesmo burro"].
D
A pedagogia de missionação por instalação de crenças:
- "Tens que não ser mau aluno,…. tens que ter vontade e motivação para resolver isso!"
possibilita que ele resolva …ao deixar de ser aluno. Começa a faltar e a comportar-se como não-aluno, arranja trabalhitos para ganhar dinheiro e diz:
- " Não quero estudar mais, quero trabalhar", e assim já não é mau aluno, porque deixou de ser aluno.
Na verdade, o "NÃO" é um conceito da linguagem verbal, pois ele não existe na linguagem não-verbal, nesta só existe o "SIM".
O abanar da cabeça para simbolizar o "NÃO", segundo Spitz, tem a sua origem quando o bebé ao mamar perde o seio materno e o procura à esquerda e à direita, simbolizando assim o "NÃO" isto é, "não tenho seio".
Todavia numa outra interpretação de lógica verbal sobre o não-verbal, o comportamento de abanar lateralmente a cabeça poderia ser expressão do "SIM", ou seja, da afirmação "sim quero o seio e procuro".
Por sua vez, o mover verticalmente expressaria o "NÃO", a identificação de uma falta, de uma ausência "não tenho seio, onde estará?".
Nesta alternativa os símbolos não-verbais (comportamentais) simbolizando o SIM e o NÃO estariam ao contrário da actual cultura vigente.
Como conclusão, a comunicação não-verbal (imagem, comportamento) não permite o conceito NÃO, o seu significado em símbolos comunicativos não-verbais depende de aproveitamentos e colagens feito à linguagem verbal (quando existe) e/ou à experimentação por reflexo condicionado, quando não existe, por ex. no caso dos animais:
[...quando abocanhar a bola é levar chibatada, não é o "NÃO" tirar a bola que é aprendido, mas o SIM da colagem da bola à chibata, esta à dor e, por imprint genético, esta à paralisia-bloqueio ou à fuga perante aquele estímulo…],
assim chibatada significa SIM-dor e/ou SIM-imobilidade, portanto, mostrar a chibata faz o cão não-morder, não-fugir, não-saltar, etc, isto é, faz SIM-bloqueio-imobilidade.
Todavia numa outra interpretação de lógica verbal sobre o não-verbal, o comportamento de abanar lateralmente a cabeça poderia ser expressão do "SIM", ou seja, da afirmação "sim quero o seio e procuro".
Por sua vez, o mover verticalmente expressaria o "NÃO", a identificação de uma falta, de uma ausência "não tenho seio, onde estará?".
Nesta alternativa os símbolos não-verbais (comportamentais) simbolizando o SIM e o NÃO estariam ao contrário da actual cultura vigente.
Como conclusão, a comunicação não-verbal (imagem, comportamento) não permite o conceito NÃO, o seu significado em símbolos comunicativos não-verbais depende de aproveitamentos e colagens feito à linguagem verbal (quando existe) e/ou à experimentação por reflexo condicionado, quando não existe, por ex. no caso dos animais:
[...quando abocanhar a bola é levar chibatada, não é o "NÃO" tirar a bola que é aprendido, mas o SIM da colagem da bola à chibata, esta à dor e, por imprint genético, esta à paralisia-bloqueio ou à fuga perante aquele estímulo…],
assim chibatada significa SIM-dor e/ou SIM-imobilidade, portanto, mostrar a chibata faz o cão não-morder, não-fugir, não-saltar, etc, isto é, faz SIM-bloqueio-imobilidade.
Este processo também funciona com humanos, crianças e adultos, vide estudos de Pavlov e, em complemento, estudos de técnicas de tortura e humilhação e de algumas metodologias educativas e/ou pedagógicas.
Nesta questão, coloca-se uma pergunta interessante: -"Como é possível não pensar pensando"?
A nível do funcionamento do córtex parece que não é possível, pois é um paradoxo. Esta Antipedagogia é muito comum nas regras propostas para o auto-controlo de viciados em variados tipos de droga, das químicas ao jogo, passando pela violência sádica ou masoquista e tiques comportamentais.
Exemplo:
Exemplo:
Sabe o que é a Torre Eiffel ?
Então, não pense nela !!!
Então, não pense nela !!!
Melhorou ??? Conseguiu ??? ou a Torre Eiffel aninhou-se nos seus neurónios ?? e quanto mais quer esquecer mais se lembra ??
Pois é, para dar este NÃO tem que dar o SIM, e a nível do funcionamento do córtex o SIM fica a dominar…não pode deixar de pensar na Torre Eiffel porque para o fazer tem que pensar nela. O caminho tem que ser outro.
Conclusão:
Este tipo de regras só teoricamente têm efeito, isto é, quando não são precisas.
Na prática, isto é, quando são precisas, não têm qualquer efeito, pelo contrário aumentam o problema.
Deuteronomio, 5, 21
Regra que pretende controlar a atitude psicoafectiva do indivíduo, processo que está directamente conectado com os princípios do funcionamento cerebral.
Existem duas alternativas:
1 - Ou o Mandamento não é preciso, porque não existe qualquer "mulher do próximo" a activar a estrutura psicoafectiva do indivíduo e o problema não se põe;
2 - Ou existe uma "mulher do próximo" a activar essa cobiça e o Mandamento exige des-cobiçar.
Simplesmente, a nível do córtex o paradoxo está instalado, pois ao intensificar a des-cobiça da mulher do próximo, mais se pensa nela e mais a mulher do próximo se instala como cobiçável nos neurónios.
É um autêntico suplício de Tântalo.
É semelhante a "não pensar na Torre Eiffel" ou tentar dormir quando tem insónia. Neste caso quanto mais se tenta dormir mais se está acordado, pois só acordado se pode querer qualquer coisa, mesmo que seja dormir. Esforçar-se por dormir é esforçar-se por estar acordado.
O córtex não sabe o que é o "NÃO", só sabe o que é o "SIM" e a "AUSÊNCIA".
Um "NÃO" trás consigo o SIM PARA NEGAR e este fica no domínio da situação. É o paradoxo de se provocar o contrário do que se afirma, não é um problema de força de vontade, é um problema da vontade de fazer força.
As regras com "NÃO" para reforçar o "SIM", segundo Tchakhotine, provocam a "intimidação às avessas":
Alemanha, anos 30
No início do nazismo a oposição, para fomentar movimentação contra, criou e divulgou um cartaz anti-nazi que funcionava como pró-nazi pois divulgava e inseria o terror aos nazis, difundindo o seu poder e violência nas represálias, ou seja, intensificava o estado de espírito que os nazis pretendiam com essas acções.
Este cartaz podia ser propagandeado pelos nazis, se quisessem ser tão explícitos.
Na prática este cartaz difunde "lutar contra" sob forma cognitiva mas difunde também "não lutar" sob forma afectiva, injectando um paradoxo. Este paradoxo é gerido por lutar quando vive teorias em conversas, comícios e debates, mas não lutar quando vive práticas em actos.
Isto não significa falta de honestidade, lealdade, dignidade, etc, significa apenas que "engoliu" um paradoxo que não sabe que tem e não sabe como sair dele. Este processo é o núcleo de qualquer técnica de engano.
A contradição cognição-afectividade faz com que em teoria domine a posição cognitiva e em prática domine a posição afectiva. Na violência doméstica isto é muito claro, […fora do confronto promete não bater, no confronto torna a bater…]
Na prática, o raciocínio por "NÃO" serve para:
- retirar da pesquisa áreas de investigação (ex.: o meu primo não está em Madrid), permitindo assim operacionalmente utilizar uma focagem TALVEZ mais operacional por diferente;
- basear julgamentos e avaliações de acções a executar ou executadas, objectivando referenciais e critérios para decisão (ex.: é culpado porque a regra diz "NÃO…");
- possibilitar orientações de acção quando AINDA se está fora da acção, isto é, quando o problema ainda é TEÓRICO (ex.: não me drogar, jogar, fumar, cobiçar a mulher do próximo, etc), ou seja, com o estímulo ainda em standby não se necessita controlar a activação.
Na prática, o raciocínio por "NÃO" NÃO serve para:
- criar induções comportamentais quando já existem estimulações comportamentais.
Noutras palavras, não funciona dentro da acção, pois é uma AntiPedagogia (ex.: não se drogar quando já se está drogando) é como não querer estar acordado quando para querer esse querer é preciso estar acordado. Para sair de um paradoxo é preciso definhá-lo e não intensificá-lo com a sua negação.
À semelhança da corrente eléctrica em que não há anti-corrente eléctrica que percorra o circuito anulando a corrente eléctrica existente, também no córtex não há estímulos neurais "NÃO's" que percorram os neurónios anulando activações existentes. Na prática, o "NÃO" é inócuo e apenas fica a imagem re-activando o neurónio.
PS - Na imagem anterior, a cruz azul colocada na Torre Eiffel, salientando o "NÃO", teve algum efeito para esquecer a Torre Eiffel e não pensar nela ??? Ou ficou só mais uma Torre Eiffel com uma cruz azul ???
Na pedagogia existem algumas técnicas susceptíveis de evitar este paradoxo. Na prática o principio é simples, é só activar outro circuito neural que active um fluir diferente que, ao ser energizado, des-energize o existente e ele "desligar-se-á" por si próprio.
Não é um método de contra-missionação, pois as duas activações em jogo têm que ter pontos comuns de opção (os "hub's") para obrigar a decisões pessoais de caminho. A contra missionação é apenas uma "luta de trincheiras" a puxar cada um para o seu lado, em que o indivíduo apenas funciona como "bola de ping pong".
PS - A actual luta partidária baseia-se apenas na contra-missionação, ver debates diários transmitidos na TV.
(ver Flow: The Psychology of Optimal Experience by Mihaly Csikszentmihalyi)
Conclusão final:
Em pleno acto, a estimulação negativa activa […não se combate com um NÃO, combate-se com outro SIM.]
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