O ser vivo "está feito" para comunicar e o ser humano em particular tem potencialidades desconhecidas nesse campo, não só individuais desde empatias a possíveis telepatias, como colectivas desde o medieval pombo correio até ao actual telemóvel.
As comunicações entre humanos expressam-se entre verbais e não-verbais, variando estas entre sonoras e musculares, não esquecendo físicas (vestuário, penteados, maquilhagem,..), contextuais (decoração de casa, tipo de automóvel,...), sociais (grupos de pertença, amigos, local de férias...) e até imagens pessoais difundidas (verdadeiras e/ou falsas).
A sua complexidade é grande não só pelo grande número de variáveis em jogo, como por integrarem factores instintivos e factores aprendidos (culturais), e oscilarem entre controlos automáticos e controlos conscientes.
O espantoso é que tudo funciona com simplicidade compreensiva não só do lado de quem "está dançando" uma comunicação (parafraseando Watzlawick) com o outro como também do lado do outro que "está re-dançando" uma resposta.
Só a comunicação humana não-verbal e corporal usa mais de 650 músculos esqueléticos em torno de 200 articulações, cujo domínio permite expressar mensagens, não só entre humanos, como entre humanos e animais.
Só a nível do rosto, este vive de dezenas de microdecisões que enviam dezenas de mensagens por segundo, as chamadas expressões faciais, que todos fazemos e todos recebemos e percebemos. Mesmo quando se compreende "errado", o espantoso é que houve compreensão, ou seja, recepção e uso.
O complexo instrumento das comunicações faciais tem este aspecto muscular:
com cuja manipulação, desde pequenos, conseguimos dar mensagens de alegria e tristeza, amor e ódio, apoio e ataque. Desde há milhares de anos que a sobrevivência usa este instrumento.
Um bom jogador de poker tem que ser um bom profissional no seu uso, pois deve conscientemente não dar mensagens que não quer dar e também dar mensagens que quer dar.
Um actor de teatro tem que ter este profissionalismo bastante apurado, dominado e versátil, pois as suas mensagens (representação) têm que ser claras e eficazes.
Para o seu uso, o truque de que nos socorremo, normal e inconscientemente, é simples:
não pensamos nisso e deixamos que as nossas emoções façam a gestão.
Por emoções estou a considerar a tradução energética dos significados que o córtex atribui aos sinais recebidos e que "gerem" os sincronismos das micro decisões expressivas.
O lapsus linguae foi bem estudado por Freud que segundo ele nunca é acidental, é expressão de sentimentos reprimidos pelo inconsciente ou conscientemente banidos sem sucesso. Em poucas palavras, utilizando um ditado popular, é quando "a boca foge para a verdade".
Chamar a este acontecimento "acto falhado" é mesmo realmente um "acto falhado" porque de falhado ele não tem nada. Na verdade é um "acto com sucesso" em fugir à censura, à prisão imposta à livre expressão. Chamar-lhe "falhado" é mostrar que se considera o "viver censurado" como uma normalidade de êxito.
A conclusão é que, em qualquer forma de comunicação, pelos seus interstícios, as emoções e os verdadeiros significados existentes deixam-se vislumbrar. É esta a aventura de comunicar com outro…bisbilhotá-lo e ser por ele bisbilhotado.
A actividade educativa da expressão corporal não é um treino de mímica é um treino de significações a vivê-las e percebê-las, é viver com a imaginação no mundo das emoções. Daí a motivação e as implicações que estas actividades detonam nos grupos.
Quando numa simples conversa com outro se, de repente, se sentir indisposto(a) não se preocupe com a "anatomia pessoal", preocupe-se antes com as emoções que, à sua revelia, "engoliu" e estão a "explodir" dentro de si.
Na gíria profissional "acabou de engolir uma pastilha psicológica e são os seus efeitos orgânicos". Procure descobrir qual foi a mensagem negativa que o seu cérebro leu, deu uma resposta emocional e disso não tem consciência.
Não tome uma aspirina…tome antes uma "revisão da conversa".
O lapsus linguae foi bem estudado por Freud que segundo ele nunca é acidental, é expressão de sentimentos reprimidos pelo inconsciente ou conscientemente banidos sem sucesso. Em poucas palavras, utilizando um ditado popular, é quando "a boca foge para a verdade".
Chamar a este acontecimento "acto falhado" é mesmo realmente um "acto falhado" porque de falhado ele não tem nada. Na verdade é um "acto com sucesso" em fugir à censura, à prisão imposta à livre expressão. Chamar-lhe "falhado" é mostrar que se considera o "viver censurado" como uma normalidade de êxito.
A conclusão é que, em qualquer forma de comunicação, pelos seus interstícios, as emoções e os verdadeiros significados existentes deixam-se vislumbrar. É esta a aventura de comunicar com outro…bisbilhotá-lo e ser por ele bisbilhotado.
A actividade educativa da expressão corporal não é um treino de mímica é um treino de significações a vivê-las e percebê-las, é viver com a imaginação no mundo das emoções. Daí a motivação e as implicações que estas actividades detonam nos grupos.
Quando numa simples conversa com outro se, de repente, se sentir indisposto(a) não se preocupe com a "anatomia pessoal", preocupe-se antes com as emoções que, à sua revelia, "engoliu" e estão a "explodir" dentro de si.
Na gíria profissional "acabou de engolir uma pastilha psicológica e são os seus efeitos orgânicos". Procure descobrir qual foi a mensagem negativa que o seu cérebro leu, deu uma resposta emocional e disso não tem consciência.
Não tome uma aspirina…tome antes uma "revisão da conversa".
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