Pensar é natural, faz parte da programação genética como correr e saltar. Mas é possível aprender a pensar melhor do mesmo modo que correr e saltar se pode fazer melhor.
Aqui estão dois exemplos de actividades para apoiar, estimular e desenvolver o gosto e a eficácia de estudar.
1 - Experiência de pensar: "caçar" o significado comum
Apresentar esta imagem a um jovem ou a um grupo:
Depois, por grupo (numa folha colectiva) ou individual (num A4), escrevem-se duas ideias "lembradas" por cada imagem (max. 6 palavras), mas deixando sempre espaços em branco entre cada conjunto:
Depois de escritas, devem-se procurar ideias/palavras comuns nas várias frases, o que permitirá escolher a ideia central do conjunto. Caso não exista nenhuma, procurar fomentar diálogo de exploração* (não dar informação mas dinamizar associações) e ir escrevendo os resultados obtidos até algo de comum surgir.
Por exemplo, a ideia de vento é vulgar aparecer rapidamente mas a percepção de força aparece "escondida" noutros conceitos (empurrar, tirar, fazer subir, etc).
Consoante a idade dos participantes, e continuando o diálogo de exploração, podem chegar a outros conceitos tais como energia controlada (moinho, barco, papagaio) ou energia não controlada (árvore e chapéu). As possibilidades são infinitas:
Uma forma simples de desenvolver inferências (deduções) é contarem uma história em que entrem todas as imagens, quer donde vêm quer para onde vão, isto é, os porque's e os para's do raciocínio.
No fim, uma etapa interessante é avaliarem na sua história o que seria mais fácil acontecer e o mais dificil, o mais interessante e o menos atractivo, o que gostam mais e o que gostam menos. A lucidez é um aspecto importante do raciocínio.
2 - Experiência de pensar: Para além do óbvio
Cães guias e não só |
Os Cães são muito usados como guias de pessoas com deficiência visual.
Porém pequenos cavalos, os poneys, também são uilizados como guias. Eles são ensinados como os cães e são óptimos nesse trabalho.
Estes cavalos miniaturas chegam a aprender 25 comandos. Podem ver no escuro e aprendem a bater com uma pata na porta se querem sair.
Uma vez um homem levou um cavalo-guia num avião.
Sublinhar no texto as 6 palavras mais significativas.
PS- Num texto não se deve sublinhar mais de 10% das palavras e este texto tem 67 palavras.
Vendo as palavras sublinhadas, responder às perguntas:
1 - Qual é a ideia principal do texto (escolher uma):
A . Existem cães guia;
B . Um cavalo-guia viajou num avião;
C . Cavalos são guias de pessoas com deficiência visual;
D . As pessoas com deficiência visual gostam de animais.
2 – Qual é um detalhe significativo em relação à ideia principal:
A . Cães guia ajudam pessoas;
B . Cavalo miniatura quer dizer cavalo pequeno;
C . Cavalos-guia aprendem 25 comandos;
D . É vulgar viajarem cavalos-guia nos aviões.
3 - Quais as 2 palavras a sublinhar no título e porquê ?
Obtidas estas respostas, deve-se ir fazendo o diálogo de exploração*, levando a que o participante vá aprofundando continuamente as ideias por ele expostas, de modo a que encontre por si próprio outras associações que permitam desenvolver os vastos significados dessas ideias.
Seja qual for a palavra sublinhada, o fundamental é relacionar a referência base "cães-guia" com as possibilidades que rodeiam essa alternativa, criando possibilidades de divagação lógica**.
Um jovem de 11 anos, em poucos minutos, ficou intrigado e entusiasmado com a sua ideia da possibilidade de golfinhos-guia para náufragos.
Como exemplo de diálogo de exploração:
- Porquê "não só"?
-"não só" o quê?
Com base no diálogo de exploração ele deverá inferir-concluir "não só cães-guia mas também outros animais".
É importante que nenhum "pedaço" (slice) dessa informação-conclusão lhe seja dado, mas apenas se deve abrir campos de referências e associações "a latere".
É importante que nenhum "pedaço" (slice) dessa informação-conclusão lhe seja dado, mas apenas se deve abrir campos de referências e associações "a latere".
Se não surgirem inferências, apenas se devem dar dicas de relações mais óbvias, do tipo "Porque é que os cães guiam? O que é que ajudam ? e, se necessário, por fim "...e se não há cães?".
* - Dialogo de exploração - É uma conversa em que nunca são dadas informações sobre o resultado mas apenas perguntas que abrem outras áreas com conexões com o resultado. O caminho a seguir e as ideias surgidas (plop up) são tarefa autónoma do participante.
Tecnicamente chama-se "Juggling" de ideias (malabarismo, ligeireza, equilíbrio, dinâmica..) pois oscila entre aprofundar a referência base (inside) com foco na sua análise e ao mesmo tempo alargar as conexões com o contexto (outside) procurando pontos de semelhança e contacto, mediante abertura receptiva.
Como exemplo, aprofundar o conceito "cães" alargando a outros animais (golfinho como nadador salvador) e o conceito "guia" referindo-se a outras formas (farol que guia através de luz e/ou som).
** - Divagação lógica - É a técnica de caminhar no "inside" e no "outside" sempre com conexões claras, definindo os "porque's" da sua ligação. O grafismo deve ser sempre do tipo:
Tecnicamente chama-se "Juggling" de ideias (malabarismo, ligeireza, equilíbrio, dinâmica..) pois oscila entre aprofundar a referência base (inside) com foco na sua análise e ao mesmo tempo alargar as conexões com o contexto (outside) procurando pontos de semelhança e contacto, mediante abertura receptiva.
Como exemplo, aprofundar o conceito "cães" alargando a outros animais (golfinho como nadador salvador) e o conceito "guia" referindo-se a outras formas (farol que guia através de luz e/ou som).
** - Divagação lógica - É a técnica de caminhar no "inside" e no "outside" sempre com conexões claras, definindo os "porque's" da sua ligação. O grafismo deve ser sempre do tipo:
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