As relações humanas são dinamizadas pela dança de mentiras e verdades, a caminho da descoberta da lucidez.
Uma pequena história:
Na esplanada, uma conversa entre a mãe e o filho de 5 anos:Uma pequena história:
- "Mãe, é verdade eu vi...!"
- "João, não digas mentiras, é impossível..."
Com a mãe já zangada e a criança choramingando, o "diálogo" continuou,
- "Mãe, já disse, é verdade!!! Eu vi...!"
- "João, não digas MAIS mentiras, é impossível..."
Nesta conversa pouco dialogante anda por lá um "bug" aos saltos, ao estilo "disco rachado" em que [...não se sai do mesmo...], cada um repetindo a sua verdade.
1 - É verdade porque acredita e é mentira porque não expressa a realidade;
2 - É mentira porque finge acreditar e é verdade porque expressa a realidade;
3 - É verdade porque acredita e é verdade porque expressa a realidade;
4 - É mentira porque finge acreditar e é mentira porque não expressa a realidade;
2 - É mentira porque finge acreditar e é verdade porque expressa a realidade;
3 - É verdade porque acredita e é verdade porque expressa a realidade;
4 - É mentira porque finge acreditar e é mentira porque não expressa a realidade;
Quando dois crentes (políticos, religiosos, científicos, familiares, etc), fanáticos ou não, discutem uma questão normalmente situam-se só na zona "A" e não saem de lá. Porém, se um deles apenas finge acreditar, normalmente, o diálogo entra na zona "B".
Na minha experiência pessoal prefiro argumentar com um mentiroso (sempre flexível na zona "A") do que com um fanático (sempre rígido na zona "A") pois, não só é mais divertido e menos irritante, como as conclusões são mais proveitosas pois a zona "B", onde vive a lucidez, é sempre pesquisada.
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