Ando a aprender uma nova língua, o "bébês". O meu professor é o meu neto que tem 6 meses.
Já sei algumas das palavras que ele usa. Chamar a mãe é parecido com o choramingar, todavia, ainda não sei dizê-la muito bem porque ele não reage quando a digo. A pronúncia não deve ser boa, pois não olha para a porta, como faz quando choraminga. Já percebi que o seu significado e intenção são claros, é quando quer comer, dormir, ou tem um incómodo.
Quando diz "gritinhos" quer brincadeiras, quer ser atirado ao ar, passear pela casa, ter objectos novos, etc. Quando isso acontece, ri-se muito, agita braços e pernas e dá mais gritinhos. Já tentei dizer esta palavra mas ele, também, não liga. Todavia, se é o pai a dizer todo ele se agita e ri.
Uma tossezinha discreta parece ser porque quer a avó para ter miminhos.
Não é uma língua fácil ou, pelo menos, eu não falo muito bem porque a minha conversa não é correspondida. Às vezes, ele olha para mim com um ar de "donde saiu este analfabeto que não sabe conversar". Mas, eu não desisto, ando a treinar ao espelho.
Habituado a observar pessoas, para mim, é espantosa a quantidade de decisões que ele toma por minuto.
Deitado no chão com o seu mundo por cima dele e à sua volta,
olha e decide apanhar aquilo, puxar outro ou abanar aqueloutro, olhar este ou morder aquele para experimentar. Depois decide que não quer, larga e agarra um mais interessante ou simplesmente pesquisa à sua volta e, com grande espanto meu nunca não se cansa. Pelo contrário, se não há nada para observar ou experimentar, então sim, zanga-se e chora.
Está sempre atento a algo diferente. Ás vezes, quando vê e não consegue, a vontade é tão grande que se zanga e chora, só se calando quando lhe dão o que quer. Parece que é isto a que chamam "commitment" (implicação) no que faz e que, segundo professores e pais, é o que os jovens não têm nos estudos.
Pensando nestas teorias de que os jovens não gostam de estudar e se aborrecem, começo a pensar que, pelo contrário, um bebé de 6 meses passa todo o tempo acordado a estudar, observando e experimentando tudo à sua volta, e aborrece-se quando não o pode fazer.
Fico com dúvidas, ou os teóricos estão errados ou os bebés nascem diferentes. E fico preocupado, será que envelhecer é perder, pelo caminho, este "commitment", isto é, esta característica de "curiosidade e estudo" ser devorada, toda e depressa, pela vida?
Talvez fosse útil as escolas e as universidade terem aulas e até Licenciaturas em "Re-aprender a ser bebé"!
Habituado a observar pessoas, para mim, é espantosa a quantidade de decisões que ele toma por minuto.
Deitado no chão com o seu mundo por cima dele e à sua volta,
olha e decide apanhar aquilo, puxar outro ou abanar aqueloutro, olhar este ou morder aquele para experimentar. Depois decide que não quer, larga e agarra um mais interessante ou simplesmente pesquisa à sua volta e, com grande espanto meu nunca não se cansa. Pelo contrário, se não há nada para observar ou experimentar, então sim, zanga-se e chora.
Está sempre atento a algo diferente. Ás vezes, quando vê e não consegue, a vontade é tão grande que se zanga e chora, só se calando quando lhe dão o que quer. Parece que é isto a que chamam "commitment" (implicação) no que faz e que, segundo professores e pais, é o que os jovens não têm nos estudos.
Pensando nestas teorias de que os jovens não gostam de estudar e se aborrecem, começo a pensar que, pelo contrário, um bebé de 6 meses passa todo o tempo acordado a estudar, observando e experimentando tudo à sua volta, e aborrece-se quando não o pode fazer.
Fico com dúvidas, ou os teóricos estão errados ou os bebés nascem diferentes. E fico preocupado, será que envelhecer é perder, pelo caminho, este "commitment", isto é, esta característica de "curiosidade e estudo" ser devorada, toda e depressa, pela vida?
Talvez fosse útil as escolas e as universidade terem aulas e até Licenciaturas em "Re-aprender a ser bebé"!
