(Ref.: Antonio Damásio, Jack Katz, Joseph LeDoux, Robert Burton, Mathew Lieberman, Richard Restak, Joe Dispenza, Richard Boyatzis, Annie McKee, Kathleen Taylor, Daniel Goleman, Isabelle Filliozat, Doris Martin, Karin Boeck, Norman Doidge, Daniel Chabot, Claude Steiner, V.S. Ramachandran, etc)
Pensar se os animais têm ou não sentimentos parece-me ser semelhante às discussões sobre "o sexo dos anjos", em que se fala, fala e nada se conclui.
Porém não quero cair na mesma armadilha, até porque discutir "o sexo dos anjos" tem lógicas a pesquisar considerando que há evidências e posições claras, por exemplo,...
Segundo a Bíblia os anjos procriavam com humanas logo a lógica indica que deviam ser masculinos, não excluindo a hipótese de poderem ser hermafroditas:
(ver "Santa Bíblia", validada pelo Vaticano (Nihil Obstat), em Genesis, 6;4)
Tradução:
"quando os filhos de Deus se uniram ás filhas dos homens
e lhes deram (engravidaram) crianças" |
(ver também o Livro de Enoch [7, 1, 2, 10, 11] considerado Apócrifo no Congresso de Bispos em Niceia em 325 DC, em votação(?) controlada pelo Imperador Constantino)
Portanto a nível de raciocínios e de lógicas (neocortex) a questão está resolvida, porém não fica resolvida porque a nível de Fé (sistema límbico) as posições diferem, uns acreditam em anjos e outros não, e estas posições não se discutem nem são discutíveis.
Porém ninguém discute o que é sexo, parece que todos concordam no mesmo conceito, pelo que o único ponto cego está centrado na problemática "anjos".
Portanto a nível de raciocínios e de lógicas (neocortex) a questão está resolvida, porém não fica resolvida porque a nível de Fé (sistema límbico) as posições diferem, uns acreditam em anjos e outros não, e estas posições não se discutem nem são discutíveis.
Porém ninguém discute o que é sexo, parece que todos concordam no mesmo conceito, pelo que o único ponto cego está centrado na problemática "anjos".
Todavia, fixando a crença emotiva, a discussão é objectivável:
A - se se acredita nos anjos eles são masculinos, pois a Bíblia não fala em "filhas de Deus se interessarem pelos filhos dos homens";
PS - Esta conclusão não deve ser definitiva porque sem a aprofundar já encontrei 7 alternativas possíveis para esta omissão da Bíblia, por exemplo, uma delas pode ser a falta de nível do grupo masculino para uma "relação" dessas com um sexo oposto mais evoluído.
É bom não esquecer que o homem é a primeira versão do produto mas a mulher é uma nova versão (Biblia, Genesis 2; 21-22) com capacidades novas (neurais e orgânicas) para desenvolvimento de vida (gravidez), portanto versão upgrade (melhorada) e construída depois dele.
É bom não esquecer que o homem é a primeira versão do produto mas a mulher é uma nova versão (Biblia, Genesis 2; 21-22) com capacidades novas (neurais e orgânicas) para desenvolvimento de vida (gravidez), portanto versão upgrade (melhorada) e construída depois dele.
B - se não se acredita nos anjos, então, anjos não existem, logo, anjos não têm sexo pois o que não existe não pode ter sexo.
[Q.E.D.]
[Q.E.D.]
Corvo quebranozes Perito (melhor que humanos) em calculo cerebral de posições geodésicas, terá ou não sentimentos? |
Se se comparar esta problemática com a questão dos sentimentos nos animais, esta é mais complexa pois apesar de neste caso se acreditar na existência de animais, e aí o factor Fé não interferir, todavia o sistema límbico vai "bagunçar" a discussão com o factor Fé a actuar "undercover" em duas outras áreas:
- FÉ no que se considera ser um sentimento;
- FÉ no que se considera ser um animal;
pelo que a viagem promete ser interessante..
O que é um sentimento ???
Uma definição intelectualmente clara, mas faltando acrescentar…"é o que está no coração...!!" |
Iniciei a viagem pelo mundo da psicologia bisbilhotando os conceitos de emoção e sentimento e obtive uma emoção de espanto e um sentimento de confusão devido à informatação dos conceitos, dando-me todavia uma emoção de alegria e um sentimento de paz pela informalidade consentida.
Esta permissividade permite-me trocar emoções por sentimentos, ou seja, trocar lógicas e afirmar que com a informatação obtive emoção de confusão e sentimento de espanto e a informalidade deu-me emoção de paz e sentimento de alegria.
Sentem ilógicas estas descrições inversas de emoções e sentimentos? Se não sentem pode-se usar à vontade estes trocadilhos em conversas sociais ou mesmo técnicas sem provocar contestações e até obter muita admiração.
Esta permissividade permite-me trocar emoções por sentimentos, ou seja, trocar lógicas e afirmar que com a informatação obtive emoção de confusão e sentimento de espanto e a informalidade deu-me emoção de paz e sentimento de alegria.
Sentem ilógicas estas descrições inversas de emoções e sentimentos? Se não sentem pode-se usar à vontade estes trocadilhos em conversas sociais ou mesmo técnicas sem provocar contestações e até obter muita admiração.
Uhau…gosto deste anarquismo, desta promiscuidade entre emoções e sentimentos que permite falar e todos entenderem, apesar de permitir a entrada de "lógicas de caracol" em que não se sabe bem o que se diz e portanto também não se pode contrariar.
Isto é
uma emoção de zanga
ou
um sentimento de zanga
????
ou
um sentimento de zanga
????
...seja o que for, ele está realmente muito zangado e disso tem expressões claras quer esteja a "sentir emoções" ou a "sentir sentimentos", pois o nariz franzido, os olhos diferentemente contraídos, a boca tensa com dentes à mostra e as orelhas para baixo não enganam ninguém… está mesmo zangado, só resta saber se fará o comportamento correspondente… e este último aspecto é o factor fundamental nesta pesquisa.
Quer dizer que neste momento ele está a controlar o seu comportamento de zanga não o manifestando, tendo em "consideração" o contexto envolvente (água). Resta saber se à saída da água o manifestará, ou não.
Assim, há aqui quatro factores importantes:
1º ~> o gato está "impregnado" por energia emotiva (quem não acredita que o agarre à saída);
2º ~> o gato tem consciência do contexto e sabe que ele não é o contexto (isto é, ele não é água), porque age de maneira diferente lá dentro e cá fora.
Decisão da crença de Fé:
a) Ele só tem consciência de não ser água ou b) tem consciência de si próprio.
a) Ele só tem consciência de não ser água ou b) tem consciência de si próprio.
No 1º caso, a Fé afirma que os animais não têm consciência de si próprio pois só os humanos é que a possuem, no segundo caso a Fé diz que os animais têm consciência de si próprios.
3º ~> o gato tem o comportamento de zanga controlado, pois a muita energia disponível que o percorre não é usada para cegamente morder ou a arranhar a água mas para lucidamente nadar… não é um "zangado descontrolado" como assistimos em humanos.
Decisão da crença de Fé:
a) Ele só tem instintos "cegos" ou b) faz escolha de alternativas.
a) Ele só tem instintos "cegos" ou b) faz escolha de alternativas.
No 1º caso, a Fé diz que os animais apenas cumprem instintos pois só os humanos é que possuem inteligência, no segundo caso a Fé diz que os animais possuem escolhas decisórias.
PS - O interessante é que se houver rochedos, terra longe ou perto, etc, ele escolhe sempre a melhor orientação o que no dizer da Fé que acredita que "só-humanos-têm-inteligência" é porque o instinto sabe o que faz, ou seja, é um instinto "estúpido mas inteligente" (...há Fé's com crenças interessantes).
4º ~> ao sair da água o que fará o gato?
Penso que não há resposta standart pois depende dos factores envolvidos desde o que encontra, como se sente, a sua experiência pessoal passada, etc.
Penso que não há resposta standart pois depende dos factores envolvidos desde o que encontra, como se sente, a sua experiência pessoal passada, etc.
Retoma-se a questão anterior de qual o paradigma sustentado pela Fé dominante, afirmando que só cumpre instintos ou pode construir e escolher decisões.
Resolvi abandonar este caminho e pesquisar na "inteligência emocional"…
os conceitos de emoção e sentimento pelo que encontrei várias palavras utilizadas como sinónimos, por ex., emoção, sentimento, intuição, disposição, estado de espírito, palpite, sensação, tendência, às vezes inseridas na mesma frase e/ou página, mas sem serem clarificadas as suas diferenças.
De um modo geral, emoção é definida com "um estado afectivo", tendo a palavra origem em emovere que significa pôr em movimento, [… as emoções põem-nos em movimento, são o motor dos nossos comportamentos e são um estado afectivo que comporta sensações…].
Fazendo uma análise rápida do livro "Cultivez votre intelligence émotionelle" de D. Chabrot (Quebec), encontrei centenas de vezes a palavra emoção nas suas 200 páginas, mas apenas 15 vezes a palavra "sentimento".
Apesar de não definir o conceito, D. Chabrot utiliza sempre esta palavra no sentido de "o que se está sentindo", ou seja, é um reconhecimento cognitivo do sentir da/na emoção por interferência do neocortex "contaminar" a actividade do cérebro primitivo, origem da emoção.
Noutros autores encontrei a mesma conexão de "sentimento" à "ideia de reconhecimento" em particular com o uso de um título identificativo (medo, raiva, amor, ódio,…) para enquadramento e reforço do significado, por exemplo, […a amígdala faz reagir emotivamente criando sentimentos de insegurança…] o que parafraseando se pode dizer […a amígdala faz reagir emotivamente criando um sentir pessoal reconhecido como insegurança...]
É interessante que a ISAEI - International Society of Applied Emotional Intelligence apresenta 10 condições características da Inteligência Emocional e só numa aparece a palavra sentimento:
[ AUTO-ESTIMA: ter bons sentimentos a seu próprio respeito
independentemente das condições exteriores]
ou numa alternativa de parafraseamento: [...ter um bom reconhecimento do que sente a seu respeito…]
Num teste da mesma organização, para definir o perfil emotivo de uma pessoa, em suas 25 questões, apenas uma se refere a sentimentos:
[10. Não estou ciente dos meus sentimentos]
ou numa alternativa de parafraseamento: [10. Não estou ciente do que reconheço no que sinto].
Resolvi abandonar também este nicho … e, por sorte, os deuses ofereceram-me uma prenda sobre sentimentos.
Hoje de manhã no Café, na mesa à minha frente, estava sentada uma vizinha a quem dou Bons Dias e converso um pouco com o cão fazendo-lhe festas.
No Café, ela falava com uma amiga, dizendo:
- "…fiquei muito triste, a minha filha visitou-me, ...mas ela não gosta de mim…!"
Levantei os olhos, olhámo-nos e ela continuou olhando para mim:
- "… o meu cão tem mais sentimentos do que ela…"
Huau… Huauuuu…isto interessa-me …e assim, com um sorriso perguntei suavemente:
- "Porque diz isso", ela respondeu:
- "Porque ele reconhece-me e mostra isso muito bem..!!"
Fiquei a pensar, aqui estava outra vez a dupla "sentimento e reconhecimento".
Quando se diz que alguém não tem sentimentos, não é o mesmo que dizer que não tem emoções, seja psicólogo ou não seja psicólogo as pessoas não se enganam no que querem dizer.
No caso da minha vizinha, o que o cão diz e a filha não diz é a afirmação "Tu existes", portanto, num caso sente-se confirmada-reconhecida como existente e no outro não sente, num caso tem o sentimento de se sentir pessoa e no outro falta-lhe esse sentimento.
Como ela existe e sabe disso, o problema não é dela mas do outro ser incapaz de o reconhecer pois …"é um calhau" incapaz de sentir, de ter sentimentos.
Como ela existe e sabe disso, o problema não é dela mas do outro ser incapaz de o reconhecer pois …"é um calhau" incapaz de sentir, de ter sentimentos.
O problema agrava-se porque o cão também dá a mensagem "eu gosto de ti" (abana a cauda) e a filha dá a mensagem ..."não gosto de ti" (raramente a olha na cara).
Como síntese, pode dizer-se há 3 factores em jogo "para sentir que os outros têm sentimentos":
1 - sentir - a partir de suas emoções;
2 - ver expressões - a partir de comportamentos do outro;
3 - reconhecer - a partir de leituras verbal e não-verbal dessas expressões.
Em relação a este último aspecto, que me parece crucial, resolvi entrar na sociologia antropológica pois a coluna vertebral do reconhecer é conhecer léxicos verbais e não-verbais.
Como exemplo, procurar descobrir qual é o sentir expresso nas duas fotografias a seguir:
Como exemplo, procurar descobrir qual é o sentir expresso nas duas fotografias a seguir:
A primeira foto expressa estupidez.
Na segunda, o braço vertical simboliza/expressa ver-se ao espelho e o horizontal estar satisfeito pelo que ambos expressam "estar satisfeito com o que vê", ou seja, ser bonito.
Na segunda, o braço vertical simboliza/expressa ver-se ao espelho e o horizontal estar satisfeito pelo que ambos expressam "estar satisfeito com o que vê", ou seja, ser bonito.
Em complemento, o que se expressa
- quando na China um aluno ao ser repreendido sorri graciosamente;
- e quando índios Apaches numa discussão baixam a voz.
Apaches - expressa sentimento de gravidade pois estão zangados que é algo muito sério e exige muito controlo.
China - expressa sentimento de respeito. Sorriso significa agradecimento pela repreensão e pela dignidade de quem dá.
A compreensão da linguagem verbal e não-verbal é a chave para se reconhecer a existência de sentimentos nos outros, porém se não se reconhece não se pode concluir que não têm sentimentos pois "sentir, expressar e não ser percebido" não é prova de inexistência.
Aplicando este raciocínio aos "julgamentos" sobre sentimentos de animais" aparecem três alternativas de conclusões:
Aplicando este raciocínio aos "julgamentos" sobre sentimentos de animais" aparecem três alternativas de conclusões:
A - se existir Fé do tipo "humanos como superioridade", a conclusão é uma afirmação, dizendo os animais não têm sentimentos porque não são humanos e só os humanos têm sentimentos !!!
B - se existir Fé do tipo "vida como superioridade", a conclusão são três interrogações, dizendo os animais não têm sentimentos porque não sentem e/ou porque não expressam e/ou porque não percebemos a linguagem usada ???
C - se não existir Fé alguma, isto é, ser o modelo "calhau", então não têm emoções para sentir portanto não podem inferi-las nos outros (pessoas ou animais), nem ver expressões e se vêem não as entendem.
Encontrei o conceito "modelo calhau" em certos manuais de treino militar (área "emoções e combate") como preparação operacional para expurgar emoções que são factor de perda de eficácia:
[...Blunted affect is the scientific term describing a lack of emotional reactivity on the part of an individual…]
e também em Dicionários médicos aparecem conceitos como low neuroticism level, Anhedonia, Apathetic , flat affect,…
Como exercício de treino militar encontrei métodos de com a emoção tirar emoções:
[…durante a recruta é dado a cada soldado um animal como mascote para tratar e cuidar durante todo o estágio como seu animal de estimação, não sabendo que no fim o têm que...degolar…]
pelo que duvido que depois da "experiência" possam admitir que animais (e pessoas) tenham sentimentos se eles próprios os perderam para conseguirem fazer a "degolação".
Franz Fanon, psiquiatra francês, em estudos que fez sobre torturadores na ocupação francesa da Argélia encontrou este "blunted affect" nas suas relações "educativas" de cada um com a mulher e os próprios filhos.
Um pequeno video (2 minutos) de um filme representando este treino:Franz Fanon, psiquiatra francês, em estudos que fez sobre torturadores na ocupação francesa da Argélia encontrou este "blunted affect" nas suas relações "educativas" de cada um com a mulher e os próprios filhos.
com emoções acabar com emoções |
Em resumo, quer nos animais quer nas pessoas, o cerne da questão dos sentimentos parece estar no reconhecimento da sua existência [...a feeling is your conscious awareness of the emotion itself…], o que arrasta dois planos de análise para a existência de sentimentos:
A ===> nos outros;
implica:
1- reconhecer léxicos verbais e não-verbais;
2- inferir a partir de introspecção pessoal, do tipo "se eu tenho...eles também têm!".
Possivelmente está aqui a dificuldade de assumir a existência de sentimentos nos animais por incapacidade humana de compreender o seu léxico expressivo e também por impossibilidade de inferir a partir da própria introspecção humana, dado que eles não são humanos.
É bom não esquecer que "a falta de prova não é prova".
B ===> em si próprio;
implica:
1 - o reconhecimento da existência da emoção por processos cognitivos (neocortex).
2 - todavia o problema não tem esta simplicidade.
Dizer que [...sem reconhecimento de sentimentos pelo neocortex não há sentimentos…] pode originar conclusões absurdas, tais como:
Dizer que [...sem reconhecimento de sentimentos pelo neocortex não há sentimentos…] pode originar conclusões absurdas, tais como:
- "Se não reconheço que amo a namorada não tenho sentimento de amor por ela?
- " Se não reconheço que odeio a namorada não tenho sentimento de ódio por ela?"
- "Se povos primitivos não identificam sentimentos, não os têm …logo são animais?"
- "Se um indivíduo tem Alexitimia (dificuldade em verbalizar emoções e descrever sentimentos) está a deixar de ser humano e a passar para animal?"
ou, por analogia, aplicando o raciocínio "sem consciência não existe" à fisiologia, pode dizer-se:
- "Se não reconheço que respiro (em 80% do tempo não se tem consciência)... não respiro?"
O interessante é que apesar de "não reconhecer (não ter consciência) que respira" se se tapa a boca e nariz surge logo consciência da sua falta, o que permite perguntar:
- "Como se pode ter consciência da falta se não se tem consciência da existência ?"
A resposta lógica é "não pode", pois faltam referências.
Talvez Daniel Goleman esclareça um pouco esta questão com o seu conceito de "sentimentos viscerais",
em que relaciona o sentimento visceral com "palpites" como resultado da actividade de centros emocionais em particular da amígdala que, pelas suas ligações nervosas ao corpo-vísceras, origina processos psicosomáticos e somapsíquicos expressando emoções não conscientes.
Por outras palavras, a consciência da emoção pode ser "consciência cognitiva" focalizada no neocortex ou "consciência corporal" (visceral [??]) localizada nas áreas mais antigas do córtex.
Assim no exemplo do respirar já citado quando ele é impedido de funcionar, a consciência corporal que tinha consciência da sua existência, avisa a consciência cognitiva do seu desaparecimento.
Muitas vezes estas duas consciências podem estar em desacordo, por exemplo, no jet lag a consciência cognitiva diz que se está em NewYork e é noite e o corpo diz que se está em Lisboa e é dia, ou a mente diz "és feliz" no casamento, emprego, profissão e o corpo diz "não és e tens uma úlcera no estômago".
Muitas vezes estas duas consciências podem estar em desacordo, por exemplo, no jet lag a consciência cognitiva diz que se está em NewYork e é noite e o corpo diz que se está em Lisboa e é dia, ou a mente diz "és feliz" no casamento, emprego, profissão e o corpo diz "não és e tens uma úlcera no estômago".
Regressando aos animais, não sei que animais além dos humanos terão consciência cognitiva, mas parece que "consciência visceral" é inerente a estar vivo, como demonstra a rápida evolução da consciência das bactérias para criar defesas na resistência a antibióticos, reduzindo as dezenas de anos necessárias no início para a meia dúzia de anos actuais.
Na opinião de alguns cientistas corre-se o risco de em poucos anos os antibióticos, que significa anti-vida, deixarem de ter qualquer efeito.
Na guerra "vida versus antivida" a consciência, pelo menos visceral, da vida a defender-se é muito forte e na chamada "guerra às bactérias" elas têm experiência de sobrevivência de biliões de anos e nós somos apenas uma espécie recém nascida, por outro lado somos hospedeiros delas e precisamos desses hóspedes. Talvez nesta guerra (como noutras) a técnica militar dos "rambos" com a "terra queimada" não seja a melhor estratégia.
Na guerra "vida versus antivida" a consciência, pelo menos visceral, da vida a defender-se é muito forte e na chamada "guerra às bactérias" elas têm experiência de sobrevivência de biliões de anos e nós somos apenas uma espécie recém nascida, por outro lado somos hospedeiros delas e precisamos desses hóspedes. Talvez nesta guerra (como noutras) a técnica militar dos "rambos" com a "terra queimada" não seja a melhor estratégia.
Na figura abaixo vê-se um humano e um macaco ambos com a vivência e emoção de família destruída, o humano por catástrofe, o macaco por assistir a assassínio por caçadores:
repare-se nas semelhanças de expressões corporais (posições uterinas, auto-abraços, fuga "para dentro", pés abandonados, …), em que, segundo o relato, não foi possível alterar o estado emocional catatónico do macaco pelo que ficou assim até que morreu.
Não conheço o resultado do estado emotivo no humano, mas segundo Mathew Lieberman, que pesquisa e tem experiências sobre "Emotion Recognition", é possível reduzir a intensidade da emoção activando a consciência cognitiva desse estado pelo seu reconhecimento e identificação, activando o neocortex.
Actualmente os humanos sabem fazer terapia emocional com humanos, o que não acontecia na Idade Média e épocas anteriores, mas não sabem fazê-lo com macacos e outros animais, isso não significa que o problema não exista nos animais e não seja susceptível de ser apoiado.
Hoje já parece possível apoio psicológico para certos animais (primatas, mamíferos, …), mas o século XXI está a romper e a destruir as noções de animal ainda formatadas da Idade Média, alargando as fronteiras e trazendo as muitas inteligências não-humanas que connosco convivem na Terra para o primeiro plano, como por exemplo:
No livro "The Primate Mind" editado por Frans de Waal e Pier Francesco Ferrari, a página 257 tem uma fotografia e comentários sobre um macaco a fazer terapia a outro macaco que teve um conflito:
aparentemente ou claramente (depende das Fé's) ambos sentem +expressam +reconhecem +respondem no campo emocional.
Se se pesquisar a biologia encontra-se [… da bactéria ao humano todo o ser vivo tem um contexto com o qual interage e do qual recebe informações sob a forma de estímulos…] e ainda […an emotion is a physiological experience that gives information about the world], podendo concluir que ser estimulado e percorrido por correntes bioeléctricas faz parte dos mecanismos-base essenciais dos seres vivos, apenas diferindo no nível de organização e complexidade com que esta emoção funciona.
Por outro lado parece significar uma igualdade de todos os seres vivos em utilizar "inteligência" para manipular essa informação e sobreviver.
Isto implica a existência no planeta Terra, além de inteligência humana, de vários tipos de outras inteligências não-humanas, funcionando com circuitos neurais diferentes dos humanos, mas não necessariamente inferiores.
Segundo alguns cientistas, se o século XX foi o século de mutação de paradigmas na Física, o século XXI vai ser o século de mutação de paradigmas na Biologia, obrigando a pesquisar respostas a uma simples pergunta:
- "Afinal o que é o animal não-humano, incluindo de bactérias a primatas?"
Respostas surpreendentes vêm de todo o lado, desde biologia molecular e estudos de ADN até à botânica e zoologia passando pela neurociência e antropologia, as rupturas são claras, mas o que ainda parece ser mais claro é que a pergunta:
- "Afinal o que é o animal humano ?"
Parece que terá de abandonar as respostas pré-Históricas que ainda usa ao considerar todos os não-humanos como "coisas" ao seu serviço.
Parafraseando um antropólogo ao comparar esta mentalidade com a mentalidade tribal em que […os humanos são considerados apenas como mais um vivente na comunidade de viventes…] nós ainda consideramos os animais como uma espécie de […calhaus vivos…].
Parece que terá de abandonar as respostas pré-Históricas que ainda usa ao considerar todos os não-humanos como "coisas" ao seu serviço.
Parafraseando um antropólogo ao comparar esta mentalidade com a mentalidade tribal em que […os humanos são considerados apenas como mais um vivente na comunidade de viventes…] nós ainda consideramos os animais como uma espécie de […calhaus vivos…].
Exemplos:
… voar é menos complexo que andar ?
… e respirar por guelras é menos complexo que por pulmões ?
… e fazer milhares de cálculos geodésicos de cabeça (corvo quebra nozes) é menos complexo do que fazer meia dúzia por computador (humanos) ?
… e ter um córtex a usar um olfacto com cerca de 5 milhões de sensores (humanos) é mais complexo do que ter um córtex a usar um com mais de 200 milhões de sensores (cão) ?
Porque é que inventar a roda é uma característica humana de [aquisição subjectiva de conhecimento objectivo…]… e os corvos usarem cabides metálicos para fazer ninhos não é porque [os animais só têm automatismos…]?
Portanto, os corvos não fazem aquisições subjectivas de conhecimentos objectivos e não constroem aprendizagens. Portanto donde vem o automatismo dos cabides?... já estava nos genes ?
O ser humano tem cerca de 85 biliões de neurónios quase todos no crânio e o polvo tem cerca de 100 a 500 milhões com mais de 50% estão espalhados pelos 8 tentáculos (cada um com cerca de 40 milhões) que actuam independentes e também coordenados e têm tacto e sabor (detectam químicos).
Têm visão aperfeiçoada, reconhecem e recordam rostos humanos de quem não gostam, aprendem tarefas e usam instrumentos.
Têm visão aperfeiçoada, reconhecem e recordam rostos humanos de quem não gostam, aprendem tarefas e usam instrumentos.
(Univ. de Edinburgo e Univ. Hebraica , neurocientista Nir Nesher)
Numa média de 9 sessões, pombos foram ensinados a identificar pinturas de Chagall e Van Gogh, distinguindo pinturas ainda não vistas, mesmo a preto e branco e ainda de escolas semelhantes.
Os resultados mostraram […capacidades de aprendizagem de conceitos abbstractos…]
(Depart Psicologia, Univ. Keio, Tokyo, Japão)
já não falando na muita documentação existente sobre primatas, baleias, golfinhos, cães, lobos, aves, etc, pode-se acrescentar as organizações comunitárias de abelhas, formigas, alcateias, etc.
Como exemplo,
Como exemplo,
Nicolette Perry em 1983 escreve sobre formigas que têm rebanhos de pulgões guardados em cercas de terra e folhas coladas com sua saliva e que levam ciclicamente para alimentação e ordenha, abrigam e protegem contra predadores reconhecidos e diagnosticados pelas suas intenções.
Ver também Profs. G. McGavin & Adam Hart, Glasgow Science Center e Universidade de York, UK.Para terminar,
dois pequenos vídeos para dar opiniões sobre emoções e sentimentos e para decidir se são o mesmo ou se escolhem A) ou B):
A - prova os sentimentos entre humanos porque só os humanos têm sentimentos baseados em emoções;
B - prova as emoções entre animais porque os animais só têm emoções e não sentimentos.
in Winters tale, 2014 (2m02s) |
in YouTube (1m00s) |
Como conclusão
Não me parece que este reconhecer transforme a emoção em sentimento mas sim apenas favoreça o seu controlo, operacionalidade e gestão.
Quer dizer que a emoção originada em estimulos externos, internos ou ideias, quer controlada ou descontrolada, tem sempre conexões com consciência cognitiva e/ou visceral.
O conceito sentimento talvez seja apenas uma questão de verbalização pois dir-se-á a emoção é sentida se se usar um verbo ou dir-se-á a emoção é um sentimento se se usar um substantivo.
Parece que a consciencialização cognitiva faz diferença na operacionalidade, controlo e gestão da emoção, mas não é por isso que se adquire uma essência nova, o chamado sentimento, porque ele existe igualmente sem consciência cognitiva, vide os processos somapsíquicos.
O núcleo dos modelos da inteligência emocional está muito focalizado nos mecanismos da consciência cognitiva quer para aumentar quer para reduzir as emoções.
(Ref.:
Ver outras realidades…como ver (!?!?) 23 Jun2014
http://pincamentos.blogspot.pt/2014/06/ver-outras-realidadescomo-ver.html
Bisbilhotice e educação por osmose 27 Jun2014
http://pincamentos.blogspot.pt/2014/06/bisbilhotice-e-educacao-por-osmose.html )
Ver outras realidades…como ver (!?!?) 23 Jun2014
http://pincamentos.blogspot.pt/2014/06/ver-outras-realidadescomo-ver.html
Bisbilhotice e educação por osmose 27 Jun2014
http://pincamentos.blogspot.pt/2014/06/bisbilhotice-e-educacao-por-osmose.html )
Sem comentários:
Enviar um comentário