de forças em convívio.
Budismo Zen (tradução livre)
… é um caminhar feito de precisão e delicadeza por um emaranhado de problemas, alternativas, soluções, decisões, cálculos, experiências de falhanços e sucessos na procura deste "equilíbrio em convívio".
A Torre de Pisa sobrevive sem cair devido a equilíbrios expressos em cálculos de Física e Matemática na dinâmica da gravidade, pois desde que a perpendicular do centro de massa esteja dentro da base de sustentação o equilíbrio existe e a Torre de Pisa não cai:
Porém, usando inteligência e cálculos fisícos-matemáticos extensos e complicados a Torre de Pisa reproduziu-se em formas modernas:
… e assim a espécie humana com sua inteligência e desenvolvimento nos conhecimentos e cálculos Físicos e Matemáticos dá novos mundo ao mundo no difícil jogo do equilíbrio.
Mas há surpresas, pois sem cálculos Físicos nem Matemáticos, e sem direitos a Prémios Nobel, surgem "milagres instintivos" no campo do equilíbrio:
… com cálculos ou sem cálculos É, ...ou NÃO, preciso inteligência para fazer estes equilíbrios???
Pelo que...
Shakespeare |
...como diria o poeta: - "That is the question!!!"
ou seja,
um "falho de inteligência" poderá fazer estes cálculos difíceis e equilibrar-se???
um "falho de inteligência" poderá fazer estes cálculos difíceis e equilibrar-se???
Considerando que andar é um permanente jogo de equilíbrio a deslocar o centro de massa para fora da base de sustentação e depois mover para lá a base de sustentação dando um passo nessa direcção, a pergunta óbvia é: - "Um estúpido sem inteligência consegue andar???"
Se se analisar o andar, ou o estar de pé sem cair, ou usar saltos, as conclusões são interessantes:
pois o simples uso de saltos obriga "inteligentemente" a adaptar equilíbrios musculares a essa nova postura. Se essa adaptação não for "inteligente" o uso de saltos será difícil por permanente desequilíbrio. Ou seja, - "Um estúpido também terá inteligência para usar saltos ???"
A pergunta resultante é:
A par da inteligência consciente haverá outra inteligência, esta inconsciente, que
funciona à revelia da consciente e que faz esses cálculos e aplica as conclusões???
Pesquisando...
Um indivíduo que estuda e faz cálculos rápidos é um génio, mas um que não estudou e faz cálculos ainda mais rápidos e sem saber como faz é apenas uma curiosidade para os recordes do Guiness.
Simplesmente estas "curiosidades" são numerosas e em várias áreas, por exemplo,
algumas vezes chamados "génios naturais", outras vezes ditos com a síndrome do sábio ou a síndrome do idiota-prodígio ou do savantismo (do francês savant: sábio).
Na generalidade são considerados […com um distúrbio psíquico caracterizado por grande capacidade intelectual complementada com déficit de inteligência...]
O ilógico desta posição teórica será menos escamoteado se em vez de "idiota-prodígio", que poderá referir-se a áreas diferentes, por ex., idiota a falar e prodígio a ouvir, se se disser com clareza que é na mesma área, portanto, um "estúpido-inteligente", agora quem o diz mostra bem, clara e logicamente, que quem dá aquela definição na verdade é um "prodígio de idiotice".
Como exemplo:
Daniel Tammet, um "génio natural" inglês, tem a síndrome de Savant (???), nascido em Londres em Janeiro 1979, autista, fala 11 línguas mas consegue explicar o que se passa com ele para poder calcular "naturalmente" e dizer, por ex., mais de 20.000 dígitos do numero Pi.
Cientistas estudam as suas explicações para procurar descobrir quais os processos mentais que fundamentam os "idiotas-prodígios" e ajudar assim os […normais…] a melhorar o seu pensar.
Este uso do conceito "normal" no discurso corrente acerca das intenções do projecto, contrapondo a "idiota-prodigio", pode ser uma pista importante para clarificar perspectivas neste tema.
Na verdade, escondido na fraseologia espreita um lapsus linguae cultural expressando bem que estes "prodígios-idiotas" são por eles considerados anormais versus os normais que naturalmente(??) não são "prodígios", e só o conseguem obter através de trabalho e esforço.
Na verdade, escondido na fraseologia espreita um lapsus linguae cultural expressando bem que estes "prodígios-idiotas" são por eles considerados anormais versus os normais que naturalmente(??) não são "prodígios", e só o conseguem obter através de trabalho e esforço.
O que parece estar em causa são os paradigmas que dão significados ao conceito de inteligência, e algumas alternativas poderão ficar claras se se comparar, por ex., conceitos ocidentais e japoneses.
No ocidente, com suas raízes culturais e religiosas existe um paradigma "undercover" que como crença se entranha nos raciocínios [...o homem é o rei da criação, ...foi feito à semelhança de Deus, ...os animais estão cá ao seu serviço, ...a inteligência só surge nos níveis superiores da evolução, ...a inteligência foi dada por Deus aos homens…].
Portanto a inteligência, consciência e sentimentos são privativos da espécie humana, dizer o contrário é apenas antropomorfismo (vide Descartes), isto é, atribuir características humanas a animais e fazê-lo provoca um certo desconforto e até heresia por aberrações intelectuais.
Em consequência, quer a inteligência quer os sentimentos exigem consciência, exigem processos cognitivos característicos dos humanos e que só estes têm.
O pensamento japonês porém tem outras raízes culturais e religiosas, não só budistas com shintoístas (espécie de animismo), aceitando e não se sentindo desconfortável em admitir que tudo tem "espírito".
Na cultura japonesa o conceito chi-sei é o mais semelhante ao conceito ocidental de inteligência.
"Chi" significa conhecer e "Sei" significa característica, propriedade, essência, originando assim um significado misto de "inteligência, espírito, mente" que é inerente a todo o ser vivo e está em toda a natureza.
Enquanto que no ocidente a inteligência aparece como um epifenómeno, uma consequência da crescente complexidade dos organismos vivos e privativa dos níveis superiores da evolução, porém na cultura japonesa o chi-sei faz parte da essência da vida, bastando estar vivo para existir "inteligência".
Nesta perspectiva aquilo que no ocidente se chama inteligência é apenas a ponta visível do iceberg Chi-sei que abrange tudo o que está vivo.
Numa linguagem ocidental poder-se-ia falar de "inteligência consciente" referindo-se à ponta do iceberg com que se ganha os Prémios Nobel e "inteligência inconsciente" ao resto do iceberg com que funcionam os normais "génios naturais" (que assim não são"idiotas-prodígios"anormais) e permite a todos equilibrar-se na bicicleta ou usar salto alto sem precisar fazer cálculos matemáticos e saber teorias da Física.
Do mesmo modo, na meditação a técnica não é focalizar ideias (modelo ocidental) mas sim esvaziar ideias (modelo oriental), sendo uma espécie de acção de "parar" a inteligência-consciente e "abrir" a inteligência-inconsciente.
Ideia semelhante aparece na explicação "poética" dos shamanes quando dizem que […é pensar como as árvores…] ou numa fraseologia sistémica seria dizer que pensar é usar a "inteligência emergente" do conjunto de neurónios chamado cérebro, cada um deles com "inteligência inconsciente" (vide Conclusão Final).
Aliás alguns textos cristãos falam do "rezar antigo", referindo-se a uma forma de rezar que não é feita de "autisticamente" palavrear palavras em rezas quantificadas por rosário (modelo ocidental de focalizar), ou até conversar consigo mesmo num auto-convencimento de "falar com Deus" (esquizoide hebefrénico???), mas sim em…
... "esvaziar a mente" num […sentir de conexão com o desconhecido…] na linha de Gustave Thibon, filósofo francês cristão (1903-2001), seguidor de S.Tomás de Aquino e S. João da Cruz, ao falar de [...o vazio ser a pátria das asas…] talvez numa possível procura da sabedoria da inteligência-inconsciente de tudo o que está vivo, muito semelhante aos filósofos budistas e shintoístas.
Em síntese, a pergunta-resumo é fácil mas a resposta-conclusão é difícil:
pois na prática, estar vivo é receber e processar estímulos do exterior construindo auto-adaptações, ou seja, eles também sentem o contexto (têm sentimentos) e constroem significados sobre ele (têm pensamentos)??
Toda a vida cria sentimentos e
No ocidente, com suas raízes culturais e religiosas existe um paradigma "undercover" que como crença se entranha nos raciocínios [...o homem é o rei da criação, ...foi feito à semelhança de Deus, ...os animais estão cá ao seu serviço, ...a inteligência só surge nos níveis superiores da evolução, ...a inteligência foi dada por Deus aos homens…].
Portanto a inteligência, consciência e sentimentos são privativos da espécie humana, dizer o contrário é apenas antropomorfismo (vide Descartes), isto é, atribuir características humanas a animais e fazê-lo provoca um certo desconforto e até heresia por aberrações intelectuais.
Em consequência, quer a inteligência quer os sentimentos exigem consciência, exigem processos cognitivos característicos dos humanos e que só estes têm.
O pensamento japonês porém tem outras raízes culturais e religiosas, não só budistas com shintoístas (espécie de animismo), aceitando e não se sentindo desconfortável em admitir que tudo tem "espírito".
Na cultura japonesa o conceito chi-sei é o mais semelhante ao conceito ocidental de inteligência.
"Chi" significa conhecer e "Sei" significa característica, propriedade, essência, originando assim um significado misto de "inteligência, espírito, mente" que é inerente a todo o ser vivo e está em toda a natureza.
Enquanto que no ocidente a inteligência aparece como um epifenómeno, uma consequência da crescente complexidade dos organismos vivos e privativa dos níveis superiores da evolução, porém na cultura japonesa o chi-sei faz parte da essência da vida, bastando estar vivo para existir "inteligência".
Chi-Sei |
Numa linguagem ocidental poder-se-ia falar de "inteligência consciente" referindo-se à ponta do iceberg com que se ganha os Prémios Nobel e "inteligência inconsciente" ao resto do iceberg com que funcionam os normais "génios naturais" (que assim não são"idiotas-prodígios"anormais) e permite a todos equilibrar-se na bicicleta ou usar salto alto sem precisar fazer cálculos matemáticos e saber teorias da Física.
Do mesmo modo, na meditação a técnica não é focalizar ideias (modelo ocidental) mas sim esvaziar ideias (modelo oriental), sendo uma espécie de acção de "parar" a inteligência-consciente e "abrir" a inteligência-inconsciente.
Ideia semelhante aparece na explicação "poética" dos shamanes quando dizem que […é pensar como as árvores…] ou numa fraseologia sistémica seria dizer que pensar é usar a "inteligência emergente" do conjunto de neurónios chamado cérebro, cada um deles com "inteligência inconsciente" (vide Conclusão Final).
Aliás alguns textos cristãos falam do "rezar antigo", referindo-se a uma forma de rezar que não é feita de "autisticamente" palavrear palavras em rezas quantificadas por rosário (modelo ocidental de focalizar), ou até conversar consigo mesmo num auto-convencimento de "falar com Deus" (esquizoide hebefrénico???), mas sim em…
... "esvaziar a mente" num […sentir de conexão com o desconhecido…] na linha de Gustave Thibon, filósofo francês cristão (1903-2001), seguidor de S.Tomás de Aquino e S. João da Cruz, ao falar de [...o vazio ser a pátria das asas…] talvez numa possível procura da sabedoria da inteligência-inconsciente de tudo o que está vivo, muito semelhante aos filósofos budistas e shintoístas.
Em síntese, a pergunta-resumo é fácil mas a resposta-conclusão é difícil:
…os mais simples animais pensam e sentem???…ou não???
pois na prática, estar vivo é receber e processar estímulos do exterior construindo auto-adaptações, ou seja, eles também sentem o contexto (têm sentimentos) e constroem significados sobre ele (têm pensamentos)??
Toda a vida cria sentimentos e
cria significados ao que sente,
bom ( pró-vida) ou mau (anti-vida)…
exemplo
…a inteligência não-consciente
sente e conhece o sentir de amizade
|
Numa tentativa de resposta,
para terminar, dois exemplos:
1. Protozoários (uma célula) pensam ????
Há várias experiências em várias Universidades com este ser vivente e suas inesperadas capacidades de cálculo "matemático" na construção de redes (networks):
- Andrew Adamatzky, Jeff Jones, Universidade de West England, Bristol, U.K.;
- Mark Fricker, Universidade de Oxford;
- Ramon Alonso-Sanz, Universidade de Madrid;
etc...
Numa simples experiência o Slime Mould foi colocado num labirinto com vários caminhos possíveis para a solução, uns mais longos, outros mais curtos e outros sem saída (bloqueados).
No início e fim foi colocada comida e ele, emitindo pseudopodos e construindo uma espécie de "tubo", para se alimentar escolheu sempre o caminho mais curto e não entrou nos "sem saída" (ver video 1m):
De modo semelhante, utilizando uma simulação do Metro de Tóquio, o Slime Mould tomou uma série de decisões construindo uma "network" eficaz e eficiente a unir todos os pontos (ver video 2m):
fazendo o mesmo com um modelo da rede de comboios de Portugal e Espanha (ver video 1m)
Neste caso aparece um pormenor interessante porque os critérios de eficiência e eficácia da Slime Mould parecem ter um cálculo "matemático" em função da energia e espaços, não tendo consideração por preocupações políticas, económicas, sociais, etc.
Assim percebe-se porque não considerou a ligação Lisboa-Madrid quando na realidade ela existe, talvez por pressões políticas e/ou económicas.
É também interessante comparar a rede que um Slime Mold faz com povoações das antigas estradas romanas, compará-la com as existentes na época e avaliar a eficácia e eficiência do pensar romano sobre a network de transportes. Parece que os romanos pensavam bem acerca da sua rede de estradas.
Para terminar …
uma experiência nova na vida de um Slime Mould e que de certeza não fará parte dos seus instintos genéticos, pois é ser o controlador de um robot.
Este deve ser um Projecto de vida que ele nunca pensou para os filhos:
uma experiência nova na vida de um Slime Mould e que de certeza não fará parte dos seus instintos genéticos, pois é ser o controlador de um robot.
Este deve ser um Projecto de vida que ele nunca pensou para os filhos:
2. Animais despedem-se ????
Se protozoários pensam e pensar […não é relacionar sinais obedecendo a scripts (regras) de comparação, mas criando significados que fazem diferença no sistema total…] então surgem situação novas afectando todo o organismo (as emoções).
Emoções más doem (fazem mal à vida) e o organismo tem opiáceos naturais (vide abelhas), emoções boas sabem bem e vivem-se como se fossem opiáceos.
Ganhar amizades ou perder amizades… são emoções boas e más???
Os animais também sentem???
Os animais também sentem???
A DESPEDIDA
(video 2m)
Conclusão
Parafraseando o Prof. Toshiyuki Nakagaki:
Se o cérebro tem células …e pensa,
a célula tem cérebro …e pensa.
se temos biliões de células no corpo e todas pensam, repare-se a reparação celular de uma ferida em que se baseia a recuperação de operações nos Hospitais baseada na "inteligência" das células, porque é que só acreditamos na "inteligência emergente" do conjunto dos neurónios habitantes do nosso crânio e avaliamos e julgamos a inteligência com a régua dos científicos testes Q.I.???
Ando a pensar arranjar um Slime Mould cá para casa e competir com ele a resolver labirintos. Talvez aprenda alguma coisa e até ele me ensine a fazer "networks" eficientes e eficazes.
Pela pesquisa que fiz, um engenheiro de networks no metro, estradas e comboios ganha bem e tem emprego garantido, pelo que ando a pensar levar no bolso um Slime Mould e empregar-me nas networks da CP, do Metro ou rodoviária de Câmaras e Ministérios, trabalhando "clandestinamente" com a sua ajuda…